A pujança do Euro Junho 18, 2008
Posted by netodays in Tratado de Lisboa.trackback
O Euro acaba de ultrapassar a barreira de 1,5 US$.
Assim, o Banco Central Europeu resolveu, para comemorar o facto, cunhar uma moeda especial de 2 euros, que assinala a pujança da moeda europeia 😉
Os irlandeses ainda não repararam que estão a estorvar o caminho?
Em 1999, o Euro iniciou a sua caminhada abaixo de 1,2 US$.
Fonte: BCE.
Se comprimirmos a escala do gráfico até dá ideia que a evolução do Euro face ao Dólar tem sido suave. Ampliando a representação, sobressaem os momentos tumultuosos.
O não irlandês ao Tratado de Lisboa é o obstáculo do momento ao processo de integração europeia, mas não passa pela cabeça de ninguém, incluindo os irlandeses, colocar o processo de integração em causa, nem isolar-se dele. Quando a Constituição Europeia levou o não em referendo da França e da Holanda creio que o choque foi muito maior. A Europa parou para pensar, e o que fez?
1 – Reformulou a Constituição Europeia e apresentou-a agora simplesmente como Tratado de Lisboa;
2 – Deitou fora a linguagem da proximidade relativamente aos cidadãos que conduzia à exigência de referendos. A Europa “lembrou-se” que nas democracias representativas compete aos políticos decidir em nome da população, exactamente o motivo porque são eleitos.
O que é que falhou? A grande falha foi não ter ocorrido a ninguém que a Irlanda realizaria o referendo por imperativos constitucionais, que deveriam ter sido revistos.
Recordo que em 1986, quando Portugal aderiu à CEE, éramos “uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na sua transformação numa sociedade sem classes”, de acordo com o art. 1º da Constituição da República Portuguesa (CRP) de 1976, após a revisão de 1982. Evidentemente que as referências à “transformação numa sociedade sem classes” ou à “construção de uma sociedade socialista”, abundantes na nossa CRP nunca passaram de música, dita programática pelos constitucionalistas. Ficámos melhor quando a CRP foi limpa dessas expressões patéticas, na revisão de 1989. Agora o art. 1º da CRP diz simplesmente o seguinte:
Ficou melhor. Talvez os irlandeses precisem de rever a sua 😉
Diplomaticamente, Bruxelas reafirmou que haverá oportunidade de “ouvir com muita atenção” o que o primeiro-ministro irlandês Brian Cowen tem para dizer, para de seguida “trabalhar de perto com o governo irlandês”.
Para bom entendedor meia palavra basta.
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