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Preços correntes versus preços constantes Janeiro 31, 2012

Posted by netodays in preços constantes, preços correntes.
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Diz-se que o PIB está calculado a preços correntes, quando a produção de cada ano está avaliada aos preços do mesmo ano, por exemplo, a produção de 2000 a preços de 2000, a produção de 2001 a preços de 2001, etc.

Calcular a taxa de variação a partir desta série não tem interesse, porque nunca saberemos em que medida a variação se deve a um aumento real do PIB (crescimento em volume, isto é da quantidade de bens efectivamente ao nosso dispor) ou a um simples crescimento dos preços.

Diz-se que o PIB está calculado a preços constantes, quando a produção de cada ano é avaliada aos preços de um determinado ano, seleccionado como ano base.

2006 = 100 significa que o ano base é 2006, porque no ano base o Índice de Preços é igual a 100. Dividindo a série a preços correntes pela série a preços constantes obtêm-se a o Índice de Preços implícitos no PIB.

Calculando a taxa de variação do Índice de Preços implícitos no PIB obtém-se a tcp, taxa de crescimento dos preços implícita no PIB. Os seus valores não são iguais à taxa de inflação porque esta é calculada a partir de um cabaz de bens que reflecte as preferências do “consumidor médio”, enquanto no caso da tcp o nosso cabaz foi a produção.

Calcula-se a taxa de variação do PIB real – a partir da série do PIB a preços constantes – obtendo a tcv ou taxa de crescimento da economia.

1. Obtenha no PORDATA valores para as séries do PIB a preços correntes e a preços constantes.
NOTA: Se preferir, para ser mais rápido utilize o ficheiro de ajuda.

2. Calcule o Índice de Preços implícitos no PIB, para o período em que dispõe de dados.

3. Calcule a tcp, para o período em que dispõe de dados.

4. Calcule a tcv (taxa de crescimento da economia), para o período em que dispõe de dados.

5. Interprete para o último ano da série:
– o valor do índice de preços;
– o valor da tcp;
– o valor da tcv.

6. Represente graficamente o PIB a preços correntes e a preços constantes, para o período em que dispõe de dados. Preview 1960-2010

7. Represente graficamente a tcp e a tcv, para o período em que dispõe de dados. Preview 1960-2010

Síntese do Módulo 7 Janeiro 31, 2012

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Teste de 2010

Design-Based Research – 1ª aproximação Janeiro 30, 2012

Posted by netodays in DBR.
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Investigação Aplicada sobre o Desenho (design-based research) (DBR) é uma metodologia de investigação desenvolvida como uma forma de melhorar as práticas educativas através de pesquisas prévias, levadas a cabo no terreno, em contexto real, com a colaboração directa de investigadores e professores.

Segundo Design-Based Research Collective (2003) “design-based research can help create and extend knowledge about developing, enacting, and sustaining innovative learning environments.”

As cinco características básicas da DBR, segundo Wang e Hannafin (2005), são: “Pragmatic, Grounded, Interactive, iterative and flexible, Integrative, and Contextual” (p. 7).

– Pragmática porque tem como objectivos solucionar problemas reais, criando, através de processos de investigação, tanto ferramentas como teorias;

– Fundamentada na teoria e no contexto real;

– Interactiva por requerer a colaboração entre pesquisadores e profissionais; iterativa e flexível por ao longo da investigação as teorias e intervenções sofrerem constantes mudanças e melhorias;

– Integradora porque os investigadores utilizam vários métodos e abordagens de investigação;

– Contextualizada porque os resultados da investigação são “connected with both the design process through which results are generated and the setting where the research is conducted” (Wang & Hannafin, 2005, p. 11).

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Austeridade sem moral: A descredibilização da política por quem a quer impor Janeiro 28, 2012

Posted by netodays in legitimidade moral, Vítor Gaspar.
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Vitor Gaspar tem a função de impor um extenso plano de austeridade a todo o país. Não deve admitir excepções, que conduzem a outras…

Neste plano, não só é absolutamente imoral que comece por abrir excepções num banco onde é funcionário. Adianta o EXPRESSO que:

Mas o Vítor Gaspar que todos conhecemos toma decisões com grande impacto político, e essas não escapam aos critérios genéricos de moralidade.

Assim, que moralidade tem um homem para exigir austeridade ao país, quando se subtrai a si próprio e aos colegas do Banco da participação no mesmo desígnio? Está mesmo a dizer que a austeridade é apenas um eufemismo para os mais fortes imporem uma repartição do rendimento cada vez mais desequilibrada.

Já sabemos que os funcionários do BdP não são funcionários públicos, mas quando utilizam a sua independência para fazer uma interpretação das regras diferente da dos irlandeses e espanhóis, recordam-nos o exemplo de Vitor Constâncio, que como Governador do Banco Central de um país miserável também se sentia legitimado para ganhar mais que o presidente da Reserva Federal Americana.

Cultura Janeiro 26, 2012

Posted by netodays in amor romântico, Cultura, Valores.
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“Quando em conversas quotidianas, usamos a palavra “cultura”, pensamos frequentemente nela como se representasse as “coisas mais elevadas do espírito” – a arte, a literatura, a música e a pintura” (Giddens). O conceito sociológico de cultura engloba muito mais actividades identificando os modos de vida dos membros de uma sociedade ou de grupos pertencentes à mesma: como se alimentam, como se vestem, como namoram, casam e se reproduzem, os seus padrões de trabalho, as cerimónias religiosas em que participam, as actividades de lazer que “escolhem”.

  • “(…) acho que é natural elas brincarem só com coisas de raparigas, que assim, quando forem grandes, tornam-se mais senhoras, para não serem assim daquelas… tipo Maria-rapaz.” (sexo masculino, PBE)
    “Mas às vezes, há aquelas mulheres que o homem está a trabalhar, vem estafado… para pagar as contas todas da casa (…) e as mulheres nem arrumam nem nada” (sexo feminino, PBE)
    http://www.aps.pt/vicongresso/pdfs/196.pdf

Utilizamos estes dois extractos para sublinhar que os elementos culturais se distinguem dos inatos, porque são aprendidos ao longo da socialização. Um piscar espontâneo dos olhos, ou retirar bruscamente os dedos de uma porta, na eminência de ficar entalado, são actos reflexos, aptidões inatas destinadas a assegurar a nossa sobrevivência. Mas a distribuição das tarefas domésticas foi aprendida, tendo um carácter contextual e não universalista (local) nem normativo ou hierárquico. Na nossa perspectiva, parece-nos que em todas as culturas as tarefas domésticas foram predominante atribuídas às mulheres, mas antes de o afirmar categoricamente seria necessário fazer uma investigação a nível planetário, para não sermos levados pelo etnocentrismo, tendência que leva cada indivíduo a sobrevalorizar a sua cultura.

Se considerarmos a diversidade cultural observaremos facilmente que muitas das nossas “escolhas” se encontram culturalmente determinadas, isto é, fazemos/gostamos daquilo de aprendemos a fazer/gostar. Por exemplo, no Ocidente a matança de recém-nascidos e bebés é considerada um crime horrendo, enquanto na cultura tradicional chinesa as crianças de sexo feminino eram frequentemente estranguladas à nascença. Comemos ostras, mas não gatinhos e cachorros como os chineses. Os Judeus não comem carne de porco, enquanto os Hindus embora comam porco, evitam carne de vaca. Consideramos o beijar como parte natural do comportamento sexual, mas o acto é desconhecido ou considerado de mau-gosto em muitas outras culturas (Giddens).

A cultura entendida como uma unidade e visão do mundo, apresenta determinados traços culturais: estes são os elementos que permitem descrever uma cultura, identificando os elementos culturais significativos: padrões de comportamento e padrões materiais.

Todas as culturas têm os seus próprios padrões de comportamento, que parecem estranhos às pessoas de outros contextos culturais. Não é excepção a esta regra a cultura ocidental. Leia-se um chefe polinésio que descreve o “homem branco”, em Papalagui:

  • O Papalagui está sempre preocupado em cobrir bem a sua carne. (…) O Papalagui mora como o marisco numa casca dura, e vive no meio de pedras, tal como a escalopendra (espécie de centopeia), entre fendas de lava, com pedras em volta, dos lados e por cima. A cabana em que mora parece-se com um baú de pedra em pé, com muitos compartimentos e furos. (…) Quase todas as cabanas são habitadas por mais gente do que as que moram numa só aldeia samoana; por isto, tem que saber exactamente o nome da aiga (família) que se quer visitar. O Papalagui

Distinguem-se dois tipos de elementos culturais:
Os valores, as normas, os padrões de comportamento, as atitudes, a linguagem, os ideais, as formas de comunicação, as festas e rituais, a poesia, a música, o folclore, as crenças, a religião, a literatura, pintura, etc. constituem os elementos espirituais (ou não materiais) da cultura.
Objectos como jóias, automóveis, computadores, apartamentos, ferramentas de trabalho, bens alimentares, vestuário, etc. são elementos materiais da cultura.
Estes elementos combinam-se, por exemplo, na Análise e Avaliação de Recursos Educativos online.

O vídeo abaixo explicita o conceito de relativismo cultural (03:38).

Hoje é muito fácil encontrarmos na escola ou na rua um grande número de grupos de diferentes origens culturais, étnicas ou linguísticas porque o multiculturalismo (ou diversidade cultural) é um facto.

Designamos por xenofobia um estado de receio, aversão ou hostilidade desenvolvido relativamente ao estrangeiro. O racismo provém do preconceito a partir das diferenças de fenótipo que se manifesta em juízos de inferioridade ou de superioridade de uns em relação a outros.

Para Durkheim nenhuma sociedade pode constituir-se sem criar um ideal, porque “a moralidade constitui um domínio de compreensões e juízos distintos de outras normas e valores sociais. A moralidade humana nuclear é uma preocupação com a justiça e o bem-estar humanos, e essa preocupação precede e deve fundamentar a moral prescritiva”.

“Individual e socialmente, nada é mais mobilizador do que os valores. São eles que nos motivam e, seja qual for a designação que lhes atribuímos, conferem sentido ao que fazemos, porque acreditamos neles. Deste modo, é através dos valores, que nos movem, que somos capazes de nos empenhar por uma causa, procurando atingir objectivos mais elevados como, por exemplo, a Justiça, a Verdade, o Bem, o Amor, ou mesmo o Interesse bem orientado” (Thomas, L-V, 1993).

Como concepções gerais do bem compartilhadas na cultura, os valores comuns dão origem a sentimentos de solidariedade e unidade, e determinam as acções e atitudes dos indivíduos.

  • Por exemplo, no campo da sexualidade, os pais consideram as relações pré-matrimoniais perigosas e repreensíveis no caso das raparigas, mas sem gravidade e por vezes útil no caso dos rapazes. Do ponto de vista dos jovens as relações pré-matrimoniais são sempre sem gravidade e por vezes úteis, independentemente do género.

    Pais e filhos dão uma grande atenção à auto-imagem pela importância que atribuem aos valores instrumentais “Honesto”, “Responsável”, “Capaz” e ao valor final “Dignidade”. Todavia, “Dignidade” e “Felicidade” estando tão próximos de “Harmonia Interior” para os filhos e de “Segurança Familiar” para os progenitores, já revelaram preferências por valores finais, dando indicações de caminhos diferentes para os alcançar.

    Nos valores finais, os jovens manifestam, na globalidade das respostas, dar uma maior importância aos valores íntimos estritamente pessoais (“Harmonia Interior”, “Liberdade”, “Sentido de Realização”, “Vida Apaixonada”) seguidos de valores relacionais, em detrimento de valores mais sociais que são privilegiados pelos progenitores (“Segurança Familiar”, “Mundo de Paz” e “Igualdade”)
    FIGUEIREDO, Eurico, (1988), Conflito de Gerações, Conflito de Valores

O casamento assenta na ideia do amor romântico. O individualismo afectivo tornou-se a influência predominante. Espera-se que os casais nutram um carinho mútuo, baseado na atracção pessoal e na compatibilidade, e que tal seja a razão por que as pessoas se casam. O amor romântico como parte do casamento tornou-se algo de “natural” no Ocidente; parece ser uma parte normal da existência humana, e não um aspecto específico da cultura moderna. Naturalmente, a realidade é diferente da ideologia. A ênfase dada à satisfação pessoal no casamento criou expectativas que, por vezes, não podem ser concretizadas, e este é um dos factores envolvidos no aumento das taxas de divórcio (Giddens).

Amar e “ter uma família”, trabalhar e “ter um emprego” constituem as preocupações principais, para não dizer exclusivas, dos nossos contemporâneos. Estes dois traços serão suficientes para caracterizar a cultura ocidental? (Dubar)
As ferramentas nobres em Portugal são um telemóvel para controlar o par e um automóvel para adquirir a liberdade.

Nos telemóveis só somos batidos por finlandeses e austríacos.

O número de automóveis (por 1.000 habitantes) é igualmente dos maiores da União Europeia, onde apenas somos batidos por Itália!

Tu és produto desta cultura, mas tens todas as peças para participar como produtor de uma sociedade mais justa, onde seja mais interessante viver.
Promete muito uma juventude que considera decisivo para o seu futuro adquirir educação/formação com experiências internacionais.

Fonte: Sondagem GFK/Deloitte

Recursos

Links para explorar a diversidade cultural

Narrativa de cinco raparigas estrangeiras a viver em Portugal
Dicas para comunicar com consciência cultural (em inglês)
EUA vs Europa
Ocidente vs Oriente
Itália vs Europa

Tarefas

1. Post genérico sobre o conceito sociológico de cultura com pelo menos 1000 palavras, explorando os recursos/links apresentados neste post. Deverão ser referidas todas as expressões destacadas a negrito. Indique no final as referências utilizadas, dando preferência aos trabalhos de sociólogos. (Como avaliar a informação? – Critérios da B-ON)

2. Post específico que reflicta a importância de conhecer a cultura da sociedade portuguesa para a compreensão do seu tema anual. Este post deverá ter no mínimo 500 palavras valorizando-se igualmente as referências.

Referências

http://books.google.pt/books?id=B2Jjs0WUBFYC&lpg=PP1&hl=pt-PT&pg=PA23#v=onepage&q&f=false
http://youtu.be/r8Eb5ZbbluA
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1228400133Z5jYV2yd3Yf59ND2.pdf
https://sites.google.com/site/moralevalores/resenha-durkheim
http://www.aps.pt/cms/docs_prv/docs/DPR4628ca54ad664_1.pdf
DUBAR, Claude, (2006), A Crise das Identidades – A Interpretação de uma Mutação
FIGUEIREDO, Eurico, (1988), Conflito de Gerações, Conflito de Valores
GIDDENS, Anthony, (2000), Sociologia

Estará Portugal a acordar? Janeiro 23, 2012

Posted by netodays in Cavaco Silva, FMI, Troika.
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Há uma teoria das rãs que diz que aquela que foi metida numa panela com água a ferver, saltou da panela e salvou-se. Outra rã que entrou com a água morna deixou-se ficar, entretanto a água foi continuando a ser aquecida, ela não reagiu, e ficou cozida.

A distribuição do rendimento pelos factores produtivos (trabalho/capital) é hoje mais desfavorável ao trabalho do que chegou a ser durante o Estado Novo, desde 1980 para cá todas as políticas têm agravado o fosso entre os mais ricos mais pobres – descontando alguns anos de benesses justificadas pelas eleições – mas é relativamente raro falar-se do assunto.

Entretanto a declaração patética de Cavaco Silva deu origem a uma petição pela sua demissão, em jeito de brincadeira, que está a ser levada a sério por muitos. De sábado até hoje já ultrapassou os 5.500 subscritores.

Cavaco está a queixar-se de tomar xarope, enquanto o povo já anda a supositórios 😉

Socialização – Pistas de reflexão Janeiro 23, 2012

Posted by netodays in E-Books, Socialização.
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Seguem-se possíveis pistas de reflexão para os grupos, que poderão seguir outras linhas de pensamento.

Amor Romântico

Aprendemos a esperar que os parceiros sintam entre si atracção psicológica e física, que sejam compatíveis e comecem a construir uma história comum. Provavelmente os filhos serão as “fundações” desse futuro comum. Mas deu-se uma importância tal à satisfação pessoal no casamento, que os valores individualistas podem levar facilmente ao divórcio… Será por a esperança no amor que as pessoas vão vivendo sucessivas experiências?

Corpo

O corpo como elemento isolado da pessoa nem existe. Só é possível concebê-lo como elemento isolável em sociedades de tipo individualista onde o corpo assinala a fronteira viva, em relação aos outros, da soberania da pessoa. O padrão 86-60-86 já não é hoje uma referência universal na sociedade ocidental (ver plus size models). Estarão hoje as jovens mais conscientes da sua liberdade ou conformaram-se ao fast-food e ao sedentarismo?

Justiça Social

As tecnologias permitem uma produtividade crescente, mas grande parte da população queixa-se de falta de recursos agravada pela austeridade. Realmente há cada vez mais riqueza, mas desde 1975 esta tem ficado cada vez pior distribuída, e encontramo-nos hoje pior que durante o Estado Novo. As políticas ultimamente prosseguidas e anunciadas só podem contribuir para uma repartição do rendimento ainda mais injusta. Podemos documentar isto estatisticamente com facilidade. E as pessoas comuns, têm tempo/paciência/conhecimento ao longo das suas vidas para se aperceberem do agravamento desta disparidade?

Papel da Mulher

As Taxas de Actividade em Portugal são superiores às da UE, porque os salários são mais baixos. Mas provavelmente também somos um povo individualista, e mesmo tendo a hipótese de não trabalhar, aprendemos que o emprego garante determinada independência. Quantas mulheres (quantos homens) estariam hoje dispostos a abdicar do emprego pela família?

Preconceito

Ao longo do processo de socialização as vítimas de estigmas (acabam por ser vítimas de preconceitos) aprendem estratégias de sobrevivência interessantes. Em que medida conseguem fazer uma vida normal? Proponho mudança para este tema porque encontrei na Internet o livro ESTIGMA, de Erving Goffman, clássico de Sociologia que poderá ser a vossa bibliografia.

Preconceito Racial

A sociedade portuguesa é tolerante e não se têm visto grandes manifestações racistas porque os portugueses não têm empregos bem remunerados para perder. Vivemos numa situação de crise que irá prolongar (referida em Justiça Social), em que o problema passará a ser manter um qualquer emprego. Será o processo se socialização suficiente para assegurar a brandura de costumes dos lusitanos?

Gráfico das Taxas de Actividade em Portugal e na UE

Fazer um Gráfico no PORDATA

Receita do FMI em nova embalagem Janeiro 20, 2012

Posted by netodays in FMI, Troika.
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Esta receita destina-se apenas ao povo! O próprio Vitor Gaspar e demais eleitos tomam xarope 😉

Análise e Avaliação de Recursos Educativos online Janeiro 19, 2012

Posted by netodays in ARE11.
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Permito-me apresentar uma perspectiva própria sobre a avaliação de recursos educativos, relativamente mais elaborada que o solicitado na tarefa, visto que resulta da integração dos materiais disponibilizados em ARE, com ideias que transporto de um mestrado anterior, à semelhança de um trabalho sobre percursos de aprendizagem mediados por blogues que fiz para a UC de Aprendizagem e Tecnologias.

Um aspecto que considero fundamental referir, é que tão importante quanto os recursos é a concepção que os professores têm da educação. O que separa José Luís Ramos de Fernando Albuquerque Costa não são dúvidas menores sobre os critérios de avaliação dos recursos educativos digitais, mas o próprio conceito de RED’s, que deriva de diferentes concepções da educação.

O professor José Luís Ramos representa um conjunto de pessoas para quem as crianças são vistas apenas como os trabalhadores de amanhã, que deverão receber um treino em determinadas tarefas escolares padronizadas, que constituem meros problemas técnicos, nos quais deverão ser treinadas, utilizando materiais padronizados e preferencialmente certificados. Desta perspectiva decorre uma multiplicidade de critérios de avaliação dos Recursos Educativos Digitais tendo em vista a cereja em cima do bolo (o selo de certificação). Para promover a utilização destes recursos propôs a criação de um repositório de RED’s, que todos conhecemos através do Portal das Escolas (Recursos). Designo esta lógica por justificação industrial, termo que deriva da analogia com a fabricação industrial, também sujeita a rigorosos critérios de controlo da qualidade.

O professor Fernando Albuquerque Costa expressou o seu horror a manuais, e não vê qualquer motivo para a certificação de software, visto que compete à escola promover a integração das crianças no meio, desenvolvendo relações de proximidade e de confiança com os alunos. Na sua perspectiva, o melhor software é exactamente aquele em cuja construção os alunos se envolvem e como se interessa pelo desenvolvimento global das crianças, propõe como critérios de avaliação dos recursos educativos a sua eficácia ou a sua capacidade para ensinarem os alunos a pensar. Naturalmente que os recursos podem ser eficazes para os alunos transitarem de ano, mas isso não significa que preencham os requisitos de qualidade técnica exigidos ao nível da certificação. Muitos professores reconhecerão que é muito mais estimulante utilizar materiais próprios do que andar a reboque de produtos normalizados. Fernando Albuquerque chega a criticar os repositórios de recursos, alegando que estes “privam os alunos da oportunidade de criarem os materiais”. Designei por justificação doméstica esta perspectiva, que tira partido dos problemas concretos que se colocam aos alunos na comunidade onde se inserem, promovendo a sua motivação pelos conteúdos.

Feita esta introdução, não me resta a mínima dúvida que esta tarefa me foi colocada, exactamente para que desenvolvesse a justificação industrial, e será exactamente o que farei seguidamente.

O conceito de Recursos Educativos Digitais (RED’s) apresentado por José Luís Ramos é:

  • Um artefacto armazenado e acessível em suporte lógico que contenha intrinsecamente uma finalidade educativa, tenha uma identidade e autonomia relativamente a outros objectos, e satisfaça padrões de qualidade definidos pela comunidade educativa, (Ramos, JL, et al) (06:05)

Ramos considera que criar recursos com qualidade é um desafio estimulante e a avaliação de recursos é um ponto de partida para a inovação educativa, mas não explica porque é que tão escassos professores produzem RED’s, quando na sua opinião as competências pedagógicas e o conhecimento dos alunos são suficientes para os produzir com qualidade. Pelo exemplo que deu do http://www.weebly.com para a construção de sites parece acreditar que um dia o software será tão simples de utilizar que todos os professores aprenderão intuitivamente, mas deveria reconhecer que o software tem realmente muito pouco de intuitivo, e por isso é que precisa que lhe configurem a ligação à Internet no portátil. Além disso aqueles professores que utilizaram o http://www.weebly.com eram jovens “que até tinham alunos” – fazendo todos os esforços para iniciar a sua carreira – naturalmente mais motivados que aqueles que se encontram à espera da reforma ou a meio do itinerário profissional.

Outro factor que obstaculiza o desenvolvimento dos RED’s é o desinvestimento que actualmente se está a verificar nas escolas, e que leva a que frequentemente a Internet nas salas de aula não tenha sinal suficiente para uma utilização confortável.

A “aposta” na produção e distribuição de recursos digitais tem como questão prévia a generalização do acesso à Internet e a criação de condições de aquisição e utilização deste tipo de recursos. Sem uma aposta clara nestas condições dificilmente se poderá investir no âmbito da produção de recursos em suporte digital.

Certamente que do ponto de vista de Fernando Albuquerque os recursos gastos na aquisição de RED’s seriam melhor empregues se as escolas vissem reforçado o seu acesso à Internet em termos uma ligação com maior capacidade.

A imagem que os professores têm dos recursos educativos será certamente de algo com conteúdos muito próximos dos indicados nos programas escolares. Por essa razão alguém referiu na fase final de um webinar de Ramos que os professores sentem “além da escassez de recursos, muita dificuldade em enquadrar os conteúdos nos níveis disciplinares” (45:00). Isso sucede porque muitos dos conteúdos disponíveis não foram desenhados especificamente para o ensino aprendizagem, mas existem no mundo natural, social e humano, sendo susceptíveis de serem reutilizados na educação formal, adiantou Ramos noutra apresentação. Certamente por razões comerciais as editoras têm opinião oposta, considerando que “já há muita gente a fazer RED’s e bons”.

Apesar te ter referido que todos os professores têm competências para a construção de RED’s, Ramos assume a justificação industrial da educação quando admite que estes se dispersarão por diversos níveis de proficiência (06:00):

Nível mecânico – utilizadores básicos que só dominam a arte do copy /paste;

Nível criativo – utilizadores medianos, capazes de criar imagens, vídeos, sons, texto original e recombinar os diversos elementos; e

Nível de design – destinado aos produtores industriais de software educativo.

Um dos efeitos da certificação será a exclusão de projectos de software educativo concebidos por professores, com insuficientes conhecimentos de webdesign. Por exemplo, o blogue de Economia onde acumulo materiais desde 2007 nunca teria lugar no Portal das Escolas, que se encontra vazio nesta disciplina.

Como disse Ramos “a qualidade não é abstracta”, importando saber de que critérios e padrões depende. “Um factor que condiciona a qualidade é a pessoa não ter a ideia do que é a sala de aula” (10:00) e eu acrescentaria ainda não conhecer a turma, para defender que quem se encontra melhor posicionado para construir o software educativo são os professores.

Outros factores que limitam a qualidade dos produtos são “o escasso conhecimento científico”, mas eu observaria que os professores são profissionais com elevadas qualificações, e a Internet lhes oferece possibilidade de actualização contínua.

Ramos refere também como motivos da falta de qualidade dos produtos, a utilização de tecnologias ultrapassadas e a escassez de recursos financeiros e humanos, razões que do meu ponto de vista justificariam que o trabalho dos professores fosse melhor aproveitado.

Ramos explica ainda que ao nível da produção industrial dos RED’s “nem sempre se tira partido do conhecimento científico disponível para melhorar a qualidade pedagógica dos produtos”.

Quando procura explicar o se deverá fazer para melhorar a qualidade dos produtos, Ramos aposta na certificação dos produtos e na sua publicitação através do Repositório, bem como a publicitação dos padrões de qualidade e discussão pública dos projectos (12:00).

A certificação de um recurso é uma avaliação que utiliza os padrões de qualidade pré-definidos, tendo em vista um produto que não tem defeitos. “Não tem defeitos científicos, não tem defeitos técnicos, não tem defeitos na linguagem, não chama nomes a ninguém. A ausência destes defeitos significa que o produto pode ir para a escola”.

Para desenharem bons recursos, Ramos refere que os professores terão de “saber como as pessoas aprendem” e tentar combinar as seguintes características, difíceis de conjugar:

– inclusão e o acesso dos alunos;

– o envolvimento dos alunos na aprendizagem;

– aprendizagem efectiva e eficaz;

– abordagens inovadoras;

– convergência curricular;

– estímulo e feedback;

– trabalho colaborativo;

– percursos de aprendizagem;

– combinar multimédia;

– registar progresso;

– design: interacção, ajuda, navegação.

O que me parece fundamental para que um site seja um recurso educativo é que os alunos percebam exactamente o que devem “fazer”, e destaco o “fazer” porque é fundamental que os alunos tenham actividades onde clicar. Quanto maior for a componente de interacção, tanto melhor o site resulta, mas integrar elementos interactivos exige mais conhecimentos de informática aos professores e dá-lhes mais trabalho. Por outro lado, se não apresentarem recursos atractivos arriscam-se a ter mais trabalho durante as aulas, motivado por situações de indisciplina.

Assim, do meu ponto de vista, numa primeira fase deveria promover-se o trabalho em recursos digitais dos professores independentemente da sua qualidade. Quando a quantidade fosse suficiente, seria o próprio “mercado” que ditaria a exclusão dos produtos de qualidade inferior, sem necessidade de comprar algum, integrando-se cada professor como mais um elo da rede conectivista.

Fica uma última observação para referir que o Sistema de Avaliação, Certificação e Apoio à Utilização de Software para a Educação e Formação (SACAUSEF) foi criado e instalado por iniciativa da DGIDC, Instituto para a Qualidade na Formação (IQF), Universidade de Évora e Comissão para a Igualdade de Direitos da Mulher (CIDM) (!!). São funções do SACAUSEF a avaliação, certificação e apoio à utilização de software no campo da educação e formação.

Não tive tempo para investigar a parceria com a Universidade de Évora, quando me parece que outras cidades têm maior tradição na investigação em educação, mas o mais surpreendente foi a inclusão da CIDM na certificação dos RED’s. Escreveram que a participação da Comissão para a Igualdade de Direitos da Mulher no SACAUSEF destina-se a assegurar que “a presença, em produtos educativos, de concepções estereotipadas de homem e de mulher serão eliminadas” para evitar a deformação das mentes das criancinhas.

Realmente tenho muita dificuldade em aceitar esta justificação, porque há muitos outros grupos sociais que poderão ser vítimas de representações preconceituosas se os docentes não forem sensatos, e naturalmente a SACAUSEF ficaria tão pesada que nem funcionaria! Ora, se não podemos assegurar esse direito a todos, não é justo que se conceda o privilégio a um grupo especial, neste caso as mulheres. Este privilégio não tem qualquer justificação porque como os quadros de docentes são constituídos em larga maioria por mulheres, são elas que escolhem os recursos educativos a adquirir, e isso é mais que suficiente para eliminarem os produtos inconvenientes ou desconformes. Num texto que refere tão frequentemente os valores da paridade de género, na actual situação de redução das necessidades em termos de docentes, há o perigo de os docentes masculinos começarem a reivindicar essa paridade no emprego 😉

Webgrafia

Fernando Albuquerque Costa
http://www.erte.dgidc.min-edu.pt/index.php?section=383
http://www.crie.min-edu.pt/index.php?section=263
http://www.crie.min-edu.pt/files/@crie/1186584598_Cadernos_SACAUSEF_46_53.pdf

José Luís Ramos
http://webinar.dgidc.min-edu.pt/2011/02/23/recursos-educativos-digitais/
http://www.crie.min-edu.pt/files/@crie/1210161451_06_CadernoII_p_79_87_JLR_VDT_JMC_FMF_VM.pdf
http://www.crie.min-edu.pt/index.php?action=view&id=669&date_id=745&module=calendarmodule§ion=9
http://www.erte.dgidc.min-edu.pt/index.php?section=383

SACAUSEF
http://www.crie.min-edu.pt/files/@crie/1186584525_Cadernos_SACAUSEF_16_21.pdf
http://www.crie.min-edu.pt/files/@crie/1186584566_Cadernos_SACAUSEF_22_45.pdf

É tão fácil entender uma mulher… Janeiro 19, 2012

Posted by netodays in mulheres.
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Já sabemos como as mulheres fazem os arredondamentos na Internet 😉 Para se divertir com outros aspectos da cultura feminina siga este link.