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Mais Sugestões para Pesquisa Bibliográfica/Revisão da Literatura Abril 11, 2012

Posted by netodays in trabalho de grupo.
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Como já estamos no 3º período, e não queremos stresses, já não seria mau se fizessem 5 fichas de leitura, uma página A4 que resume um artigo PDF, um capítulo ou uma secção de um livro, etc. Fixou-se este número imaginando que cada elemento do grupo fará pelo menos uma ficha de leitura. As fichas deverão ficar no Arquivo. Comprovam que foi procurada bibliografia e que existirá um conhecimento teórico mínimo, indispensável para a análise do objecto de estudo escolhido. Será com base nestes conceitos que irão fundamentar de entre todo o material recolhido, quais são as ideias consideradas importantes na Análise Temática.

Recorda-se que já foram indicadas páginas no livro Sociologia do Corpo, para cada grupo fazer uma ficha de leitura aqui, e outras sugestões no espaço do respectivo Grupo.

Outro recurso é o livro Sociologia, de Giddens, que se encontra na Biblioteca da Escola. Todos os grupos o podem utilizar para fazer uma ou mais fichas de leitura. Sugestões:

Amor Romântico
Capitulo 7 – Família, Casamento e Vida Pessoal

Corpo Ideal
Capitulo 6 – O Corpo: Alimentação, Doença e Envelhecimento

Estigma
Capitulo 9 – Etnicidade e Raça

Justiça Social
Capitulo 12 – Trabalho e Vida Económica

Papel da Mulher
Capitulo 5 – Género e Sexualidade
Capitulo 7 – Família, Casamento e Vida Pessoal
Capitulo 12 – Trabalho e Vida Económica
Coloquei 3 capítulos para observaram que o conceito de “papel da mulher” não existe em Sociologia.

Racismo
Capitulo 9 – Etnicidade e Raça

Módulo 4 – Recursos Abril 11, 2012

Posted by netodays in ECPROF - Módulo 4.
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Links com interesse para o Módulo 4:

O capitalismo popular morreu – Afirma o Editor de Empresas do Jornal de Negócios

São lendárias já as histórias das primeiras privatizações. Basta uma consulta aos jornais do início da década de 90 para perceber que os portugueses adoravam brincar ao Gordon Gekko. Portugal estava, nessa época, no sítio certo, à hora certa. O capitalismo popular estava glorificado em países desenvolvidos e a acelerada abertura da economia portuguesa era terreno fértil para emoções (e lucros) fortes. (…)
DEPOIS DE REFERIR MUITOS ATROPELOS AOS PEQUENOS INVESTIDORES
Depois desta verdadeira “carga policial” nos pequenos accionistas, o Governo terá grandes dificuldades em promover o mercado de capitais como uma solução para a poupança das famílias. Ou como uma ferramenta de desenvolvimento económico, de maior transparência na gestão, de maior democratização da produção de riqueza. Mas este Governo também não parece muito interessado nisso.

http://www.b-a-bes.com/

http://clientebancario.bportugal.pt/

http://www.cmvm.pt/CMVM/Publicacoes/Guia/Pages/indice_guia.aspx

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=INVESTIDOR_PRIVADO_V2

http://www.activobank.pt/pt/public/investir/pages/investir.aspx

http://www.netbolsa.com/index.php?option=com_glossary&Itemid=167&lang=pt

http://www.thinkfn.com/wikibolsa/P%C3%A1gina_principal

Plano de Trabalho para o 3º Período Abril 10, 2012

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Apresenta-se no Arquivo a calendarização detalhada das tarefas propostas para o 3º período.

Tendo em conta que nenhum grupo realizou sequer a primeira fase de um trabalho de investigação – a pesquisa bibliográfica – a proposta de trabalho foi reformulada propondo-se que os Grupos recolham material nos meios de comunicação e procedam à respectiva análise de conteúdo/análise temática.

Para ser possível realizar o Trabalho de Grupo em simultâneo com os posts referentes à matéria nova, estes não terão mais que 4 perguntas. A cada post será atribuída uma classificação numérica na escala de 0 a 18, chegando-se à classificação final aplicando as ponderações abaixo definidas.

Resumo do Módulo X Abril 9, 2012

Posted by netodays in Resumo.
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Propõe-se que ao longo dos Módulos os alunos façam uma mensagem com o título RESUMO-Mx, em que x representa o número do respectivo Módulo, com o limite de 1.000 palavras. O objectvo é reduzir a distância entre o conjunto de posts dispersos pelo blogue, e o teste em papel, obrigatório no final do Módulo. Supõe-se que o esforço se síntese dos conteúdos em 1.000 palavras se traduzirá por uma sistematização das aprendizagens e pela selecção dos conteúdos com maior relevância.

Pretende-se também passar a fazer uma avaliação qualitativa dos blogues, não apenas observar a quantidade dos posts feitos. O Resumo, como post livre permitirá que os alunos revelem maior criatividade e diferenças de desempenho.

Para premiar este esforço, no momento do teste escrito, os alunos poderão dispensar-se de responder a duas questões, escrevendo somente a expressão “Ver Resumo”. Se o Resumo contiver a resposta às questões assinaladas ser-lhes-á atribuída a cotação total. Excluem-se desta possibilidade quaisquer questões que envolvam a necessidade de proceder a cálculos, bem como à interpretação dos mesmos ou de dados ou gráficos fornecidos, porque esse tipo de questões não se conseguem prever num Resumo 😉 No entanto, temos em Economia muitas definições, características, variáveis explicativas, dimensões, etc. que se enunciam quase sempre da mesma maneira, e portanto com muita probabilidade ficarão no Resumo muitas respostas solicitadas no Teste do Módulo 😉

O lapso de Vítor Gaspar Abril 6, 2012

Posted by netodays in Vítor Gaspar.
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Tem muita lata para fazer experimentalismo social, e depois de não ter outra explicação, enfim, admitir um lapso, expressão suavizada de erro que os políticus nunca admitem. Estava na memória de todos a sua promessa de que os cortes dos subsídios de férias e de Natal apenas seriam mantidos até 2013, como tinha afirmado em 2011.

Classes sociais e mobilidade social Abril 6, 2012

Posted by netodays in classes sociais, estratos sociais, mobilidade social.
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Analisando as respostas por segmento sociodemográfico por comparação com os valores do total, vemos que os homens apresentam maior afinidade com o Google +, as mulheres com o Netlog, os indivíduos de 35 a 44 anos com o LinkedIn e os indivíduos das classes [sociais] mais elevadas com o Flickr.
Fonte: Marktest

    Estratificação
    Utiliza-se uma amostra estratificada com um total de 160 estratos, já que os indivíduos que fazem parte da base de amostragem são classificados segundo as variáveis:
    • Região (5): Norte; Centro; Lisboa; Alentejo; Algarve
    • Género (2): Feminino; Masculino
    • Classes Etárias (4): 16 – 29 anos; 30 – 49 anos; 50 – 64 anos; 65 e mais anos
    • Intervalos de rendimento (euros/ano) equivalente do Agregado Doméstico Privado (ADP), definidos pelos quartis dessa variável determinados para o Continente (4):
    1: R ≤ € 5 133,85
    2: € 5 133,85 < R ≤ € 7 470,00
    3: € 7 470,00 < R ≤ € 11 222,88
    4: R > € 11 222,88
    Fonte: Documento Metodológico do INE

    NOTA: 5 x 2 x 4 x 4 = 160

Classes sociais e estratos sociais são conceitos que se confundem. Depois de ler a documentação no Arquivo, responde às seguintes questões.

1. Apresenta a definição ACM de classe social.

2. Problematiza a definição ACM de classe social no caso particular de a nossa amostra ser constituída por estudantes.

3. Indica cinco diferentes critérios de estratificação social.

4. Problematiza a mobilidade social em diferentes sociedades.

Ambiente – riscos e incertezas Abril 5, 2012

Posted by netodays in Ambiente, Beck, riscos e incertezas.
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A NASA já produz vídeos a explicar como as actividades humanas contribuem para a catástrofe ambiental.

Clicar em CC/Transcrever audio para ler as legendas em INGLÊS. Voltar a clicar em CC/Traduzir legendas —- Português, para ler as legendas em PORTUGUÊS.

    A ocorrência de secas deve enquadrar-se em anomalias da circulação geral da atmosfera, a que correspondem flutuações do clima numa escala local ou regional. A situação geográfica do território de Portugal Continental é favorável à ocorrência de episódios de seca, quase sempre associados a situações meteorológicas de bloqueio em que anticiclone subtropical do Atlântico Norte se mantém numa posição que impede que as perturbações da frente polar atinjam a Península Ibérica.
    http://www.meteo.pt/pt/oclima/observatoriosecas/

    Nos últimos 10 anos a situação de seca mais grave que ocorreu foi no período de novembro 2004 a fevereiro de 2006. Na tabela 3 apresentam-se as percentagens de território afetado pela situação de seca meteorológica entre dezembro e 31 de março para 2011/12 e 2004/05, verificando-se em 2012 uma situação mais gravosa do que em 2005, em termos de seca meteorológica.
    http://www.meteo.pt/bin/docs/tecnicos/Seca31MAR.pdf

As alterações climáticas afectam desigualmente os diferentes países do Mundo. Assim, as variações dos diversos indicadores (incluindo as vítimas) atingem maior magnitude nos países menos desenvolvidos.

http://hdr.undp.org/en/media/HDR_2011_EN_Presentation.pptx

Durante muitos anos, foi possível encontrar na comunidade científica defensores da tese dos ciclos de subida e descida das temperaturas na Terra. Hoje dispomos de séries tão longas, que tornam incontestável a tendência, observando-se o consenso quanto à acção do Homem sobre a natureza, entre os académicos, mas sem consequências ao nível das decisões do domínio político, económico e social.

http://www.ipcc.ch/graphics/2001syr/large/05.16.jpg

Já ninguém duvida dos danos irreversíveis do Planeta, vinculadas aos modos de vida das sociedades industrializadas, observando o aumento da temperatura na Terra.

http://en.wikipedia.org/wiki/Portal:Global_warming

Para problematizar este tema é útil considerar os eixos segurança versus perigo e confiança versus risco.

Numa situação de segurança uma pessoa reage ao desapontamento culpando os outros; numa situação de confiança deve arcar parcialmente com a culpa e pode arrepender-se de ter depositado confiança em alguém ou alguma coisa. A distinção entre confiança e segurança depende de a possibilidade de frustração ser ou não influenciada pelo próprio comportamento anterior de cada um, e portanto, da correlativa discriminação entre risco e perigo. (Giddens, 1992, p. 31).

Os problemas ambientais, a possibilidade de uma guerra nuclear, o terrorismo, as crises financeiras, as falhas nos sistemas periciais (*) caracterizam aquilo a que Ulrich Beck designou por sociedade de risco. A sociedade de risco significa que vivemos na idade dos efeitos secundários, isto é, habitamos um mundo fora de controlo, onde nada é certo além da incerteza. O desenvolvimento da ciência e da tecnologia permitiu o progresso económico das sociedades ocidentais; porém, o fruto desse desenvolvimento contribuiu para a emergência de novos riscos.

Segundo Luhmann (1993) a noção de risco depende mais do modo como é observado e não tanto das suas pressupostas características objectivas. O risco tornou-se numa variante que distingue entre aquilo que é desejado e indesejado. Para o autor o risco e o perigo estão ambos associados à ideia de potencial perda futura, no entanto a sua posição defende a distinção de ambos os conceitos. Segundo Luhmann (1993) podemos falar em perigo se as consequências ou prejuízos de um determinado acontecimento ocorrerem de forma independente da nossa vontade, ou seja, se a origem do evento provier de fontes externas. Pelo contrário, podemos falar em risco quando determinados acontecimentos tiverem origem em decisões próprias. O autor recorre aos seguintes exemplos: Quem fuma aceita o risco de morrer de cancro, embora para quem inala o fumo dos outros o cancro deve ser visto como um perigo. Alguém que assume o risco de morrer num acidente de viação, por decidir conduzir a alta velocidade, transforma esta situação num perigo para os outros automobilistas ou para os peões. Assim, a mesma acção pode ser um risco para uns e um perigo para outros.
http://www.aps.pt/vicongresso/pdfs/323.pdf

Salienta-se que entre os portugueses não existe o hábito de procurar informação sobre os riscos. Observa-se contudo que os mais literatos, os profissionais liberais, aqueles que têm rendimentos do seu trabalho mais elevados – o último escalão incluirá rendimentos do capital não negligenciáveis – são os que procuram mais frequentemente documentar-se.

Fonte: Os Portugueses e os Novos Riscos

Não procurar activamente informação é grave, porque a inacção é muitas vezes mais arriscada e há alguns riscos que nós temos que enfrentar, quer queiramos, quer não. Perigo e risco estão estreitamente relacionados, mas não são a mesma coisa. A diferença não depende de um indivíduo pesar ou não conscientemente as alternativas, ao considerar ou adoptar uma determinada linha de acção. O que o risco pressupõe é precisamente o perigo (não necessariamente a consciência do perigo). Uma pessoa que arrisca alguma coisa desafia o perigo, sendo este entendido como uma ameaça para os resultados desejados. Qualquer pessoa que assuma um “risco calculado” está consciente da(s) ameaça(s). (Giddens, 1992, p. 24).

Que nos importa isto?

Como poderemos considerar os riscos de uma catástrofe ecológica se os seus factores explicativos estão tão afastados do nosso controlo individual?

A MAIOR PARTE DE NÓS NÃO PODE.

Quem se preocupa com a possibilidade de uma catástrofe ecológica tende a ser considerado psiquicamente perturbado.

Embora não seja irracional que alguém estivesse permanentemente e conscientemente angustiado, esta forma de ver paralisaria a vida quotidiana normal. Numa reunião social este assunto é inconveniente.

Giddens descreve a catástrofe ambiental recorrendo à metáfora do Carro de Jagrená. (“Juggernaut” no original, refere-se a um mito religioso hindu, com origem na palavra “Jaggannath”, “senhor do Mundo”, que é um dos nomes de Krishna. Uma imagem desta divindade era levada todos os anos pelas ruas num enorme carro, sob o qual se lançavam, sendo esmagados pelas suas rodas).

O leigo – e todos nós somos leigos no que respeita à maioria dos sistemas periciais – tem de se deixar ir no Carro de Jagrená, que vai descendo o desfiladeiro sem qualquer controlo. A falta de controlo que muitos de nós sentimos no que toca a algumas circunstâncias das nossas vidas é real. Tudo pode desaparecer agora, a civilização, a história, a natureza. Que podemos fazer?

Giddens descreve quatro reacções adaptativas:

I) Aceitação pragmática – Muitos convivem bem com a catástrofe ecológica porque nem pensam nela, pois se pensassem seria aterrador

II) Optimismo persistente – Outros acreditam que podem ser encontradas soluções tecnológicas e sociais para os problemas

III) Pessimismo cínico – Podem-se encontrar pessoas oportunistas – o melhor é gozar o dia de hoje -, que vêem ali boa oportunidade de tirar proveito para si próprios

IV) Activismo radical – Atitude de contestação prática às fontes de perigo identificadas

Weber não explica a paralisação da acção social neste contexto, observando que os elos da racionalidade são cada vez mais apertados!!!

1. Refere as consequências ambientais da manutenção dos padrões de consumo.

2. Justifica de entre as reacções adaptativas referidas, qual a que te parece congruente com a luta preservação da Humanidade na Terra.

3. Problematiza a sociedade do risco e incerteza, tendo em consideração a diferente apetência dos grupos sociais pela informação.

4. Calcula a tua pegada ecológica e indica cinco aspectos que deverás mudar.

Recursos

(*) Sistemas periciais são sistemas de realização técnica, ou de pericialidade profissional, que organizam vastas áreas do ambiente material e social em que vivemos (Giddens, 1998, p. 19). Muitos leigos consultam “profissionais” – advogados, arquitectos, médicos, mecânicos, etc. – de forma periódica ou irregular. Isto é uma característica da modernidade.
Os riscos e as incertezas da sociedade actual/catástrofe ambiental decorrem da incapacidade dos “profissionais” para indicarem uma respectiva solução técnica.

Consumo e estilos de vida Abril 3, 2012

Posted by netodays in estilos de vida, McDonaldização.
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Na sociedade de consumo as opções de aquisição dos bens já não determinadas pela satisfação de necessidades básicas, mas principalmente pelo seu significado simbólico.

Bourdieu, perspectiva a noção de “capital” “sob a forma de um recurso que representa riqueza, uma “energia social”, e um poder”. Dentro destes capitais, existe o capital simbólico que é a associação última, por exemplo, de outros capitais: o económico, o cultural, o social. O simbolismo é tudo o que sacraliza, são as aparências tornadas legítimas aos olhos dos outros. O simbolismo tem o dom de marcar a diferença; é o reconhecimento de uns em relação aos outros.

“A actividade simbolizante e semântica do homem não se exprime, de facto, somente, com a língua e a palavra,

mas igualmente, com todo o conjunto de padrões de comportamento e das instituições sociais. Qualquer acção do homem pode assumir o valor dum símbolo, isto é, pode ser inserida num sistema de interpretações e de expressões com as quais o próprio homem procura precisar a sua própria relação com a realidade cósmica, quer como indivíduos, quer como associações”.

Por outro lado, associado a esta carga simbólica, estão, inevitavelmente, presentes, os estilos de vida. Por sua vez, estes não podem ser entendidos sem serem

inseridos num compromisso entre as aspirações dos indivíduos e dos constrangimentos da sociedade e do meio envolvente. Os estilos de vida dependem dos valores, que nada mais são, em termos sucintos, que o “mapa” mais abrangente de uma sociedade ou de uma cultura. Os valores modificam-se de acordo com os fluxos culturais (são as tendências dinâmicas que modificam sobre um longo período da hierarquia dos valores, os modos de pensamento e de expressão, os hábitos de comportamentos numa cultura, de forma diferenciada segundo os tipos de pessoas).
http://www.aps.pt/cms/docs_prv/docs/DPR462df6d1ecd2b_1.PDF

Os novos estilos de vida reflectiram-se no campo alimentar pela importância crescente do fast-food, que introduziu certamente novos hábitos de consumo e de lazer na sociedade portuguesa.

    TEXTO: McDonald’s, fenómeno global no espaço local

    A McDonald’s, com os seus famosos “Arcos Dourados”, é mais que uma cadeia de restaurantes e que uma experiência gastronómica. Estando associada a uma série de significados e práticas sociais, conduz-nos, a um mundo de fantasia e divertimento, expresso nos sorrisos dos funcionários, na figura de Ronald McDonald, nas próprias cores típicas da companhia (vermelho e amarelo), no ambiente que encontramos nos restaurantes e em diversas actividades destinadas ao seu público-alvo, as crianças e as famílias, tais como as festas de anos e as próprias promoções relacionadas com o Happy Meal.

    Devemos, no entanto, questionar quer o modo como estes símbolos mundialmente reconhecidos se tornaram parte integrante da cadeia quer os próprios símbolos. Todos aqueles critérios, a partir dos quais nos habituámos a pensar na McDonald´s, são construções culturais, como nos lembra John Law (apud Star: 1996), devendo ser analisados sob este ponto de vista.
    Sendo a McDonald’s um símbolo da globalização, da “americanização” e da “McDonaldização”, suscita o debate que opõe os que defendem que a globalização e os objectos culturais globais destroem o particular e único, contribuindo para o seu desaparecimento, aos que, por outro lado, acreditam no carácter mutuamente constitutivo do local e do global. Entendendo-se a globalização como a intensificação de trocas sociais, políticas, económicas e culturais a nível mundial, devemos, a nosso ver, compreender este conceito e os fenómenos a ele associados, particularmente no campo da alimentação, como estando numa tensão entre a tendência para a homogeneização e a impulsão do aumento da diversidade e heterogeneidade, permitindo o acréscimo do poder de escolha e o contacto com outras realidades.
    É verdade que a McDonald’s está espalhada um pouco por todo o mundo, sendo responsável pela introdução de um tipo de alimentação homogénea e padronizada em

    várias partes do planeta. No entanto, o impacto da sua implantação depende do país em causa. Não podemos generalizar as consequências da introdução da McDonald’s, pois estaríamos a correr o risco de considerar o próprio mundo e os consumidores como estandardizados.
    O facto de pertencermos a uma dada cultura dá-nos acesso a determinados significados que utilizamos quotidianamente para atribuir sentido ao mundo em que vivemos. Assim, o contexto cultural tem consequências no modo como o local absorve as formas culturais globais, as transforma e adapta à sua realidade, originando fenómenos globais híbridos recontextualizados.
    No campo alimentar, devemos ter em conta que aquilo que comemos depende da sociedade em que vivemos e está sujeito a alterações ao longo do tempo, que estão associadas à criação de novas necessidades. Como nos lembra Margaret Visser (1998:117-130), quando uma sociedade aceita um novo alimento, fá-lo porque este pode preencher um determinado papel, mesmo que este esteja relacionado com fenómenos de moda. A McDonald’s deve ser compreendida como uma cadeia que produz um tipo de alimentação estandardizada que é introduzida nas diversas sociedades locais que, por sua vez, e até certo ponto, a transformam, combinando-a com as suas práticas alimentares locais, em associações únicas que contribuem para a diversificação alimentar.
    A Cadeia, enquanto fenómeno cultural, deve ser apreendida do ponto de vista da produção, do marketing, do consumo e do uso, uma vez que devemos ter em atenção a criatividade da companhia e dos consumidores, o que nos remete para a noção de consumo de McCracken (1988), o processo pelo qual os bens de consumo e os serviços são criados, comprados e usados.
    Compreender o processo de produção é mais do que tomar conhecimento do modo como são confeccionados os hambúrgueres e as batatas, uma vez que isso, por si só, não nos permite saber como é construído o significado social conotado com a McDonald´s. A apreensão do modo como os significados e práticas que associamos à McDonald’s se tornaram emblemáticos implica a análise dos processos de difusão utilizados pela cadeia para transmitir mundialmente a sua mensagem, da sua história e cultura, o que está directamente associado à identidade da mesma e ao perfil dos funcionários e dos franqueados que encontramos na McDonald´s.
    http://www.aps.pt/cms/docs_prv/docs/DPR4628d6b350935_1.pdf

A McDonaldização dos hábitos alimentares decorre parcialmente de novas exigências produtividade económica, com efeitos não negligenciáveis sobre o aumento da obesidade, que “constitui um importante problema de saúde pública com consequências económicas de grande dimensão. Os obesos têm um risco acrescido de contrair doenças e de sofrer morte prematura devido a problemas como a diabetes, hipertensão arterial, AVC, insuficiência cardíaca e algumas neoplasias malignas”.
http://www.adexo.pt/pdf/JP_CM_obesidade%20RPSP_final.pdf

Os médicos alertam sistematicamente para a necessidade dos indivíduos cuidarem do “corpo”:

    A actividade física pode salvar a vida, literalmente. Os benefícios de exercitar o corpo durante 30 a 60 minutos por dia, vários dias por semana são muitos:
    – reduz o risco de doenças cardiovasculares;
    – ajuda a controlar e a prevenir factores de risco como a pressão arterial alta, o colesterol elevado e a obesidade;
    – ajuda a baixar os níveis de stress;
    – aumenta a energia;
    – melhora o sono e a digestão;
    – melhora o bem-estar geral e estimula a procura de estilos de vida mais saudáveis.
    http://www.fpcardiologia.pt/cuidedesi_1.html

Numa sociedade de consumo, as convicções e convenções são substituídas pela flexibilidade e pela mobilidade, permitindo deste modo, e através do próprio consumo, transformar as representações da ‘boa vida’ em realidade. Por isso, a construção do ‘eu’ traduz-se na posse de bens desejados e na prossecução de estilos de vida que envolvem uma dada construção corporal. Funde-se a preocupação interna com a saúde e a preocupação externa com a aparência, o movimento e o controlo do corpo.

Dois factores são fundamentais na sociedade de consumo: a dieta e o

exercício físico. Estas formas de investimento corporal são usadas para preservar a vida, aumentando os seus prazeres, que passam por consumir, gastar e saciar o desejo: o corpo na cultura de consumo é então um veículo de prazer. (…)

Ao longo dos tempos surge nas sociedades ocidentais uma noção de feminilidade que se entrecruza com a de consumismo e com a imitação de figuras de prestígio. Traçando uma evolução temporal, estas figuras de referência foram, aristocratas, seguidamente herdeiras de grandes fortunas, estrelas de cinema e depois modelos, estrelas pop e de televisão. Estas referências influenciaram pois o denominado ‘look’, ou seja, o conjunto iconográfico feminino. Logo, a identidade da mulher surge associada à exposição dos seus atributos (Craik, 1994). (…)

As adolescentes são das mais permeáveis ao culto dos vários modelos, seja através da tentativa de obtenção dos símbolos adoptados pelos seus ídolos, como as roupas ou os enfeites corporais, seja através da imitação dos seus maneirismos, positivamente valorizados nas sociedades de consumo. (…)

A questão do consumo torna-se pois fundamental para a construção da imagem corporal. Um corpo mal cuidado torna-se uma vergonha da classe – a que se pertence ou a que se aspira – que é concomitantemente projectada sobre esse mesmo corpo. Consequentemente, o corpo torna-se o signo de status mais estreitamente associado à pessoa, tornando-se a ocasião e o pretexto de um número sempre crescente de consumos (Maisonneuve e Bruchon-Schweiter, 1981). Simultaneamente, a aparência e a apresentação do corpo tornam-se centrais na construção da auto-identidade, através do desenvolvimento da consciência do corpo, que se deve aproximar o mais possível das imagens ideais para aumentar o seu valor, em termos de bem negociável e ‘vendável’ (Fox, 1997). Os corpos passam assim de produtores a produtos de consumo, apesar de não serem objectos passivos, na medida em que eles próprios consomem.

Na esteira de Giddens (1997), pode-se afirmar que a relação entre o corpo e a auto-identidade é cada vez culto do corpo e da aparência encobre assim a preocupação com o controlo activo e com a construção do corpo através das várias opções de estilos de vida que a modernidade reflexiva possibilita (Giddens, 1997).

Dá-se então uma espécie de fusão entre a preocupação interna com a saúde e a preocupação externa com a aparência, o movimento e o controlo do corpo. Por isso, hoje ter-se um corpo musculado, tonificado, firme, simboliza uma atitude social correcta, uma vez que corresponde a uma preocupação com a maneira como se ‘parece’ aos outros. Para mais, esta pertença envolve controlo, força de vontade e energia, a tradução de uma imagem de auto-suficiência e sucesso que é o ideal das sociedades (pós-) modernas – e que resulta da influência das várias figuras de referência. O recurso crescente à cirurgia estética para reconstruir os corpos acentua esta tendência.

Aliás, a cirurgia estética pode ser vista como algo que, paradoxalmente, permite às mulheres sentirem-se sujeitos corporalizados e não ‘corpos objectivados’, vivenciando o corpo de uma forma plena, na medida em que agem sobre eles e os transformam, transformando-se também a elas próprias (Williams e Bendelow, 1998).

A saúde está deste modo envolvida na sociedade de consumo, através, por exemplo, da indústria da boa forma, como os aparelhos de ginástica que substituem a corrida, o andar de bicicleta, o remar, etc.. Sobressaem pois duas visões antagónicas: a) a noção de saúde como controlo, que reflecte e reforça os imperativos do capitalismo tardio em relação a uma força de trabalho disciplinada e produtiva; e b) a saúde vista como libertação – tornando-se uma metáfora para o imperativo em relação ao consumo. Chocam assim as necessidades de disciplina com as necessidades de prazer; o corpo é o reflexo da disposição e das contradições culturais da sociedade capitalista tardia (Williams e Bendelow, 1998).
http://www.aps.pt/vicongresso/pdfs/204.pdf

1. Define estilos de vida.

2. Identifica novos estilos de vida, referindo as preocupações com o “corpo” para os objectivar.

3. Partindo do exemplo do fast-food, discute a tendência para a uniformização dos padrões de consumo a nível mundial versus adaptação dos produtos aos contextos locais.

4. Relaciona a globalização com os novos estilos de vida (consumos lights, desportos radicais, consumos com consciência ambiental, etc.).

Outros recursos

Sexting Abril 2, 2012

Posted by netodays in Sexting.
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Quando as nossas imagens íntimas vão parar à Internet

Artigo de Bárbara Wong, no PÚBLICO.

Arquivado por Aventura Social Mais Recursos sobre Sexting em…

Globalização Abril 2, 2012

Posted by netodays in Castells, globalização.
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A economia informacional é global. Uma economia global é uma nova realidade histórica diferente de uma economia mundial. Segundo Fernand Braudel e Immanuel Wallerstein, economia mundial, ou seja, uma economia em que a acumulação de capital avança por todo o Mundo, existe no Ocidente, no mínimo desde o século XVI. Uma economia global é algo diferente: é uma economia com capacidade para funcionar como uma unidade em tempo real, à escala planetária. (…) Economia global é uma economia cujas componentes nucleares, têm a capacidade institucional, organizacional e tecnológica para trabalharem como uma unidade em tempo real ou num tempo convencionado, a uma escala planetária (Castells, 2007a, p. 124).

A economia portuguesa encontra-se aberta ao exterior num grau análogo ao de numerosos outros países.

http://dx.doi.org/10.1787/888932503797

Mas a inexistência de um sector industrial será uma das razões que justifica o défice estrutural da balança corrente, abaixo indicado em percentagem do PIB.

http://dx.doi.org/10.1787/888932504272

O desenvolvimento das TIC nunca foi um ponto forte da sociedade portuguesa, mas desde que a Internet passou a ser comercializada – desde 1990(*) – mudou as rotinas diárias das famílias.

Os meios de comunicação também têm sentido necessidade de se adaptar ao meio electrónico. Vivemos num paradigma em que o jornalista escrevia notícias padronizadas para uma massa de leitores, emergindo agora a sua integração em redes sociais onde estes ainda não descobriram um modelo de negócio.

O teórico mais respeitado dos meios de comunicação é Marshall McLuan. Para ele “As sociedades têm sempre sido redesenhadas mais pelas características dos meios de comunicação utilizados pelos homens que pelo conteúdo da comunicação”.

Todos os media são extensões de algumas faculdades humanas, mentais ou físicas. A roda é uma extensão dos pés. O livro é uma extensão dos olhos. A roupa é uma extensão da pele. Os sinais eléctricos são uma extensão do sistema neuronal-central. A forma como são transmitidos estes sinais afecta a forma como nós pensamos, e quando muda o modo de transmissão a sociedade também muda.

Estamos habituados a pensar excessivamente no conteúdo das mensagens, mas como nos recorda Marshall McLuan, “o meio é a mensagem”, o meio é uma provocação, uma forma de pedir atenção, não é qualquer coisa neutral, desenha o mapa, sobretudo quando o meio é novidade. Eis alguns dos seus tweets:

Não interessa o que você diz ao telefone; o facto é que você está lá.

À velocidade da luz não existe uma sequência; tudo acontece de uma só vez.

Nosso novo ambiente eléctrico obriga ao empenho e participação e preenche as necessidades psíquicas e sociais do homem em níveis profundos.

A extensão de nosso sistema nervoso como um ambiente de total de informação é uma extensão do processo evolutivo.

A aldeia global é um lugar de interfaces muito difíceis e situações muito abrasivas.

Os novas mídias procuram que você se envolva e tome parte da acção.

Quando a informação se torna totalmente ambiental e instantânea, é impossível ter monopólio do conhecimento.

Como é possível que o hardware do teu computador seja mais barato que a licença do Windows?
Uma pista interessante para responder a esta pergunta encontra-se no vídeo The Story of Stuff, a história das coisas, que apresenta a sociedade de consumo como motor do sistema capitalista.

Num post com 1000 palavras, pretende-se que tenha em consideração os seguintes objectivos:

– Constatar a aceleração das trocas e dos movimentos da população a nível mundial

– Referir as várias dimensões do fenómeno da globalização (económica, financeira e cultural)

– Explicitar a importância da globalização da economia referindo o papel das empresas transnacionais (ETN), frequentemente designadas multinacionais

– Explicitar o papel dos meios de comunicação (audiovisuais, agências de informação, imprensa, livros, publicidade, bases de dados, TIC, internet, etc.) na difusão cultural

– Explicar o papel dos meios de comunicação social na sociedade actual

– Relacionar a globalização com as novas representações sociais

– Aculturação. A língua inglesa como factor homogeneizador das culturas nacionais / As TIC como novas possibilidades de expressão de culturas minoritárias (o exemplo do Mirandês, Site para aprender Mirandês * Vídeo sobre o Mirandês )

NOTA

(*) A Internet começou a ser comercializada em 1990 pelo PUUG. O ISP de maior dimensão viria a ser a Telepac que começou a fornecer o serviço Internet entre 1992 e 1995, mas só partir de 1999/2000 se popularizará.

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