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Deolinda – Parva que sou! Fevereiro 7, 2011

Posted by netodays in adolescência, baú-musical, crise financeira.
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Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

O êxito desta canção surpreendeu autores e interpretes. É referida este fim-de-semana em toda a imprensa, e tem sido republicada nos blogues e nas redes sociais. Conquistou imediatamente o público porque a juventude e amplos sectores dos adultos mais jovens se identificam com a letra, já considerada de intervenção. O grande problema de agora é que a Revolução já está feita! Mind This Gap mostra que quem  estudou pode votar com os pés.

Leitura crítica da construção da adolescência e da divulgação de dados pessoais Julho 11, 2010

Posted by netodays in adolescência, blogues, MDS.
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Os psicólogos referem-se unanimemente à adolescência como uma fase problemática na formação do individuo. Erikson atribui à adolescência a tarefa de construção da identidade, e Schoen et al) retoma o seu trabalho utilizando dados estatísticos para concluir que os jovens estão atrasados!

O artigo de Huffaker e Calvert conclui que os jovens se expõem demasiado através dos blogues examinando os problemas da identidade e da linguagem online entre jovens de ambos os géneros (masculino e feminino). Este “excesso” de informação revelado pelos jovens inclui o primeiro nome (70%), a idade (67%) e um endereço de e-mail ou instant messsenger ou link para o blogue (61%). O nome completo será uma prática residual de newbies (20%).
Este artigo recordou-me as críticas que habitualmente se fazem ao IRC. Diz-se que é sempre a mesma coisa porque são feitas sempre as mesmas perguntas:
1. – És rapaz ou rapariga?
2. – Que idade tens?
3. – Com quem vives?
4. – O que fazes?
5. – Onde moras?
A pergunta 1. é inteligentemente torneada pelos jovens bloggers, que a ultrapassam indicando o primeiro nome;) Se eu disser que sou José já sabem que não sou uma rapariga! A idade até pode depreender-se com alguma precisão da leitura dos blogues, mas eu diria que os jovens consideram este elemento importante demais para não o divulgar. É indispensável que os outros nos possam contactar! Para os autores apenas 61% dos jovens indicaram “informação de contacto”, mas se fosse eu a fazer o estudo esta percentagem elevar-se-ia a 100% porque os blogues também recebem comentários 😉
É evidente que os jovens têm de ser verdadeiros nesta informação básica, que nós apenas não perguntamos quando estamos nas situações de diálogo face-a-face porque ela é evidente, frente aos nossos olhos 😉 Realmente a nossa conversa não é a mesma com homens ou com mulheres, com crianças ou com adultos, portanto tal como nós precisamos de conhecer determinada informação básica de referência sobre o outro, também os bloggers precisam de divulgar essa mesma informação.
A pergunta 5. será certamente a mais perigosa em termos de segurança dos jovens, e estes são suficientemente inteligentes para não lhe responderem nos blogues.
Quando ao “atraso” dos jovens recordaria aos psicólogos que a adolescência resulta do prolongamento da escolaridade obrigatória nas sociedades modernas. É a fase da vida em que as “crianças” permanecem na escola por imperativos da sociedade democrática e da igualdade de oportunidades. Com o alargamento da escolaridade obrigatória chegamos a ter crianças com 18 anos (!) que por frequentarem a escola têm direito a cama, mesa e roupa lavada na CP (casa dos pais!)
Nas comunidades primitivas, os rituais de iniciação marcam a transição da criança para o adulto! A adolescência é uma invenção ocidental associada à eternização da vida escolar.

Entrevista a jovens sobre a utilização social dos media digitais Junho 7, 2010

Posted by netodays in adolescência, blogues, Identidade, Internet, MDS.
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A construção da identidade pessoal é considerada a tarefa mais importante da adolescência. Zacarés (1997, citado por Schoen–Ferreira e tal, 2003) entende que a identidade desenvolve-se durante todo o ciclo vital, mas é no período da adolescência que ocorrem as transformações mais significativas. É a primeira etapa da vida onde estão reunidos todos os ingredientes para uma construção de identidade social.
A Internet transformou a nossa sociedade numa rede à escala global. Todas as actividades humanas estão a ser modificadas pela “invasão” da Internet.
Os jovens através da Internet realizam e transformam pessoalmente aprendizagens significativas. Escutar o que estes têm a relatar das suas experiências online dá-nos uma perspectiva valiosa para compreender o papel que as novas tecnologias estão a desempenhar sobre a adolescência.
O objecto deste trabalho é identificar marcas identitárias da adolescência analisando a utilização que os jovens fazem da Internet, através de entrevistas, tendo em conta os seguintes tópicos: perfil do entrevistado; conhecimento dos media; formas de participar nos media; eu e os media; eu e os amigos nos media e relações entre os media e família. Foram realizadas nove entrevistas, a alunos com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos.
“As operações primárias da pesquisa, que precedem todas as finalidades de explicação ou mesmo do tratamento do material recolhido, são fundamentais, mas frequentemente são as menos problematizadas ou exploradas” (Boltanski, Thévenot, 2001:13) porque os cientistas sociais gostam de criar grandes categorias que utilizam na explicação dos fenómenos. Neste trabalho, uma vez que dispunhamos apenas de 9 entrevistas a própria realidade impôs que a sua análise seria necessariamente de carácter qualitativo, valendo sobretudo pelas justificações apresentadas pelos entrevistados, que destacámos ao longo do texto, como fonte de reflexão e elemento chave das conclusões que apresentamos.

NOTA: Este texto é a Introdução de um Trabalho de Grupo.

Leitura crítica da construção da adolescência e da divulgação de dados pessoais Abril 10, 2010

Posted by netodays in adolescência, dados pessoais, Internet, MDS.
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Ler aqui.

Leitura crítica da construção da adolescência e da divulgação de dados pessoais Abril 10, 2010

Posted by netodays in adolescência, blogues, dados pessoais, Internet.
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Os psicólogos referem-se unanimemente à adolescência como uma fase problemática na formação do individuo. Erikson atribui à adolescência a tarefa de construção da identidade, e Ferreira et al) retoma o seu trabalho utilizando dados estatísticos para concluir que os jovens estão atrasados!

O artigo de Huffaker e Calvert conclui que os jovens se expõem demasiado através dos blogues examinando os problemas da identidade e da linguagem online entre jovens de ambos os géneros (masculino e feminino). Este “excesso” de informação revelado pelos jovens inclui o primeiro nome (70%), a idade (67%) e um endereço de e-mail ou instant messsenger ou link para o blogue (61%). O nome completo será uma prática residual de newbies (20%).

Estes artigos recordaram-me as críticas que habitualmente se fazem ao IRC. Diz-se que é sempre a mesma coisa porque são feitas sempre as mesmas perguntas.

1. – És rapaz ou rapariga?

2. – Que idade tens?

3. – Com quem vives?

4. – O que fazes?

5. – Onde moras?

A pergunta 1. é inteligentemente torneada pelos jovens bloggers, que a ultrapassam indicando o primeiro nome;) Se eu disser que sou José já sabem que não sou uma rapariga! A idade até pode depreender-se com alguma precisão da leitura dos blogues, mas eu diria que os jovens consideram este elemento importante demais para não o divulgar. É indispensável que os outros nos possam contactar! Para os autores apenas 61% dos jovens indicaram “informação de contacto”, mas se fosse eu a fazer o estudo esta percentagem elevar-se-ia a 100% porque os blogues também recebem comentários;)

É evidente que os jovens têm de ser verdadeiros nesta informação básica, que nós apenas não perguntamos quando estamos nas situações de diálogo face-a-face porque ela é evidente, frente aos nossos olhos 😉 Realmente a nossa conversa não é a mesma com homens ou com mulheres, com crianças ou com adultos, portanto tal como nós precisamos de conhecer determinada informação básica de referência sobre o outro, também os bloggers precisam de divulgar essa mesma informação.

A pergunta 5.será certamente a mais perigosa em termos de segurança dos jovens, e estes são suficientemente inteligentes para não lhe responderem nos blogues.

Quando ao “atraso” dos jovens recordaria aos psicólogos que a adolescência resulta do prolongamento da escolaridade obrigatória nas sociedades modernas. É a fase da vida em que as “crianças” permanecem na escola por imperativos da sociedade democrática e da igualdade de oportunidades. Com o alargamento da escolaridade obrigatória chegamos a ter crianças com 18 anos (!) que por frequentarem a escola têm direito a cama, mesa e roupa lavada na CP (casa dos pais!)

Nas comunidades primitivas, os rituais de iniciação marcam a transição da criança para o adulto! A adolescência é uma invenção ocidental associada à eternização da vida escolar.