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Comparação do Ensino Tradicional com a Aprendizagem Colaborativa Maio 13, 2011

Posted by netodays in AT, blogues, CSCL.
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A propósito do estudo do CSCL encontrei esta tabela que compara o Ensino Tradicional com a Aprendizagem Colaborativa nas pp. 134/5 do e-book http://livroeducacaoetecnologias.blogspot.com/

Primeira observação. A distinção refere-se à aprendizagem colaborativa, sem necessidade de explicitar qualquer teoria de aprendizagem, pois o contexto em que decorrem as aprendizagens encarrega-se de fornecer aos professores as “balizas” suficientes ao enquadramento das suas actividades.

A avaliação encarada como “medição” de saberes adequava-se as ensino tradicional, em que o aluno era treinado para papaguear. Porém, não há forma de medir processos interactivos e participativos, emergindo a avaliação de carácter formativo ou de suporte como o tipo de avaliação privilegiada pela sociedade da informação. Só desde modo a gestão do processo educacional caberá aos grupos – como propõe Stahl – e o controlo da qualidade será realizado por comunidades de prática, de educadores e aprendizes.

Como avaliar quando se utilizam blogues é algo que está a ser inventado! Eu já fiz testes (e exames finais) assim como já fiz trabalhos, e já combinei as duas coisas. A experiência indica-me que a melhor avaliação dos alunos é aquela que recorre a mais instrumentos.

O nosso Ambiente Personalizado de Aprendizagem (PLE), o construtivismo e o conectivismo Abril 25, 2011

Posted by netodays in AT, blogues, Conectivismo.
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Para que serve o nosso Ambiente Personalizado de Aprendizagem (PLE)?

Vou copiar a parte que se segue de um post:

Para comunicação…
Para literacia…
Para posse…
Para partilha…
Para colaboração…
Para discussão…
Para concessão…
Para interacção…
Para motivação…
Para participação…
Para engajamento…
Para excitação…
Para conversação…
Para a criatividade…
Para reflexão…
Para alargar as paredes da sala de aula…
Dar aos estudantes uma “voz”.
Dar aos estudantes uma audiência…
Dar aos estudantes um ambiente de aprendizagem…
…aberto 24 horas / 7 dias por semana.
Para lhes dar competências úteis para os seus futuros digitais.
Escrever para aprender…
Blogar para aprender.
http://stcx.blogspot.com/2008/11/por-que-devem-os-alunos-utilizar-um.html

Se nós formos bons construtivistas, onde é que fica o conhecimento quando o construímos? No nosso PLE, que actualmente integra a Internet, e portanto é uma rede sempre aberta a mais “amigos”.

Quando escrevo uma reflexão “minha” estou a recombinar outros recursos que li algures noutros pontos da rede, e portanto esse será um pequeno contributo que eu ofereço a toda a comunidade em troca do que recebi.

Se nós formos bons conectivistas, o que é que fazemos?
1. Agregamos – Coleccionamos recursos
2. Adaptamos – Alteramos tendo em conta as nossas necessidades
3. Re-misturamos – Melhoramos o produto que recebemos
4. Alimentamos a rede – Partilhamos com os outros

Diferenças práticas quanto ao resultado final entre construtivistas e conectivistas parecem-me realmente não existir, apenas assentam em pressupostos diferentes. Estou profundamente convencido que um professor, na sua prática pedagógica, fará exactamente o mesmo independentemente das controvérsias entre os modelos teóricos.

O construtivismo tem a vantagem da tradição.

O conectivismo tem a vantagem de parecer mais actualizado com a sociedade do YouTube, Google, Facebook,.. com a web2.0.

Termino indicando dois vídeos interessantes que encontrei recentemente sobre conectivismo:

http://youtu.be/NajbF7L0LKo

http://youtu.be/GGVysr1BpLw

Os hiperespaços para a educação formal, não formal e informal Novembro 28, 2010

Posted by netodays in blogues, HA.
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Uma das perguntas que me fazem frequentemente sobre as ferramentas da Web 2.0 é:

– Qual é a ferramenta mais importante/interessante no contexto educativo?

Às vezes até simplificam perguntando qual é a melhor. Aí a minha resposta é que existe uma enorme lista de ferramentas boas, sendo melhores aquelas que nos forem mais familiares, e para evitar indicar uma ferramenta, costumo sugerir a Top 100 Tools for Learning 2010 List que resulta de uma escolha amplamente participada na Internet, onde cada um pode indicar as três que utiliza mais frequentemente.

Por exemplo, quando se pede aos alunos que discutam se é abusivo falar-se da “Sociedade do Telemóvel” – por oposição à “Sociedade da Informação” – é irrelevante para o tema que utilizem um blogue, uma wiki, produzam um podcast ou um vídeo. O mais provável é preferirem responder no Word, só porque é o que dominam. A forma como respondem depende do seu estádio na arte das TIC, e isto também se aplica à construção de materiais pelos professores.

A aprendizagem no virtual não combina bem a educação formal, podendo até tornar-se particularmente dura. Já imaginaram o horror de um professor a aplicar os critérios de um funcionário das finanças? No caso de uma declaração de IRS submetida no 1º minuto do dia seguinte ao último dia do prazo, paga-se multa! Qual é o professor que fecha o Moodle no prazo fixado? E que humanidade teria?

A aprendizagem no virtual abrange todas as possibilidades de comunicação no decurso da vida do indivíduo, constituindo um processo permanente e não organizado (educação informal) e também se ajusta a uma educação semelhante à formal nos objectivos e conteúdos, mas que permita a cada grupo de estudantes seguir ao seu ritmo (educação não formal).

Imaginar um hiperespaço de aprendizagem com os recursos da Web 2.0 é uma das actividades que proponho aos meus alunos, mas com outro nome. Peço-lhes que critiquem o seu Ambiente Personalizado de Aprendizagem, porque já sei que é pobre.

No hiperespaço todas as ferramentas se ligam facilmente por links, pelo que não vejo nenhuma vantagem em seleccionar apenas uma ferramenta.

A ferramenta que dá uma aparência mais formal à educação, sem dúvida que é o Moodle, mas não deve ser utilizada com muita frequência porque me parece demasiado cansativa e castradora da criatividade. Preferencialmente os textos poderão ser escritos em blogues, e os ficheiros que se queiram associar ao blogue podem ser alojados no Google Sites.

Na aprendizagem não formal e na informal pode haver vantagem em escrever os textos em grupo, tarefa facilitada pelas wikis ou pelo Google Docs.

Os blogues parecem-me de interesse incontornável para todos os alunos, mas a escolha das restantes ferramentas também dependerá dos contextos. Por exemplo, em línguas, os alunos têm interesse em podcasts e vídeo para actividades de storytelling, mas em Economia parece-me mais importante importar os dados dos sites, construir gráficos no Excel e posteriormente publicar e comentar os mesmos num blogue.

Para descrever melhor o hiperespaço de aprendizagem com um dos recursos da web 2.0 seria preciso contextualizar a situação, o que vai para além do que se pretende nesta tarefa.

  • Olá José.
    Começas por lançar uma pista importante: os recursos mais eficientes são aqueles que melhor dominamos. É por isso que devemos ter todo o interesse em alargarmos os nossos conhecimentos de utilização para as várias ferramentas disponíveis na Web 2 e, desse modo, alargamos as hipóteses de acção em termos de partilha e de aprendizagem. E dou o meu próprio exemplo, porque só há muito pouco tempo é que comecei a utilizar o Facebook, como meio de divulgação e de comunicação para um grupo de acção cívica a que pertenço. Até agora, apenas tenho utilizado os blogues e o Moodle como complemento ao ensino formal da Geometria Descritiva e ainda tenho muitos outros recursos por explorar pela minha frente.
    Para além do domínio na utilização, reforço o que também já foi referido noutras mensagens: todos os recursos são interessantes e todos têm potencialidades na construção de um percurso de ensino-aprendizagem. No entanto, não basta afirmar que os recursos são muito bons e que permitem fazer isto ou aquilo. Os recursos são bons se, conhecendo as suas características, soubermos associar essas características aos objectivos de aprendizagem que pretendemos e, assim, tirarmos partido do que os recursos nos oferecem. É por isso que é fundamental a construção de novas abordagens metodológicas na Era Digital, como o Conectivismo divulgado por George Siemens.
    Acima de tudo, precisamos de ser criativos. Os recursos da web e a multimédia têm muito espectáculo, que deslumbram, mas têm que ter conteúdo. Se retirarmos o espectáculo e ficarmos sem nada, não há aprendizagem e não há construção do conhecimento, ou seja, ficamos deslumbrados mas continuamos “burros”.
    A criatividade permite-nos explorar as características de um recurso em termos de aprendizagem (mesmo que seja formal) e de conseguirmos competir com a utilização desses recursos na esfera privada, que tendem a viciar-nos no lazer, no entretenimento e na comunicação fútil.

    Partimos do princípio de que todos os recursos são interessantes, dependendo da utilização de que fazemos deles. Todavia, devemos ter em conta que os recursos podem ter mais ou menos adaptabilidade a um determinado tipo de aprendizagem. Por exemplo, o Facebook tem características que se adaptam a uma aprendizagem informal, enquanto que o Moodle é uma plataforma já largamente usada na aprendizagem formal.
    Acrescento aqui alguns factores que podem ser importantes na escolha de um recurso da web 2:
    – a publicidade a que podemos estar expostos;
    – o aparecimento de mensagens inoportunas;
    – o controlo a que podemos estar sujeitos, mesmo sem o sabermos.
    Quanto à publicidade, o ideal, é que não haja. No entanto, reconheço que alguns recursos têm hipóteses de nos oferecerem algo de útil porque têm um suporte comercial por trás, em forma de publicidade. Neste aspecto, o utilizador pode definir estratégias de utilização da web e, com algum treino, ficar imune à publicidade, ou seja, saber focar aquilo que interessa.
    Por sua vez, as mensagens inoportunas são uma constante nos recursos mais vocacionados para a sociabilidade. Referi que comecei a utilizar recentemente o Facebook numa situação de divulgação e comunicação sobre um determinado assunto e uma das vertentes deste ambiente que causa ruído, é a enorme quantidade de mensagens fúteis que aparecem no mural, como alguém a enviar vacas da Farmville, ou a informação de que um amigo mudou a fotografia de perfil porque tem um penteado novo. Pode ser desconhecimento, mas talvez haja forma de configurar alguns filtros que evitem mensagens fora de um contexto definido.
    O aspecto do controlo é particularmente importante porque nos pode remeter para situações que não desejamos. Por um lado, esse controlo pode evitar os ruídos e as mensagens indesejáveis, o que pode ser útil num ambiente aberto, mas, por outro lado, o controlo pode restringir a livre circulação da informação e atentar à liberdade de escolha.

    Como o José Neto referiu, na web, todas as ferramentas podem estar ligadas entre si, pelo que pode ser restritivo se apenas nos focarmos numa dessas ferramentas.
    Concebo um hiperespaço de aprendizagem precisamente pela abrangência e diversidade de recursos que possui juntamente com a enorme quantidade de pessoas que circulam nesse espaço virtual.
    Assim, o hiperespaço de aprendizagem que imagino corresponde a um plano que nos define como e por onde devemos andar na web, utilizando recursos diversificados, em função de um determinado objectivo de aprendizagem.
    Pode haver um recurso base, que se estabelece como plataforma de partida e de gerenciamento, como por exemplo uma Wiki, mas essa plataforma deve dar ligações a outros recursos e outras plataformas, ligando entre si os nós do conhecimento. Ou seja, estou a referir-me ao conceito de Conectivismo divulgado por George Siemens.
    Até logo.

    Comentário de Jorge Delmar

Leitura crítica da construção da adolescência e da divulgação de dados pessoais Julho 11, 2010

Posted by netodays in adolescência, blogues, MDS.
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Os psicólogos referem-se unanimemente à adolescência como uma fase problemática na formação do individuo. Erikson atribui à adolescência a tarefa de construção da identidade, e Schoen et al) retoma o seu trabalho utilizando dados estatísticos para concluir que os jovens estão atrasados!

O artigo de Huffaker e Calvert conclui que os jovens se expõem demasiado através dos blogues examinando os problemas da identidade e da linguagem online entre jovens de ambos os géneros (masculino e feminino). Este “excesso” de informação revelado pelos jovens inclui o primeiro nome (70%), a idade (67%) e um endereço de e-mail ou instant messsenger ou link para o blogue (61%). O nome completo será uma prática residual de newbies (20%).
Este artigo recordou-me as críticas que habitualmente se fazem ao IRC. Diz-se que é sempre a mesma coisa porque são feitas sempre as mesmas perguntas:
1. – És rapaz ou rapariga?
2. – Que idade tens?
3. – Com quem vives?
4. – O que fazes?
5. – Onde moras?
A pergunta 1. é inteligentemente torneada pelos jovens bloggers, que a ultrapassam indicando o primeiro nome;) Se eu disser que sou José já sabem que não sou uma rapariga! A idade até pode depreender-se com alguma precisão da leitura dos blogues, mas eu diria que os jovens consideram este elemento importante demais para não o divulgar. É indispensável que os outros nos possam contactar! Para os autores apenas 61% dos jovens indicaram “informação de contacto”, mas se fosse eu a fazer o estudo esta percentagem elevar-se-ia a 100% porque os blogues também recebem comentários 😉
É evidente que os jovens têm de ser verdadeiros nesta informação básica, que nós apenas não perguntamos quando estamos nas situações de diálogo face-a-face porque ela é evidente, frente aos nossos olhos 😉 Realmente a nossa conversa não é a mesma com homens ou com mulheres, com crianças ou com adultos, portanto tal como nós precisamos de conhecer determinada informação básica de referência sobre o outro, também os bloggers precisam de divulgar essa mesma informação.
A pergunta 5. será certamente a mais perigosa em termos de segurança dos jovens, e estes são suficientemente inteligentes para não lhe responderem nos blogues.
Quando ao “atraso” dos jovens recordaria aos psicólogos que a adolescência resulta do prolongamento da escolaridade obrigatória nas sociedades modernas. É a fase da vida em que as “crianças” permanecem na escola por imperativos da sociedade democrática e da igualdade de oportunidades. Com o alargamento da escolaridade obrigatória chegamos a ter crianças com 18 anos (!) que por frequentarem a escola têm direito a cama, mesa e roupa lavada na CP (casa dos pais!)
Nas comunidades primitivas, os rituais de iniciação marcam a transição da criança para o adulto! A adolescência é uma invenção ocidental associada à eternização da vida escolar.

Entrevista a jovens sobre a utilização social dos media digitais Junho 7, 2010

Posted by netodays in adolescência, blogues, Identidade, Internet, MDS.
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A construção da identidade pessoal é considerada a tarefa mais importante da adolescência. Zacarés (1997, citado por Schoen–Ferreira e tal, 2003) entende que a identidade desenvolve-se durante todo o ciclo vital, mas é no período da adolescência que ocorrem as transformações mais significativas. É a primeira etapa da vida onde estão reunidos todos os ingredientes para uma construção de identidade social.
A Internet transformou a nossa sociedade numa rede à escala global. Todas as actividades humanas estão a ser modificadas pela “invasão” da Internet.
Os jovens através da Internet realizam e transformam pessoalmente aprendizagens significativas. Escutar o que estes têm a relatar das suas experiências online dá-nos uma perspectiva valiosa para compreender o papel que as novas tecnologias estão a desempenhar sobre a adolescência.
O objecto deste trabalho é identificar marcas identitárias da adolescência analisando a utilização que os jovens fazem da Internet, através de entrevistas, tendo em conta os seguintes tópicos: perfil do entrevistado; conhecimento dos media; formas de participar nos media; eu e os media; eu e os amigos nos media e relações entre os media e família. Foram realizadas nove entrevistas, a alunos com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos.
“As operações primárias da pesquisa, que precedem todas as finalidades de explicação ou mesmo do tratamento do material recolhido, são fundamentais, mas frequentemente são as menos problematizadas ou exploradas” (Boltanski, Thévenot, 2001:13) porque os cientistas sociais gostam de criar grandes categorias que utilizam na explicação dos fenómenos. Neste trabalho, uma vez que dispunhamos apenas de 9 entrevistas a própria realidade impôs que a sua análise seria necessariamente de carácter qualitativo, valendo sobretudo pelas justificações apresentadas pelos entrevistados, que destacámos ao longo do texto, como fonte de reflexão e elemento chave das conclusões que apresentamos.

NOTA: Este texto é a Introdução de um Trabalho de Grupo.

E-Generation: Os Usos de Media pelas Crianças e Jovens em Portugal Junho 5, 2010

Posted by netodays in blogues, Internet, MDS.
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  • O estudo tem por objectivo: O mapeamento dos estilos de vida mediáticos de jovens e oportunidades de evolução dos mercados; caracterização dos contextos e usos de media de crianças e jovens em Portugal; e a comparação de resultados a nível europeu e global numa primeira fase (2006) entre Portugal e Catalunha e numa segunda fase EUA, Canadá; Alemanha, Singapura, Índia, Japão, China, Chile, Argentina, França, Reino Unido, Itália, Suécia e Espanha no quadro do World Internet Project.
    http://www.cies.iscte.pt/projectos/ficha.jsp?pkid=251

O relatório “E-Generation: Os usos dos media pelas crianças e pelos jovens em Portugal” responde à pergunta “como vivem os jovens portugueses?”, tentando explicar diversos aspectos do quotidiano dos jovens nascidos após 1990. Como estudam, como ocupam os seus momentos de lazer, a centralidade dos media e implicações da sua reestruturação na estrutura familiar e em termos genéricos no modo como se relacionam entre si e com o Mundo. Em razão da sua faixa etária e do “poder” que agora é atribuído aos jovens pelas tecnologias tomam particular interesses os conflitos destes com os pais e a discussão da aquisição de competências extra-escolares que a Escola poderá não estar a valorizar.

Este relatório de Gustavo Cardoso (Coordenador), sem nunca referir Marc Prensky, caracteriza para o universo da população portuguesa o seu conceito de nativos digitais, que este divulgou nos papers Digital Natives, Digital Immigrants e The Emerging Online Life of the Digital Native.

No projecto E-Generation a metodologia de recolha dados consistiu na aplicação de um questionário presencial a uma amostra representativa de jovens dos 8 aos 18 anos, mas o seu relatório inclui também resultados de outro estudo do CIES-ISCTE, “Crianças e Jovens: A sua Relação com as Tecnologias e os Meios de Comunicação”, cujos dados foram recolhidos através de um questionário aplicado online.

(…)

O erro da auto-selecção, referido pelos autores como característica comum a todos os inquéritos online, pode ser ultrapassado mediante a atribuição de códigos aos elementos da amostra construída pelo investigador. Por exemplo, a minha escola está a aplicar um questionário online, mas só quem recebeu o respectivo código tem possibilidade de responder http://framework.anotherstep.pt/index.php?id=130

O estudo datado de 2007 é omisso quando ao recente desenvolvimento das redes sociais e ao declínio da popularidade dos blogues entre os jovens, mas compreende-se facilmente que estas cumprem mais eficazmente as funções de comunicação desejadas pelos jovens. Trocar comentários e ver fotos dos amigos é muito mais simples no FaceBook que nos blogues.

Duvido bastante que apenas dentro daqueles que têm acesso à Internet, apenas 31,5% utilize algum serviço de mensagens instantâneas (p. 92), porque pela minha experiência o MSN será mesmo a primeira aprendizagem de muitos jovens, que o sabem utilizar de diversas maneiras, até escondido numa janela do browser para escaparem ao policiamento dos pais e dos professores. O reduzido número dos que indicam utilizar estes serviços pode resultar da sua estigmatização.

A utilização da Internet pelos jovens decorre num clima de ausência de controlo por parte dos pais e dos professores, que realmente desconhecem as actividades que os jovens têm geralmente sozinhos no Mundo online. Não posso deixar de considerar significativo que os pais não conheçam o conteúdo do mail dos jovens nem acedam ao histórico dos respectivos browsers. Já agora, é igualmente significativo que neste estudo se tenham esquecido de perguntar pelo histórico dos programas de mensagens instantâneas! Conhecer o software e gastar alguns minutos a verificar a utilização que os jovens fazem da Internet permitiria aos pais e aos professores um conhecimento mais aprofundado dos jovens, talvez vivessem mais tranquilos e não precisassem de lhes impor restrições que dão frequentemente origem a discussões familiares e conflitos nas turmas. Desconhecendo as ameaças reais, pais e professores acabam por estabelecer proibições arbitrárias de acordo com as representações da utilização “saudável”.

Gostaria de dizer que controlar os jovens, conhecendo o conteúdo dos seus mails, os sites que visitam, as conversas que têm pode não ser uma tarefa fácil! O jovem pode ter outra conta de mail, pode navegar anonimamente em alguns momentos, e pode não gravar determinadas conversas! Isto é, o controlo das actividades realizadas na Internet pode tornar-se um jogo do gato e do rato em que vencerá quem tiver mais conhecimentos técnicos! Dito de outra maneira, se querem conhecer as actividades dos jovens deverão acompanhá-los mesmo em vez de os deixarem entregues aos computadores!

Neste contexto costuma surgir o argumento da falta de tempo dos pais para acompanharem os jovens, porque têm de trabalhar. Pelo menos é importante que reservem o tempo suficiente para escutarem os jovens participando na sua socialização, onde as ferramentas da comunicação desempenham um papel cada vez mais importante. Porém muitos dos fantasmas que frequentemente amedrontam pais e professores não têm geralmente justificação porque os jovens preferem relacionar-se entre si. Não quer isto dizer que pais e professores se possam desobrigar das suas tarefas educativas. Estou convencido que um jovem que disponha de adultos dialogantes, com os quais possa contar para aprender a utilizar a Internet, ficará facilmente consciente dos seus perigos e das suas ameaças. Estes jovens utilizarão a Internet eficazmente nas tarefas escolares e no seu quotidiano, bem como a Internet poderá ser mais um vínculo gerador de relações mutuamente compensadoras. Neste caso os adultos conservariam a sua autoridade, porque demonstrariam conhecer a tecnologia. Infelizmente, as coisas não são assim na generalidade dos casos.

NOTA
Este post apresenta apenas o início e a conclusão do trabalho.

Leitura crítica da construção da adolescência e da divulgação de dados pessoais Abril 10, 2010

Posted by netodays in adolescência, blogues, dados pessoais, Internet.
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Os psicólogos referem-se unanimemente à adolescência como uma fase problemática na formação do individuo. Erikson atribui à adolescência a tarefa de construção da identidade, e Ferreira et al) retoma o seu trabalho utilizando dados estatísticos para concluir que os jovens estão atrasados!

O artigo de Huffaker e Calvert conclui que os jovens se expõem demasiado através dos blogues examinando os problemas da identidade e da linguagem online entre jovens de ambos os géneros (masculino e feminino). Este “excesso” de informação revelado pelos jovens inclui o primeiro nome (70%), a idade (67%) e um endereço de e-mail ou instant messsenger ou link para o blogue (61%). O nome completo será uma prática residual de newbies (20%).

Estes artigos recordaram-me as críticas que habitualmente se fazem ao IRC. Diz-se que é sempre a mesma coisa porque são feitas sempre as mesmas perguntas.

1. – És rapaz ou rapariga?

2. – Que idade tens?

3. – Com quem vives?

4. – O que fazes?

5. – Onde moras?

A pergunta 1. é inteligentemente torneada pelos jovens bloggers, que a ultrapassam indicando o primeiro nome;) Se eu disser que sou José já sabem que não sou uma rapariga! A idade até pode depreender-se com alguma precisão da leitura dos blogues, mas eu diria que os jovens consideram este elemento importante demais para não o divulgar. É indispensável que os outros nos possam contactar! Para os autores apenas 61% dos jovens indicaram “informação de contacto”, mas se fosse eu a fazer o estudo esta percentagem elevar-se-ia a 100% porque os blogues também recebem comentários;)

É evidente que os jovens têm de ser verdadeiros nesta informação básica, que nós apenas não perguntamos quando estamos nas situações de diálogo face-a-face porque ela é evidente, frente aos nossos olhos 😉 Realmente a nossa conversa não é a mesma com homens ou com mulheres, com crianças ou com adultos, portanto tal como nós precisamos de conhecer determinada informação básica de referência sobre o outro, também os bloggers precisam de divulgar essa mesma informação.

A pergunta 5.será certamente a mais perigosa em termos de segurança dos jovens, e estes são suficientemente inteligentes para não lhe responderem nos blogues.

Quando ao “atraso” dos jovens recordaria aos psicólogos que a adolescência resulta do prolongamento da escolaridade obrigatória nas sociedades modernas. É a fase da vida em que as “crianças” permanecem na escola por imperativos da sociedade democrática e da igualdade de oportunidades. Com o alargamento da escolaridade obrigatória chegamos a ter crianças com 18 anos (!) que por frequentarem a escola têm direito a cama, mesa e roupa lavada na CP (casa dos pais!)

Nas comunidades primitivas, os rituais de iniciação marcam a transição da criança para o adulto! A adolescência é uma invenção ocidental associada à eternização da vida escolar.

A mudança muda-nos a nós também Abril 10, 2009

Posted by netodays in blogues, Escola do Futuro.
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Estamos mais ligados que nunca
A pessoas
A lugares
Ao conhecimento
A ideias
À audiência
O modo como podemos interagir tem mudado significativamente
Como é que podemos aproveitar este ambiente na Web?
Envolvendo as pessoas na aprendizagem do “fluxo-Web”
(…)

O vídeo mostra então algumas das mais populares ferramentas da Web 2.0. Questiona a infoexclusão daqueles que não poderão expressar as suas ideias num blogue, lançar uns tweets ou preencher um perfil.

Uma crítica habitual à Web é observá-la apenas como espaço lúdico, que de acordo com a lógica industrial se opõe ao espaço de trabalho. A dicotomia trabalho/lazer não faz sentido para os jovens de hoje. É precisamente como passatempo que editam a Wikipédia que se constituiu como fonte de referência em muitas áreas, demonstrando o poder do trabalho realizado em redes sociais.

Pode a Escola ficar alheia ao desenvolvimento das ferramentas da Web 2.0? Para cumprir a sua função não pode, mas são óbvias as resistências, porque não é uma coisa tão simples quanto foi trocar as canetas de tinta permanente por esferográficas. Neste caso – como escreveu a Cristina Costaa mudança muda-nos a nós também.


Fonte: http://dx.doi.org/10.1787/537160311288

A verdade é que não podemos continuar indiferentes ao crescimento do número de famílias com computador em sua casa, nem discriminar aqueles que ainda não atingiram esse objectivo.