Estará Portugal a acordar? Janeiro 23, 2012
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Há uma teoria das rãs que diz que aquela que foi metida numa panela com água a ferver, saltou da panela e salvou-se. Outra rã que entrou com a água morna deixou-se ficar, entretanto a água foi continuando a ser aquecida, ela não reagiu, e ficou cozida.
A distribuição do rendimento pelos factores produtivos (trabalho/capital) é hoje mais desfavorável ao trabalho do que chegou a ser durante o Estado Novo, desde 1980 para cá todas as políticas têm agravado o fosso entre os mais ricos mais pobres – descontando alguns anos de benesses justificadas pelas eleições – mas é relativamente raro falar-se do assunto.
Entretanto a declaração patética de Cavaco Silva deu origem a uma petição pela sua demissão, em jeito de brincadeira, que está a ser levada a sério por muitos. De sábado até hoje já ultrapassou os 5.500 subscritores.
Cavaco está a queixar-se de tomar xarope, enquanto o povo já anda a supositórios 😉
Demonstrando a insanidade do modelo de avaliação de desempenho pelo absurdo Fevereiro 6, 2011
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Muitos colegas preocupam-se legitimamente com taxas de sucesso do alunos, que depois são perversamente utilizadas para avaliar o trabalho dos professores.
Santana Castilho desenvolveu a analogia avaliando os juízes pelos criminosos recuperados e imaginado-os a fixar objectivos do tipo: número de arguidos a julgar, percentagem a condenar e contingente a inocentar. Também os médicos suportariam a verificação de todos os diagnósticos, todas as estratégias terapêuticas e todas as prescrições feitas a todos os doentes e fixariam objectivos.
Este artigo é muito mais abrangente, pois para observar que Cavaco Silva só abriu a boca quando a escola privada foi beliscada, sumariando o processo de destruição da escola pública a que este tem dado o seu aval.
Cavaco venceu com apenas 23% dos sufrágios Janeiro 24, 2011
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A política nunca foi tão desinteressante quanto nestas eleições. Que interesse poderíamos ter em votar sabendo que Sócrates, embora apoiasse formalmente Manuel Alegre numa coligação contra-natura com o Bloco de Esquerda, certamente preferia a vitória de Cavaco?
Porquê? Cavaco é fixe para Sócrates por duas razões: 1. No primeiro mandato não vetou nenhum diploma, e no segundo deverá seguir sensivelmente o mesmo padrão; 2. Estando um Presidente do PSD em Belém mais facilmente ele vence as legislativas, porque o eleitorado aplica a teoria da separação dos poderes pelas duas cores: rosa e laranja.
Até o modernaço Cartão do Cidadão me ajudou, mas desta vez venci as eleições, porque me senti bastante confortável ao lado da imensa maioria sem pachorra para votar em eleições que não oferecem nenhuma alternativa.
Já agora convém retirar destas eleições a vitória do Facebook, pois a imprensa tradicional sempre promoveu “os dois principais candidatos”, mas se o Partido Comunista tivesse oferecido os seus votos a Fernando Nobre teria sido este o segundo.
Como apenas votaram 4.489.904 votantes, correspondendo a 46,6% dos inscritos (9.629.630), se calcular a percentagem de votos de Cavaco (2.230.104) relativamente aos inscritos, este obteve 23%!!! Com esta percentagem, se frequentasse o ensino unificado estaria reprovado 😉
Cavaco ganhou com uma folga miserável para um presidente em exercício Janeiro 15, 2011
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Nenhum presidente em exercício foi forçado uma segunda volta para obter expressivamente o seu segundo mandato. Cavaco Silva considerou que a sondagem do EXPRESSO/SIC/RR não lhe oferecia uma margem de conforto suficiente e lembrou-se então que os funcionários públicos também votam:
- Estou nesta campanha para falar a todos os portugueses: empresários e trabalhadores, comerciantes e agricultores, pescadores, funcionários públicos, que tão duramente foram atingidos nesta crise, enquanto outros com maiores rendimentos e que não foram chamados a dar o seu contributo.
Cavaco Silva, A Bola, 14-01-2011
É puro eleitoralismo, pois quanto o Governo diz mata o Presidente sempre tem respondido esfola. É o único PR que nunca travou um acto legislativo do Governo (conferir Ricardo Costa, EXPRESSO), e certamente que a redução dos vencimentos dos funcionários públicos foi um dos seus brilhantes conselhos.
Grécia 2 – Portugal 0, Maior Desenvolvimento Humano e Maior Produto Interno Outubro 31, 2010
Posted by netodays in Cavaco Silva.add a comment
No segundo Governo de Cavaco Silva, este afirmou que Portugal ultrapassou a Grécia no desenvolvimento económico. Foi uma notícia que encheu o país de esperança num processo de convergência com a União Europeia, mas depressa nos passou o sonho visto que a nossa economia diverge da UE desde 2000.
O gráfico abaixo, de fonte segura, mostra bem que a Grécia ultrapassou Portugal, quer em termos do Índice de Desenvolvimento Humano, quer em termos do Produto Interno Bruto per capita.
Não podia deixar de o publicar, depois da recandidatura de Cavaco Silva ter sido lançada sem nenhuma ideia para o país.
Eu gostaria de não ter perdido a ocasião de ancorar a economia portuguesa à europeia na década em que Cavaco Silva governou (1985-95). Não dá para explicar neste post como transformou em dívida pública os fundos comunitários que jorravam.
Do Cavaco Presidente só me recordo de encenações estúpidas. Fez uma encenação diabólica para o Estatuto dos Açores, mas a montanha pariu um rato porque já não me recordo da “gravidade” da situação. Nas escutas não percebi porque não resolveu o assunto com a polícia. Se acompanhou a situação económica do país não notei nada.
Bye.
“Isto foi como um jogo de futebol em fim de campeonato em que tudo já está decidido. Não serve para nada” Dezembro 24, 2009
Posted by netodays in avaliação de desempenho, Cavaco Silva, FENPROF, Isabel Alçada, José Sócrates, Santana Castilho.add a comment
Para os inocentes que ainda alimentassem dúvidas quanto ao “modelo de avaliação” dos docentes, o Governo terá tornado claro que a gestão de recursos humanos do Ministério da Educação está subordinada à política e às dotações do Ministério das Finanças, servindo o dito modelo apenas de funil para impedir a generalidade dos professores de atingir os escalões mais elevados impondo quotas administrativas.
A FENPROF reagiu com a expressão lapidar que escolhi para título deste post, (PÚBLICO, 23/DEZ/2009) mas a lógica da subordinação das remunerações de professores ao défice orçamental tem sido a política mais coerente deste Governo. Obviamente já recebeu as mais violentas manifestações de professores e fez o PS perder a maioria absoluta, mas particularmente num contexto de crise a insistência no funil pode tornar-se uma política populista. Leia-se Milu na versão Isabel Alçada:
- Durante a sua primeira audição na Comissão de Educação, a ministra referiu que o sistema a que estão sujeitos os professores vigora na restante administração pública e não é defensável, no actual momento de crise, uma profissão ter uma situação de benefício face às outras.
PÚBLICO, 21/DEZ/2009
Uma avaliação meritocrática aplicada ao Governo certamente começaria com a começaria com demissão do Primeiro-Ministro, que vai fintando tudo e todos, inclusivamente o sistema judicial, com as suas manobras políticas, recordou o Bloco de Esquerda.
Faz-se frequentemente a comparação entre a hierarquia militar e os professores para afirmar que nem todos poderão ser generais, alguns terão que ser soldados! De facto, quando se faz esta analogia está-se a fugir à explicação de duas situações muito diferentes. Admito que na estrutura militar baste um centro de comando, e qualquer outra opinião possa atrapalhar as operações. Na educação cada professor deverá ter como formação de base um Mestrado, precisamente para assegurar que é capaz de resolver os seus problemas com autonomia. Isto é, cada professor não é um mero executante, é um autêntico centro de comando!
Que interessa à populaça que cada professor seja necessariamente um investigador? Absolutamente nada. Recordo-me de uma “explicação” de Cavaco Silva para os professores ganharem pouco: são professoras que vivem com os maridos e escolheram o ensino para ter tempo disponível para as tarefas domésticas… Parecia mal se recebessem tanto quanto eles!
Do palhaço já não vale a pena falar. A “boa moeda” pensa assim. Que podemos fazer? Para já, os blogues de professores voltaram a actualizar-se…
Santana Castilho expressou o mau-estar dos docentes este Natal:
- (…) congelaram-se salários e pensões acima dos mil euros; congelaram-se as progressões nas carreiras e as admissões; agravaram-se drasticamente as condições de reforma; reduziram-se regalias sociais, ao mesmo tempo que se aumentaram os descontos para a ADSE e aposentação. Tudo porque foi dito, em tempo de alarme, que sem isso não reduziríamos o défice. Mas com isso os funcionários públicos terão perdido nos últimos anos oito por cento do seu anterior poder de compra e o défice subiu para números nunca dantes vistos. Será pois altura de baterem à porta do dinheiro, da corrupção, da especulação e das obras faraónicas sem retorno. Será altura de nos preocuparmos seriamente com o terço da população portuguesa que vive abaixo do limiar da pobreza e de reconhecermos que os cânones da globalização feroz e do capitalismo sem ética estão na origem de uma legião de desempregados que nunca tínhamos visto. Será altura de nos opormos à arrogância cultural e política que vem impedindo os nossos jovens de compreenderem a realidade que os escraviza e a hipocrisia do discurso da modernidade que os deixa sem futuro.
Santana Castilho, PÚBLICO, 23/DEZ/2009
Para que a plebe saiba Julho 31, 2008
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Cavaco Silva interrompe as férias para falar hoje à noite ao país pela televisão
PÚBLICO, 31.07.2008
Cavaco nunca me enganou. Estranhei a comunicação ao país, mas nunca depositei qualquer esperança de que ela viesse a tocar em aspectos realmente importantes: crescente divergência de desenvolvimento relativamente à União Europeia, crescentes disparidades ao nível da repartição do rendimento, os privilégios dos políticos, a falta de ética com que os Ministros saltam para a administração dos grupos económicos… (Dica: Escrever “Para que a plebe saiba” num motor de pesquisa)
Quando os camionistas secaram as bombas de gasolina, fiquei uma semana sem me poder afastar de casa porque não podia abastecer.
A Madeira recebeu recentemente Cavaco Silva, que nem lhe disse que o seu “modelo de desenvolvimento” é o que mais está a contribuir para o endividamento do país.
Perante questões formais associadas ao Estatuto dos Açores resolveu dirigir-se ao país! Cavaco Silva perdeu uma excelente ocasião de ficar calado! Para se queixar de ter que ouvir os partidos mais vezes – e não abrir esse perigoso precedente – entendeu legítimo dar uma seca à Nação 😉
Para que a plebe saiba Julho 31, 2008
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Cavaco Silva interrompe as férias para falar hoje à noite ao país pela televisão
PÚBLICO, 31.07.2008
Cavaco nunca me enganou. Estranhei a comunicação ao país, mas nunca depositei qualquer esperança de que ela viesse a tocar em aspectos realmente importantes: crescente divergência de desenvolvimento relativamente à União Europeia, crescentes disparidades ao nível da repartição do rendimento, os privilégios dos políticos, a falta de ética com que os Ministros saltam para a administração dos grupos económicos… (Dica: Escrever “Para que a plebe saiba” num motor de pesquisa)
Quando os camionistas secaram as bombas de gasolina, fiquei uma semana sem me poder afastar de casa porque não podia abastecer.
A Madeira recebeu recentemente Cavaco Silva, que nem lhe disse que o seu “modelo de desenvolvimento” é o que mais está a contribuir para o endividamento do país.
Perante questões formais associadas ao Estatuto dos Açores resolveu dirigir-se ao país! Cavaco Silva perdeu uma excelente ocasião de ficar calado! Para se queixar de ter que ouvir os partidos mais vezes – e não abrir esse perigoso precedente – entendeu legítimo dar uma seca à Nação 😉
Para que a plebe saiba Julho 31, 2008
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Cavaco Silva interrompe as férias para falar hoje à noite ao país pela televisão
PÚBLICO, 31.07.2008
Cavaco nunca me enganou. Estranhei a comunicação ao país, mas nunca depositei qualquer esperança de que ela viesse a tocar em aspectos realmente importantes: crescente divergência de desenvolvimento relativamente à União Europeia, crescentes disparidades ao nível da repartição do rendimento, os privilégios dos políticos, a falta de ética com que os Ministros saltam para a administração dos grupos económicos… (Dica: Escrever “Para que a plebe saiba” num motor de pesquisa)
Quando os camionistas secaram as bombas de gasolina, fiquei uma semana sem me poder afastar de casa porque não podia abastecer.
A Madeira recebeu recentemente Cavaco Silva, que nem lhe disse que o seu “modelo de desenvolvimento” é o que mais está a contribuir para o endividamento do país.
Perante questões formais associadas ao Estatuto dos Açores resolveu dirigir-se ao país! Cavaco Silva perdeu uma excelente ocasião de ficar calado! Para se queixar de ter que ouvir os partidos mais vezes – e não abrir esse perigoso precedente – entendeu legítimo dar uma seca à Nação 😉