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Registo triste Abril 20, 2010

Posted by netodays in Gama Barros.
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Este é um post que eu gostaria de não escrever, mas publico-o apenas para que mais tarde não me falhe a memória.

Eu sou do tempo em se nadava na Ribeira das Jardas em água limpa, uma água cristalina tão especial que foi utilizada na concepção e na publicidade de uma nova marca de cerveja: a Cergal.

Hoje, infelizmente, o “desenvolvimento” do Cacém roubou aos jovens a Ribeira de que eu desfrutei, mas o alargamento da escolaridade obrigatória também lhes rouba tempo, e acusa automaticamente as escolas que não foram criadas para serem mães a tempo inteiro.

Ranking de Escolas do Concelho de Sintra Outubro 19, 2009

Posted by netodays in Gama Barros.
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Posições muito dispares nos rankings de escolas são habitualmente explicadas pela qualidade da “matéria-prima” ou origem social dos alunos. Porém, tomando apenas as escolas publicas do Concelho de Sintra, como se justifica que estas se distribuam ao longo da lista das 500 escolas secundárias que realizaram mais de 100 provas? (EXPRESSO)

Aparentemente, como as escolas são vizinhas pode argumentar-se que não se espera que variem significativamente as características da população escolar, havendo que atribuir a outros factores a oscilação das escolas entre a posição 87 e a 450! Numa análise mais aprofundada deveria observar-se que as escolas básicas e regiões do concelho de Sintra que funcionam como áreas de recrutamento dos alunos das escolas secundárias são diferentes. Certamente que as escolas que ocupam posições mais baixas no ranking vivem com uma população escolar mais heterogénea, vivendo muito mais intensamente a riqueza e a problemática da multiculturalidade que os rankings ignoram.

Por exemplo, choca-me a diferença de quase 150 posições entre duas escolas vizinhas, como são a Ferreira Dias e a Gama Barros. Ao nível do ensino, da preparação e da dedicação dos docentes não posso atribuir qualquer vantagem à FD. Esta tem a vantagem de ocupar geograficamente o centro de Agualva-Cacém, sendo a escola mais acessível à população escolar da freguesia, além de dispor ainda do acesso rápido através do comboio. A escola básica António Sérgio fornece-lhe os melhores alunos que são atraídos por esta centralidade, que se traduz todos dias numa poupança de tempo no percurso casa-escola. Os alunos menos bons da António Sérgio acabam por ir estudar na GB, que também recebe estudantes de S. Marcos, Cotão, Albarraque, etc…. reunindo uma diversidade muito maior de jovens, oriundos de zonas menos centrais, zonas mais carecidas. Se estes jovens gastassem a estudar só o tempo que demoram em viagem já teriam muito melhores resultados, mas o problema é que a deslocação basta para os deixar cansados…

Não se depreenda desde meu comentário que sou um fanático dos rankings. Por exemplo, certamente que alguma coisa correu mal porque a disciplina de Português discriminou as escolas num intervalo superior ao da Matemática, como se pode observar na tabela abaixo. Destaca-se a azul esta disciplina, em sinal de gratidão aos docentes de Matemática, o grupo disciplinar que contribuiu para uma melhor imagem da escola através dos rankings.

Que pode a escola fazer para melhorar a sua posição nos rankings de escolas?

Primeiro, temos de reconhecer que o problema fundamental deriva da composição da população escolar, muito diversa e oriunda de meios sociais dotados de escassos recursos cognitivos. Este aspecto é uma condicionante que não podemos mudar. Por mais planos para a Matemática ou para a Leitura que o ME trace para as escolas, a nossa desvantagem competitiva mantém-se, cristalizando a nossa posição no final da tabela como um problema estrutural.

E então perguntam-nos novamente o que poderá a escola fazer. Situações específicas exigem respostas pensadas à sua medida. Ficam algumas sugestões:
– A escola deveria adaptar melhor a sua oferta escolar aos interesses da população discente, designadamente prevendo mais turmas na área da informática;
– Conhecendo o problema central de muitos alunos, deveriam promover-se actividades que contribuíssem para a sua aprendizagem da língua, tanto na sala de aula como fora da sala de aula:
a) Na sala de aula. Os alunos geralmente desenrascam-se a falar, mas sentem grandes dificuldades em transpor as suas ideias para o papel. Creio que os problemas a português são de tal dimensão, que todos os professores deveriam esforçar-se por reforçar a componente escrita das aulas, ditando mais e falando menos…. Apesar de poder parecer um retrocesso em termos de estratégias pedagógicas, os nossos alunos precisam desesperadamente de aprender a escrever!
b) Fora da sala de aula. Deveria ser criada uma sala de convívio que poderia funcionar no refeitório durante quase todo o dia, pois este é utilizado para servir almoços durante escassas horas. Os professores que agora fazem substituições iriam dialogando com os estudantes, enriquecendo o seu vocabulário e assegurando a vigilância do espaço. As actuais aulas de substituição só servem para os alunos grunhirem entre si numa linguagem que a escola não tem interesse em promover, e portanto deveriam ser substituídas pela sala convívio.

Europa Pra Que Te Quero Maio 20, 2009

Posted by netodays in Gama Barros, União Europeia.
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Os meus alunos do curso profissional tiveram oportunidade de conversar com os candidatos ao Parlamento Europeu. Foi o chat possível dada a sua bagagem. Inicialmente dispararam algumas perguntas que já levavam engatadas, mas como não percebiam as respostas dos políticos, não conseguiam ripostar e só lhes restava disparar uma nova pergunta.

Fiz um post especial para esta aula centrado na perpetuação da pobreza em Portugal, apontando o cavaquismo como uma grande oportunidade perdida.

O chat entre os alunos e os candidatos ficou online aqui.

Europa Pra Que Te Quero Maio 20, 2009

Posted by netodays in Gama Barros, União Europeia.
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Os meus alunos do curso profissional tiveram oportunidade de conversar com os candidatos ao Parlamento Europeu. Foi o chat possível dada a sua bagagem. Inicialmente dispararam algumas perguntas que já levavam engatadas, mas como não percebiam as respostas dos políticos, não conseguiam ripostar e só lhes restava disparar uma nova pergunta.

Fiz um post especial para esta aula centrado na perpetuação da pobreza em Portugal, apontando o cavaquismo como uma grande oportunidade perdida.

O chat entre os alunos e os candidatos ficou online aqui.

Europa Pra Que Te Quero Maio 20, 2009

Posted by netodays in Gama Barros, União Europeia.
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Os meus alunos do curso profissional tiveram oportunidade de conversar com os candidatos ao Parlamento Europeu. Foi o chat possível dada a sua bagagem. Inicialmente dispararam algumas perguntas que já levavam engatadas, mas como não percebiam as respostas dos políticos, não conseguiam ripostar e só lhes restava disparar uma nova pergunta.

Fiz um post especial para esta aula centrado na perpetuação da pobreza em Portugal, apontando o cavaquismo como uma grande oportunidade perdida.

O chat entre os alunos e os candidatos ficou online aqui.

Os meus alunos não andam a brincar na Internet! Fazem tudo em papel! Maio 13, 2009

Posted by netodays in Gama Barros, piadas.
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  • Os meus alunos não andam a brincar na Internet! – como com outros colegas – Fazem tudo em papel!

Ouvi esta indirecta numa reunião que tive hoje. Prefiro responder por aqui porque já desisti de querer convencer toda a gente das minhas ideias.

Se para a estimada colega, saber escrever no Word consiste em utilizar os 10 dedos sem mexer as mãos, e a eficiência se mede pelo número de batimentos – como aprendemos quando utilizávamos máquinas de escrever – imagino que deverá aprender a utilizar o rato antes de se aventurar pela Internet.

Os meus alunos não andam a brincar na Internet! Fazem tudo em papel! Maio 13, 2009

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  • Os meus alunos não andam a brincar na Internet! – como com outros colegas – Fazem tudo em papel!

Ouvi esta indirecta numa reunião que tive hoje. Prefiro responder por aqui porque já desisti de querer convencer toda a gente das minhas ideias.

Se para a estimada colega, saber escrever no Word consiste em utilizar os 10 dedos sem mexer as mãos, e a eficiência se mede pelo número de batimentos – como aprendemos quando utilizávamos máquinas de escrever – imagino que deverá aprender a utilizar o rato antes de se aventurar pela Internet.

Os meus alunos não andam a brincar na Internet! Fazem tudo em papel! Maio 13, 2009

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  • Os meus alunos não andam a brincar na Internet! – como com outros colegas – Fazem tudo em papel!

Ouvi esta indirecta numa reunião que tive hoje. Prefiro responder por aqui porque já desisti de querer convencer toda a gente das minhas ideias.

Se para a estimada colega, saber escrever no Word consiste em utilizar os 10 dedos sem mexer as mãos, e a eficiência se mede pelo número de batimentos – como aprendemos quando utilizávamos máquinas de escrever – imagino que deverá aprender a utilizar o rato antes de se aventurar pela Internet.

Amanhã temos de chegar a horas à aula de Chinês! Abril 22, 2009

Posted by netodays in avaliação de desempenho, Gama Barros.
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Estamos numa fase difícil. Durante o primeiro e segundo períodos sempre se realizaram lanches à quarta-feira na minha escola, que fomentavam o convívio e mostravam a união na luta contra o modelo de avaliação. Estes lanches deixaram de se realizar neste período por falta de “clima”, visto que uns simpáticos resolveram tirar proveito da confusão para simular que estão a ser avaliados. Imaginem a disposição para o convívio que me deu ouvir um aluno a dirigir-se para os colegas com este aviso:

– Amanhã temos de chegar a horas à aula de Chinês(1), porque vêm assistir à aula da professora aqueles doutores!

Creio que os lanches das quartas-feiras são um barómetro seguro do estado da alma dos professores, porque a observação não poderia ser mais directa, nem o “tema” ser mais abrangente.

Ensinou-me a Sociologia a ser comedido nos comentários, para evitar conclusões precipitadas. Os blogues “especialistas em educação” afinam pelo diapasão da desmobilização, mas creio que estão a precipitar-se. Na minha opinião estão a fazer um compasso de espera, observando o que este simplex dá, porque no início do próprio ano ninguém aguentará novamente o modelo do DR 2/2008 com todos os itens.

A avaliação que está ser feita é uma farsa, que pode ser ensaiada para duas ou três aulas, que não são representativas das restantes. Quando o aluno se referiu à “aula da professora” enfatizou bem que se tratava de uma palhaçada! O avaliador vai simplesmente observar a reacção à sua presença, e tomará o espectáculo como aulas representativas de Chinês!

O mínimo exigível seria que os avaliadores conhecessem as armadilhas da observação participante! Mas isso seria se a observação directa fosse utilizada como técnica do método científico… Aqui encontra-se reduzida a componente de um processo administrativo, e naturalmente que não é suposto que os agentes conheçam as técnicas de investigação sociológica. Para quem é, bacalhau basta.


(1) Mudei o nome da disciplina para não identificar o/a colega.

Amanhã temos de chegar a horas à aula de Chinês! Abril 22, 2009

Posted by netodays in avaliação de desempenho, Gama Barros.
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Estamos numa fase difícil. Durante o primeiro e segundo períodos sempre se realizaram lanches à quarta-feira na minha escola, que fomentavam o convívio e mostravam a união na luta contra o modelo de avaliação. Estes lanches deixaram de se realizar neste período por falta de “clima”, visto que uns simpáticos resolveram tirar proveito da confusão para simular que estão a ser avaliados. Imaginem a disposição para o convívio que me deu ouvir um aluno a dirigir-se para os colegas com este aviso:

– Amanhã temos de chegar a horas à aula de Chinês(1), porque vêm assistir à aula da professora aqueles doutores!

Creio que os lanches das quartas-feiras são um barómetro seguro do estado da alma dos professores, porque a observação não poderia ser mais directa, nem o “tema” ser mais abrangente.

Ensinou-me a Sociologia a ser comedido nos comentários, para evitar conclusões precipitadas. Os blogues “especialistas em educação” afinam pelo diapasão da desmobilização, mas creio que estão a precipitar-se. Na minha opinião estão a fazer um compasso de espera, observando o que este simplex dá, porque no início do próprio ano ninguém aguentará novamente o modelo do DR 2/2008 com todos os itens.

A avaliação que está ser feita é uma farsa, que pode ser ensaiada para duas ou três aulas, que não são representativas das restantes. Quando o aluno se referiu à “aula da professora” enfatizou bem que se tratava de uma palhaçada! O avaliador vai simplesmente observar a reacção à sua presença, e tomará o espectáculo como aulas representativas de Chinês!

O mínimo exigível seria que os avaliadores conhecessem as armadilhas da observação participante! Mas isso seria se a observação directa fosse utilizada como técnica do método científico… Aqui encontra-se reduzida a componente de um processo administrativo, e naturalmente que não é suposto que os agentes conheçam as técnicas de investigação sociológica. Para quem é, bacalhau basta.


(1) Mudei o nome da disciplina para não identificar o/a colega.