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Comunidade Hiperespaços de Aprendizagem Fevereiro 12, 2011

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1- Enquadramento teórico da Comunidade Hiperespaços de Aprendizagem (CHA)
Definições e fundamentações teóricas para justificar a nossa proposta sobre o grupo Hiperespaços de Aprendizagem, no Facebook, como comunidade de aprendizagem em ambiente virtual.

Conceitos fundamentais:
Comunidades virtuais
Inteligência colectiva
Comunidade de aprendizagem
Conectivismo
Honestidade, correspondência, pertinência, respeito, franqueza e autonomia

  • “Com o advento da Internet e das suas ferramentas de comunicação e interacção, o computador pessoal foi substituído pelo computador colectivo, interligado através de um sistema em rede”. (Melaré, PowerPoint, 7)
    Tirando partido dos saberes particulares de cada membro, as comunidades virtuais permitem o desenvolvimento da inteligência colectiva.

    Uma comunidade de aprendizagem será particularmente interessante se os seus membros a associarem a um e-portofolio com utilidade crescente ao longo das suas vidas. (Frank,2008:175)

No caso do grupo proposto, crê-se que a partilha de experiências comuns ao longo do MCEM contribuem para a formação de um espírito de pertença a um grupo restrito, com identidade e valores próprios que a CHA permitirá desenvolver de modo mais sistemático.
Cremos que se aplicam à CHA os princípios do conectivismo enunciados por Frank (2008:19) citando Siemens:

  • – Aprendizagem e conhecimento constroem-se na diversidade de opiniões;
    – A aprendizagem é um processo de conexão de nós especializados ou fontes de informações;
    – A capacidade para conhecer mais é mais crítica do que actualmente suposto;
    – Cultivar e manter conexões é necessário para facilitar a aprendizagem contínua;
    – A capacidade de ver conexões entre diferentes campos, ideias e conceitos é uma competência fundamental;
    – A tomada de decisões é em si um processo de aprendizagem. Escolher o que aprender e o significado das informações que chegam é visto através de uma lente de mudança de realidade. Enquanto damos a resposta “certa” agora, ela pode mostrar-se “errada” amanhã devido a alterações no ambiente de informações em que a decisão foi tomada. Aprendemos com os nossos “erros” e com os dos outros.

    “Desde que não podemos experimentar tudo, as experiências de outras pessoas e portanto, outras pessoas, tornam-se o substituto para o conhecimento. «Eu guardo o meu conhecimento em meus amigos» é um axioma para juntar conhecimento juntando pessoas” (Kate Stepherson, não datado)

    A mobilidade dos aprendentes (por diferentes áreas), o crescente impacto da aprendizagem informal (não se limita à escola mas estende-se à comunidade e redes pessoais), a aprendizagem como processo contínuo levam a que “saber como” e o “saber o quê” sejam suplantados pelo “saber onde” – o conhecimento de onde se encontra o conhecimento de que se precisa.
    (http://maresta.wordpress.com/2007/02/27/conectivismo-%E2%80%93-uma-teoria-de-aprendizagem-para-a-idade-digital/)

Como todos já estão ligados ao Facebook, e a sua maioria até já pertencem à CHA, crê-se que é de óbvia utilidade para todos a dinamização deste grupo do Facebook como comunidade de aprendizagem.
Para que funcione como uma autêntica rede social de aprendizagem recordam-se as seis palavras-chave que Palloff e Pratt (1999) enfatizam para que se verifique a aprendizagem numa comunidade virtual: honestidade, correspondência, pertinência, respeito, franqueza e autonomia.

  • Honestidade. Neste grupo ninguém precisa de evitar eventuais incómodos de alguns estudantes, pelo que não se perceberá a utilização de perfis “fantasma”. Só os perfis habitualmente utilizados poderão oferecer à CHA as feeds do respectivo Mural, proporcionando uma panorâmica das actividades de todos os membros;
    Correspondência. Sabendo-se que uns terão um perfil mais dinâmico que outros, e mais facilmente proporão novas actividades. Também é certo que se os mais passivos não se esforçarem por ir indicando algo, se nem comentarem os posts dos colegas, o entusiasmo acabará por morrer mesmo entre os mais activos;
    Pertinência. Sem que constitua qualquer espécie de censura, deverão ser tratados na CHA conteúdos relacionados com o Tema da comunidade;
    Respeito, franqueza, autonomia, parecem termos demasiado óbvios para os definir no contexto da CHA, que pretende naturalmente ampliar a autonomia de cada um no seu espaço. Exactamente! Já somos todos autónomos, mas podemos adquirir maior autonomia ainda. É para isso que servem as aprendizagens do Mestrado a continuar na CHA.

2- Dinâmica da aprendizagem na CHA

  • L’enseigment doit d’abord se dire: “Comment vais-je intéresser cette classe?” et non “Que vais-je enseigner ce matin?” ROY, D. (1991)

Esta ideia remete-nos para um dos factores fundamentais num percurso de aprendizagem: a motivação do aprendente.
Temos a tentação em afirmar que será mesmo o factor mais importante e sustentar que, para um aprendente motivado, não importa qual é o método ou quais são os recursos utilizados. Porém, não podemos deixar de considerar que não é apenas a motivação que garante o processo de aprendizagem, pois uma metodologia bem concebida e a utilização adequada dos recursos podem optimizar a aprendizagem. Não só porque orientam o processo mas também porque aumentam a motivação do aprendente.
Todos os factores são importantes, interligando-se como um todo e, na prática, reflectem-se na dinâmica que se gera no seio da comunidade.
Transportanto estas ideias para a construção de uma comunidade de aprendizagem no Facebook e, com base nas nossas reflexões e nos textos de apoio, sintetizamos num esquema conceptual a nossa proposta, sequenciando as facetas teóricas, organizacionais e estratégicas, em interligação com as atitudes:

Havendo uma estrutura bem definida e estando garantidos os aspectos organizacionais e funcionais é necessário, de facto, gerar uma dinâmica na comunidade de forma a se galvanizar a motivação e a sinergia. Neste aspecto, poderíamos eventualmente apelar ao compromisso, à responsabilidade, à vontade de partilhar e de aprender ou, até, à obrigatoriedade em participar, no entanto, pensamos que a dinâmica é em grande parte gerada pelas estratégias que se definem.
A participação na comunidade CHA baseia-se na vontade de cada elemento em colaborar na construção colectiva do conhecimento, aproveitando-se as sinergias já criadas através deste Mestrado. Como referência, pode ficar estabelecido que cada elemento faça, pelo menos, uma participação voluntária mensal. Tendo em conta o número de elementos do grupo e somando todas as participações, garante-se que haja uma actividade mensal constante na plataforma.
No entanto, apesar da generosidade deste princípio, é necessário que se criem condições para se gerar uma dinâmica de grupo, que se pode conseguir seguindo estes procedimentos:
A. Orientar as participações segundo os vectores:

  • Criatividade – Sair da banalidade. Tentar fazer participações diferentes e originais;
    Novidade – Evitar a repetição de ideias e de informações. Estar atento ao que há de novo e partilhar essa informação;
    Desafio – Lançar ideias pertinentes que promovam a reflexão e o debate. Indicar pistas que estimulem a pesquisa e o aprofundamento de um tema.

B. Elaborar as participações em função destes tipos de actividades:

  • Académicas – Partilha de trabalhos e de recursos. Relato de experiências pedagógicas. Debate de ideias. Comentários críticos;
    Informativas – Divulgar eventos e inovações tecnológicas;
    Participativas – Participação de vários elementos em eventos online. Solidariedade com causas ligadas à educação. Conexão e colaboração com outras comunidades de aprendizagem. Intercâmbio online entre escolas;
    Lúdicas – Divulgação de informações e comunicações de âmbito geral. Promoção de encontros presenciais;
    Outras – Outras actividades que tomem como referência o “Universo das TIC e/ou o Mundo à sua volta”.

3- Estrutura da CHA

Tema central
A comunicação educacional multimédia.

Finalidades
– Aproveitar a sinergia que se criou entre os membros do MCEM de 2010 para dar continuidade de uma forma estruturada ao processo de partilha, de colaboração e de debate de ideias, de modo a que se possa constituir como um percurso contínuo de aprendizagem informal;
– Estimular a capacidade crítica, aumentando a capacidade para reflectir sobre a própria rede de construção do conhecimento;
– Fomentar a conexão entre pares, criando ou incrementando o sentimento de pertença a uma comunidade virtual;
– Facilitar a transição de um grupo formal universitário para um grupo informal, mantendo a comunicação entre os membros;

Tópicos
– Partilha de respostas, trabalhos, recursos e de experiências pedagógicas;
– Debate de ideias;
– Divulgação de informações e de eventos;
– Criação e participação em actividades online;

Público-alvo
Mestrandos do MCEM 2010, alargado aos professores. No entanto, poderão aderir ao grupo personalidades de reconhecido mérito nos temas da CHA.

Gestão e moderação
Funções que todos os membros podem e devem desempenhar. Para as estratégias que visem o reforço da dinâmica do grupo, ficam inicialmente responsáveis José Neto e Jorge Delmar até Janeiro de 2012, momento em que se prevê a sua substituição por outra dupla igualmente pelo prazo de um ano, e assim sucessivamente.

Interfaces e recursos
O Grupo do Facebook é apenas uma plataforma centralizadora, podendo ser realmente utilizados todos os/as recursos/ferramentas disponíveis na Web, em função das actividades definidas nos tópicos.

Ciclo de existência
Sem final previsível.

Referências:
• LEGENDRE, Renald (2005) Dictionnaire actuel de l’éducation, Guérrin: Montréal.
• MASON, Robin & RENNIE, Frank (2008) E-Learning and Social Networking Handbook, New York: Routledge
• ORELLANA, Isabel (2005) L’émergence de la communauté d’apprentissage ou l’acte de recréer des relations dialogiques et dialectiques de transformation du rapport au milieu de vie, em http://www.fcaf.net/preserver/alire/2010/2005_orellana_isabel.pdf
• PALLOFF, Rena & PRATT, Keith (2005) The Role and Responsability of the Learner in the Online Classroom, em http://www.uwex.edu/disted/conference/Resource_library/proceedings/03_24.pdf
• PETTENATI, M. Chiara & CIGOGNINI, M. Elisabetta (2009) Designing e-tivities to increase learning-to-learn abilities, em http://www.elearningeuropa.info/files/media/media18509.pdf

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Jorge Delmar e José Neto

Modelo Pedagógico da Universidade Aberta Janeiro 21, 2011

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Antes de comentar o Modelo Pedagógico da Universidade Aberta considero conveniente fazer algumas considerações prévias.

1. Um Modelo Pedagógico é sempre um conjunto de regras, mais ou menos discricionárias, estabelecidas pelos “peritos”, que têm como objectivo fundamental afastar os outros da sua discussão e promover a sua aceitação, contribuindo para a sua legitimação.

2. Cumpre recordar que a Pedagogia não é nenhuma ciência, mas um conjunto de práticas que variam em função das representações sociais do ensino. Não posso desenvolver este tema aqui, num texto tão curto, mas facilmente se recorda esta disciplina se integra nas Ciências da Educação porque não existe uma Pedagogia, mas pedagogias…

3. Qualquer modelo pedagógico, para garantir o seu equilíbrio e eficiência, tem de dispor de um mecanismo regulador que lhe forneça indicações sobre o seu funcionamento: a avaliação. O que avaliar? Como avaliar? A resposta a estas questões depende das concepções pedagógicas do sistema e dos professores. Sublinhe-se que o entendimento professoral da avaliação é influenciado pelas diferentes concepções pedagógicas. Por exemplo, Nova refere que no âmbito das Ciências da Educação confrontam-se actualmente duas perspectivas de avaliação: na perspectiva contextual a avaliação é inseparável do contexto em que a aprendizagem tem lugar e o seu objecto são os processos associados ao desenvolvimento cognitivo, afectivo e moral que os alunos exibem no desempenho de tarefas diversificadas de aprendizagem; na perspectiva psicométrica avaliam-se, preferencialmente, produtos da aprendizagem, recorrendo a testes que evidenciam o grau de consecução dos objectivos, os quais são precisos e quantificáveis.

4. Para não desenvolver excessivamente estes comentários preliminares iremos associar a perspectiva contextual ao paradigma do jardineiro, e a perspectiva psicométrica ao paradigma do oleiro. O oleiro molda o barro assumindo inteira responsabilidade pela formação das suas peças, tal como o professor da perspectiva psicométrica se sente responsabilizado pelos resultados dos seus alunos. O jardineiro cuida do jardim mantendo um ambiente favorável para o desenvolvimento das plantas, mas não molda as flores, que crescem de acordo com a sua natureza. O professor que assegura aos alunos um clima de aprendizagem propício com tarefas diversificadas sabe que nem todos têm as mesmas possibilidades de sucesso, mas actuando indirectamente sobre o ambiente de aprendizagem dos alunos estará provavelmente a dar mais oportunidades aqueles que têm menos ferramentas cognitivas e que mais necessitam de um quadro afectivo e moral de referência.

5. O Modelo Pedagógico da Universidade Aberta para o 2º Ciclo de Estudos difere do modelo do 1º Ciclo (Licenciaturas) num ponto fundamental. No 2º Ciclo é excluído o recurso a exames presenciais como modo de avaliação a utilizar, definindo-se o Contrato de Aprendizagem como elemento estruturante em cada UC, onde o professor “constrói um percurso de trabalho a realizar pelos estudantes, com base em recursos disponibilizados ou bibliografia indicada, organiza e delimita zonas temporais de interacção diversificada (…)” (Modelo Pedagógico Virtual da Universidade Aberta, p. 30), enquanto nas Licenciaturas é habitual um exame presencial no final de cada disciplina. Exclusivamente no 1º Ciclo entende-se necessário credibilizar o modelo de ensino virtual com uma componente presencial complementar, cuja avaliação “poderá assumir a forma de uma prova escrita (…) em algumas unidades curriculares” (Modelo Pedagógico Virtual da Universidade Aberta, p. 17). Não há nenhuma justificação teórica para esta discrepância no “Modelo Pedagógico”. O que sucede simplesmente é que relativamente aos alunos do 2º Ciclo já houve uma selecção anterior que dispensa a UA da realização de exames, enquanto ao 1º Ciclo é mais fácil chegar, e entendem que a selecção pode não ter sido suficiente para aplicar o mesmo “Modelo Pedagógico”, isto é, o modelo depende do contexto.

6. Reportando-me agora ao Modelo do 2º Ciclo este refere um conjunto de princípios que nada adiantam, além de apresentarem a lógica da avaliação online como um modelo simples, transparente e coerente:
– o Princípio da Aprendizagem Centrada no Estudante;
– o Primado da Flexibilidade;
– o Primado da Interacção; e
– o Princípio da Inclusão Digital.
Realmente referi mais sobre o modelo de avaliação no anterior ponto 5. do que referem estes 4 princípios/primados juntos, pois a realização de um exame no final da disciplina é um modelo pedagógico mais selectivo que a sua não realização.
Ao nível do 2º Ciclo a Universidade Aberta adopta o paradigma do jardineiro porque já somos crescidos demais para ser moldados, e já temos obrigação de ser autónomos.

Quando ao ensino online só se consegue conceber a avaliação centrada no estudante porque o professor neste tipo de ensino assume-se como um organizador dos processos.

A flexibilidade é uma característica da estrutura física utilizada no ensino online que existiria independentemente do primado.

A interacção idem. Os professores poderão valoriza-la mais ou menos, de acordo com as suas idiossincrasias.

O princípio da Inclusão Digital é básico numa sociedade democrática, e tendo em consideração que a Internet também pode ser utilizada para adquirir formação noutras escolas, mesmo até em Universidades estrangeiras, a Universidade Aberta deverá acautelar-se com a concorrência.

Resumindo, o Modelo Pedagógico está no entendimento da sua avaliação. No 2º Ciclo privilegia-se a avaliação continua, comprometendo os alunos com o trabalho escolar através da negociação de um Contrato de Aprendizagem em cada unidade curricular.

Utilizando a Internet a aprendizagem será sempre colaborativa, porque as pessoas contactam entre si. É inteligente definir à partida que o ensino é colaborativo para forçar mesmo a interacção e evitar o peso de colaborações ilegítimas.

Faz todo o sentido valorizar as tarefas assíncronas, única forma de não comprometer a flexibilidade de horários. Além disso, os conteúdos com valor em termos de comunicação multimédia são objectos que podem ser utilizados em qualquer momento, não são as videoconferências em directo!

Como as concepções pedagógicas influenciam a utilização da web2.0 Janeiro 12, 2011

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A utilização que os professores fazem do Facebook e das restantes ferramentas da web2.0 depende das suas obrigações profissionais e das suas concepções da educação, aprendidas nos estágios e na formação pedagógica, interiorizada ao longo do percurso estudantil e profissional.

Considero importante olhar para as decisões dos professores, porque serão eles, enquanto elementos centrais do processo de ensino, que determinarão as ferramentas que serão efectivamente utilizadas.

A web2.0 não é só um meio para obter conhecimento, mas um lugar onde interagir com materiais, reconstruí-los e contribuir com conteúdos (p. 18).

As ferramentas da web2.0 são empurradas para a educação pelas concepções construtivistas. Para o construtivismo (1) a aprendizagem é um processo activo de construção do saber, mais que a sua aquisição, e (2) a instrução é um processo que envolve apoio e construção, mais do que comunicação do conhecimento (p. 17).

Um professor que partilhe esta perspectiva envolve-se em aventuras de utilização das ferramentas da web2.0. Não só o Facebook, mas também blogues, wikis, sites, podcasts, vídeos, etc. Eu escrevi propositadamente que o professor se “envolve em aventuras” porque só terá esta concepção do ensino se estiver disposto a aprender em andamento com alunos, porque a tecnologia está longe de ficar estabilizada e só será dominada minimamente por quem se dispõe a fazer um constante esforço de investimento em regime autodidacta.

As concepções behavioristas e cognitivistas vêem o conhecimento como externo ao aprendente, e o processo de aprendizagem como um acto de internalização do conhecimento (p. 18). Estas teorias presumem que os alunos chegam vazios, prontos para receber “a sabedoria” que lhes será transmitida pelos professores, o que não é minimamente realista em nenhum contexto. Transportar esta visão para uma escola portuguesa corresponde a levar para o seu interior imensos conflitos, porque a actual sociedade portuguesa, caracterizada pela heterogeneidade de expressões culturais, multiculturalidade efectiva do público estudantil, diversidade de fontes de informação, a par de uma abertura sem precedentes na sociedade em geral a novas atitudes e comportamentos, já não tem estudantes dispostos a ouvir a lição magistral padronizada durante 90 minutos.

Os programas que somos obrigados a cumprir transportam a filosofia behaviorista, que define os objectivos a alcançar com verbos como definir, listar, calcular, referir. Infelizmente os objectivos behavioristas não são facilmente adaptáveis a formas elevadas de aprendizagem como a compreensão, ser criativo ou a reflexão crítica. Sempre que leccionei o 12º ano em disciplinas com Exame Nacional sentia a pressão de ter que leccionar “tudo” e nunca me atrevi a quaisquer experiências com a Internet. Mas o que fazia então nas aulas pode ser descrito como “formatação” dos alunos para obterem as melhores classificações em Exame.

Assim que fiquei liberto dos exames nacionais do 12º ano iniciei as minhas experiências com blogues, que aconselho vivamente. Por exemplo, quando o meu conhecimento dos alunos estava dependente de testes só tinha a primeira fotografia da turma a meio do primeiro período. Começando a fazer blogues percebemos as dificuldades dos alunos quando começam a escrever o primeiro post… ou até antes, para conseguirem abrir um endereço de web-mail.

Nunca utilizei o Facebook nas aulas porque realmente não tem funcionalidades para o efeito, No entanto estou atento, e já sei que é bom contar com amigos em todas as turmas. Por exemplo, sei que assim a qualquer momento poderei dar um recado rapidamente a toda a turma, enquanto se utilizasse o e-mail, muito provavelmente ninguém o abriria em tempo útil. Provavelmente alguns alunos comentarão este post no Facebook, mostrando que como veículo de comunicação para levar o que escrevo aos interessados é imbatível e a Escola não poderá esquecer-se deste aspecto.

Texto inspirado na leitura  do Capitulo 1 de e-Learning and Social Networking Handbook: Resources for Higher Education, de Robin Mason e Frank Rennie.

Facebook: Síntese Dezembro 13, 2010

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Chegou-se a um ponto em que os sistemas de ensino não devem ignorar as possibilidades de aprendizagem que os recursos da web2 proporcionam. Ao sustentar-se esta opinião, é claro que ela não significa que se pretende reformular por completo o sistema de ensino oficial (formal) e que as aulas passem a ser feitas em exclusivo através de computadores e das redes sociais. No entanto, há que ter em conta que os sistemas de ensino não podem ficar estanques e devem evoluir a par com a sociedade em geral. A evolução acontece quando se interligam as ferramentas, os recursos, as metodologias, se recriam os contextos, tornando-se os professores um recurso efectivo para as aprendizagens como orientador das mesmas, em vez do ultrapassado retransmissor de conceitos.

Se pode haver uma ideia negativa no uso do Facebook para o ensino formal, é porque muita gente no meio académico pensa neste novo recurso apenas em função de algumas das suas facetas: a comunicação fútil, o entretenimento e a aprendizagem informal. Esta ideia restritiva provém da lógica industrial dominante no ensino, que estabelece rigidamente as “tarefas” que os estudantes deverão executar para chegar aos “produtos” estabelecidos como “objectivos” ou “metas” a atingir. Fora da via padrão, tudo será considerado desviante e pernicioso. Nesta perspectiva, por exemplo, o relacionamento entre os professores e os estudantes não deverá ser demasiado afectuoso, porque se não for salvaguarda a distância, o professor pode perder a independência indispensável ao exercício da sua actividade de julgamento na avaliação, supostamente imparcial e objectiva.

“As sociedades têm sempre sido redesenhadas mais pelas características dos meios de comunicação utilizados pelos homens que pelo conteúdo da comunicação”, disse Marshall McLuan, e a verdade é que a introdução das tecnologias da informação e da comunicação na educação está a alterar mais o ensino do que qualquer corrente pedagógica. Com efeito, se são os utilizadores que definem o tipo de comunicação que se fazem, também deve reconhecer-se que o Facebook cria uma atmosfera mais propícia às relações informais que à educação formal.

Abundam na Internet as listas de recursos do Facebook para a Aprendizagem Social.

A definição de uma metodologia para o uso de um recurso é fundamental para a sua eficácia. Partindo da página do Centre for Learning & Performance Technologies, sugerimos a utilização do Facebook em interligação com as aulas tradicionais. Eis a nossa adaptação:

1- Antes da aula
• o professor introduz o tema e os conteúdos a serem tratados
• os alunos podem submeter questões prévias
2- Durante a aula (pressupõe a permissão para o uso de computadores na aula e acesso à internet)
• os alunos podem escrever comentários em função do que é feito e dito na aula
3- Actividades após a aula
• podem ser colocadas notas dirigidas aos alunos que não frequentaram a aula
• continuação do debate
• respostas a novas questões
• partilhar ligações para outros recursos na web que sejam relevantes para a matéria em estudo
• troca de experiências
• relembrar/actualizar datas de testes, de trabalhos, reuniões ou outras actividades

Muitas vezes o argumento utilizado para se propor a utilização do Facebook em vez de sistemas LMS como Moodle baseia-se simplesmente no facto de o Facebook já ser conhecido por toda a gente. Recursos semelhantes para controlo das actividades realizadas pelos alunos, o Facebook não tem.

A escola não pode ignorar a web2, mas o Facebook não pode ser catapultado para ferramenta pedagógica só em razão da sua popularidade. O seu principal recurso somos nós! Educar é indicar aos jovens critérios que lhes permitam distinguir o útil do fútil, o certo do errado, as modas passageiras das alterações estruturais…

É evidente que a imagem acima prejudicou a  leitura do post, e não deveria cá estar. Pretendia apenas chamar a atenção para o excesso de elementos distractivos do Facebook, para que possa ser utilizado como recurso educativo.

Escrito com Jorge Lousada

Facebook: O recurso somos nós! Dezembro 13, 2010

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Um dos temas de Hiperespaços coloca exactamente a questão: A máquina somos nós? E um dos vídeos fornecidos para reflexão responde afirmativamente, Web 2.0 – A máquina somos nós:

Mas como professores, quando analisamos os recursos do Facebook, a primeira coisa que fazemos é esquecermo-nos do professor enquanto recurso, e observamos apenas os seus aspectos técnicos.

Utilizando uma expressão que aprendi com Ernâni Lopes, “é uma perspectiva que compreendo mas não perfilho”.

Quando aos recursos do Facebook na educação ainda ninguém demonstrou a sua real mais-valia, e dos que conheço, todos funcionam mais rapidamente fora do Facebook. É mais fácil e mais rápido trocar mensagens por mail ou em listas de mail (recomendo os YahooGroups) que escrever naquelas caixinhas. Partilhar documentos pelo Google Docs os pelo Google Sites também é bastante mais rápido que pelo Facebook. O Picasa e Flickr permitem observar melhor as fotos que o Facebook. A organização dos conteúdos é muito mais simples de ordenar num site ou numa tag cloud de um blogue que no Facebook.

Não se depreenda que eu seja contra a utilização do Facebook, mas não sou cretino ao ponto de recomendar a utilização do Facebook em sala de aula só para ter boa classificação em Hiperespaços, e simultaneamente criar uma conta “escolar” para “trabalhar” com os alunos, paralelamente a uma conta “pessoal” para conversar com os “amigos”, tal como alguns colegas que abriram novas contas só para esta tarefa.

Especialmente para estes colegas gostaria de indicar um recurso do Facebook que lhes permite acrescentar alunos, colegas, etc. na conta real do Facebook, mas limitar as suas possibilidades de visionamento do perfil a determinadas áreas, através da criação de listas, sem os próprios chegarem a aperceber-se que lhe estão a ser impostos determinadas limitações.

E chego ao ponto: Para quê usar o Facebook com os alunos se depois nos vamos esconder deles?

Gostaria de observar que essa “teoria das duas contas” (a pessoal e a escolar) tem muitos defensores na pedagogia e na Internet. Uma excelente lista que indica o que os professores devem fazer e o que não devem fazer no Facebook, encontra-se aqui, legitimando esta teoria com a lógica da justificação industrial.

Esta visão de encarar o professor, que obriga a utilizar uma foto “profissional” no perfil, não o mostrar a fazer a compras, dissociá-lo da sua família, etc. corresponde à visão industrial do professor como máquina que transforma a matéria-prima (alunos no início do ano) em produto acabado (alunos no final), cujo paradigma de avaliação é o exame anónimo, igual para todos.

Utilizar as tecnologias e o Facebook com alunos obriga os professores a um mínimo de humanidade, e como até devem constituir-se como referências que os jovens possam seguir, não podem, do meu ponto de vista, esconder-se atrás de qualquer avatar. Pela minha parte, nunca me senti constrangido pela sua presença, porque se tenho imagens que eles não podem ver, então não estão lá porque também são impróprias para os “amigos”.

O recurso somos nós! Portanto para utilizar o Facebook na educação requer-se antes de tudo que os professores tenham uma atitude favorável à ferramenta, gastando tempo suficiente para conhecer as suas características e limitações.

Depois precisam de reconhecer que a “sociedade da informação” é sobretudo a sociedade do conhecimento em rede, e que têm muita vantagem em contactar antigos colegas, antigos professores, amigos de colegas, etc. – ver Guia do Mashable – assim como alguns dos seus alunos poderão estar interessados em manter o contacto consigo, mas não com o seu avatar!

FaceBook: pontos fortes, desvantagens potenciais e pontos-chave Dezembro 11, 2010

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Para a esmagadora maioria dos professores o FaceBook não é uma ferramenta pedagógica, mas um site a bloquear para evitar que os estudantes se distraiam! Por exemplo, na minha escola o acesso ao FaceBook encontra-se interditado pelo próprio servidor de acesso à Internet, mas suponho que esta prática é comum na generalidade das escolas. Porquê?
Os professores gostam de alunos interessados e motivados, mas no FaceBook pensam que estes apenas encontrarão detalhes pessoais uns dos outros, o que jamais poderá ser alvo de interesse para o estudo. Este post tem como objectivo tentar perceber se o próprio FaceBook poderá ser considerado uma ferramenta pedagógica.
Para o efeito serão analisados os (1) pontos fortes do recurso, as (2) desvantagens do recurso e (3) os pontos-chave para uma prática eficaz, seguindo de perto Robin Mason e Frank Rennie.
Lembra-se que não é racional a educação continuar a ignorar o desenvolvimento das ferramentas da Web 2.0 porque os forums em que os estudantes participam são mais visitados que os sites educacionais.

Pontos fortes do recurso

Como com outras ferramentas da Web2.0 a facilidade de utilização explica largamente o seu sucesso. As redes sociais são uma ferramenta de comunicação assíncrona e têm as mesmas vantagens dos forums: permitem um acesso flexível e conservam um registo escrito das comunicações.
Muitos observadores afirmam que as redes sociais são características da Internet, e vieram para ficar ainda que os seus formatos mudem. O essencial é a ideia de se juntar a comunidades online e ser capaz de participar nelas.

Desvantagens potenciais

Os autores referem a juventude dos utilizadores das redes sociais como um problema, por estes serem demasiado vulneráveis a querer experimentar a próxima coisa “nova”. Entretanto ter-se-á registado um envelhecimento dos utilizadores que reduz esta volatilidade.
Os professores e os chefes observam os perfis na perspectiva do estudante e do empregado, vendo uma pessoa muito diferente, o que tem tido consequências negativas. Creio que em grande parte isto sucede porque, inconscientemente, ao “falar” com os “amigos” as pessoas esquecem-se que numa rede social estão realmente a escrever em público.
Certamente o aspecto mais negativo das redes sociais é o facto de poderem tornar-se um passatempo viciante. Os autores referem-se a jovens que monitorizam a actividade do seu perfil.

Pontos-chave para uma prática eficaz

Em vez de bloquear o acesso dos estudantes às redes sociais na sala de aula, dever-se-ia ensiná-los a discernir quando, onde, e com que finalidades a tecnologia pode ser apropriada ou inadequada.

Oferecer oportunidades aos estudantes para:

  • discriminarem conteúdos nas redes sociais,
  • não tomarem os perfis pelo valor aparente,
  • perceberem que, além dos seus pares, muitos outros – comerciantes, autoridades universitárias, o pessoal de aplicação da lei, eventuais futuros empregadores, etc. – podem ter acesso aos perfis.

Oferecer oportunidades para a discussão acerca dos perfis – como
construí-los e que significa estar “presente” online.

Texto inspirado na leitura  do Capitulo 4 de e-Learning and Social Networking Handbook: Resources for Higher Education, de Robin Mason e Frank Rennie.

Os hiperespaços para a educação formal, não formal e informal Novembro 28, 2010

Posted by netodays in blogues, HA.
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Uma das perguntas que me fazem frequentemente sobre as ferramentas da Web 2.0 é:

– Qual é a ferramenta mais importante/interessante no contexto educativo?

Às vezes até simplificam perguntando qual é a melhor. Aí a minha resposta é que existe uma enorme lista de ferramentas boas, sendo melhores aquelas que nos forem mais familiares, e para evitar indicar uma ferramenta, costumo sugerir a Top 100 Tools for Learning 2010 List que resulta de uma escolha amplamente participada na Internet, onde cada um pode indicar as três que utiliza mais frequentemente.

Por exemplo, quando se pede aos alunos que discutam se é abusivo falar-se da “Sociedade do Telemóvel” – por oposição à “Sociedade da Informação” – é irrelevante para o tema que utilizem um blogue, uma wiki, produzam um podcast ou um vídeo. O mais provável é preferirem responder no Word, só porque é o que dominam. A forma como respondem depende do seu estádio na arte das TIC, e isto também se aplica à construção de materiais pelos professores.

A aprendizagem no virtual não combina bem a educação formal, podendo até tornar-se particularmente dura. Já imaginaram o horror de um professor a aplicar os critérios de um funcionário das finanças? No caso de uma declaração de IRS submetida no 1º minuto do dia seguinte ao último dia do prazo, paga-se multa! Qual é o professor que fecha o Moodle no prazo fixado? E que humanidade teria?

A aprendizagem no virtual abrange todas as possibilidades de comunicação no decurso da vida do indivíduo, constituindo um processo permanente e não organizado (educação informal) e também se ajusta a uma educação semelhante à formal nos objectivos e conteúdos, mas que permita a cada grupo de estudantes seguir ao seu ritmo (educação não formal).

Imaginar um hiperespaço de aprendizagem com os recursos da Web 2.0 é uma das actividades que proponho aos meus alunos, mas com outro nome. Peço-lhes que critiquem o seu Ambiente Personalizado de Aprendizagem, porque já sei que é pobre.

No hiperespaço todas as ferramentas se ligam facilmente por links, pelo que não vejo nenhuma vantagem em seleccionar apenas uma ferramenta.

A ferramenta que dá uma aparência mais formal à educação, sem dúvida que é o Moodle, mas não deve ser utilizada com muita frequência porque me parece demasiado cansativa e castradora da criatividade. Preferencialmente os textos poderão ser escritos em blogues, e os ficheiros que se queiram associar ao blogue podem ser alojados no Google Sites.

Na aprendizagem não formal e na informal pode haver vantagem em escrever os textos em grupo, tarefa facilitada pelas wikis ou pelo Google Docs.

Os blogues parecem-me de interesse incontornável para todos os alunos, mas a escolha das restantes ferramentas também dependerá dos contextos. Por exemplo, em línguas, os alunos têm interesse em podcasts e vídeo para actividades de storytelling, mas em Economia parece-me mais importante importar os dados dos sites, construir gráficos no Excel e posteriormente publicar e comentar os mesmos num blogue.

Para descrever melhor o hiperespaço de aprendizagem com um dos recursos da web 2.0 seria preciso contextualizar a situação, o que vai para além do que se pretende nesta tarefa.

  • Olá José.
    Começas por lançar uma pista importante: os recursos mais eficientes são aqueles que melhor dominamos. É por isso que devemos ter todo o interesse em alargarmos os nossos conhecimentos de utilização para as várias ferramentas disponíveis na Web 2 e, desse modo, alargamos as hipóteses de acção em termos de partilha e de aprendizagem. E dou o meu próprio exemplo, porque só há muito pouco tempo é que comecei a utilizar o Facebook, como meio de divulgação e de comunicação para um grupo de acção cívica a que pertenço. Até agora, apenas tenho utilizado os blogues e o Moodle como complemento ao ensino formal da Geometria Descritiva e ainda tenho muitos outros recursos por explorar pela minha frente.
    Para além do domínio na utilização, reforço o que também já foi referido noutras mensagens: todos os recursos são interessantes e todos têm potencialidades na construção de um percurso de ensino-aprendizagem. No entanto, não basta afirmar que os recursos são muito bons e que permitem fazer isto ou aquilo. Os recursos são bons se, conhecendo as suas características, soubermos associar essas características aos objectivos de aprendizagem que pretendemos e, assim, tirarmos partido do que os recursos nos oferecem. É por isso que é fundamental a construção de novas abordagens metodológicas na Era Digital, como o Conectivismo divulgado por George Siemens.
    Acima de tudo, precisamos de ser criativos. Os recursos da web e a multimédia têm muito espectáculo, que deslumbram, mas têm que ter conteúdo. Se retirarmos o espectáculo e ficarmos sem nada, não há aprendizagem e não há construção do conhecimento, ou seja, ficamos deslumbrados mas continuamos “burros”.
    A criatividade permite-nos explorar as características de um recurso em termos de aprendizagem (mesmo que seja formal) e de conseguirmos competir com a utilização desses recursos na esfera privada, que tendem a viciar-nos no lazer, no entretenimento e na comunicação fútil.

    Partimos do princípio de que todos os recursos são interessantes, dependendo da utilização de que fazemos deles. Todavia, devemos ter em conta que os recursos podem ter mais ou menos adaptabilidade a um determinado tipo de aprendizagem. Por exemplo, o Facebook tem características que se adaptam a uma aprendizagem informal, enquanto que o Moodle é uma plataforma já largamente usada na aprendizagem formal.
    Acrescento aqui alguns factores que podem ser importantes na escolha de um recurso da web 2:
    – a publicidade a que podemos estar expostos;
    – o aparecimento de mensagens inoportunas;
    – o controlo a que podemos estar sujeitos, mesmo sem o sabermos.
    Quanto à publicidade, o ideal, é que não haja. No entanto, reconheço que alguns recursos têm hipóteses de nos oferecerem algo de útil porque têm um suporte comercial por trás, em forma de publicidade. Neste aspecto, o utilizador pode definir estratégias de utilização da web e, com algum treino, ficar imune à publicidade, ou seja, saber focar aquilo que interessa.
    Por sua vez, as mensagens inoportunas são uma constante nos recursos mais vocacionados para a sociabilidade. Referi que comecei a utilizar recentemente o Facebook numa situação de divulgação e comunicação sobre um determinado assunto e uma das vertentes deste ambiente que causa ruído, é a enorme quantidade de mensagens fúteis que aparecem no mural, como alguém a enviar vacas da Farmville, ou a informação de que um amigo mudou a fotografia de perfil porque tem um penteado novo. Pode ser desconhecimento, mas talvez haja forma de configurar alguns filtros que evitem mensagens fora de um contexto definido.
    O aspecto do controlo é particularmente importante porque nos pode remeter para situações que não desejamos. Por um lado, esse controlo pode evitar os ruídos e as mensagens indesejáveis, o que pode ser útil num ambiente aberto, mas, por outro lado, o controlo pode restringir a livre circulação da informação e atentar à liberdade de escolha.

    Como o José Neto referiu, na web, todas as ferramentas podem estar ligadas entre si, pelo que pode ser restritivo se apenas nos focarmos numa dessas ferramentas.
    Concebo um hiperespaço de aprendizagem precisamente pela abrangência e diversidade de recursos que possui juntamente com a enorme quantidade de pessoas que circulam nesse espaço virtual.
    Assim, o hiperespaço de aprendizagem que imagino corresponde a um plano que nos define como e por onde devemos andar na web, utilizando recursos diversificados, em função de um determinado objectivo de aprendizagem.
    Pode haver um recurso base, que se estabelece como plataforma de partida e de gerenciamento, como por exemplo uma Wiki, mas essa plataforma deve dar ligações a outros recursos e outras plataformas, ligando entre si os nós do conhecimento. Ou seja, estou a referir-me ao conceito de Conectivismo divulgado por George Siemens.
    Até logo.

    Comentário de Jorge Delmar