jump to navigation

2/3 dos professores desceram hoje a Avenida da Liberdade, na "Marcha da Indignação" Março 8, 2008

Posted by netodays in avaliação de desempenho, inequidade, José Sócrates, Milu, motivos da indignação, MST, professores.
add a comment
  • Dezenas de milhares de professores convergiram em Lisboa para a “Marcha da Indignação”.
    Foi um protesto de professores sem precedentes. Os sindicatos dizem que cerca de 100 mil estiverem em Lisboa. A PSP aponta para uma adesão de 85 mil pessoas.
    RTP

1ª Foto: RTP. 2ª Foto: EXPRESSO. 3ª Foto: PÚBLICO

Para a história ficam os números, porque é fácil contar cabeças, e como este indicador é mensurável, é exactamente isso que fica objectivado.

O que pensam os professores que se manifestaram, isso é muito mais importante e heterogéneo,
mas não cabe em poucas linhas, nem dá jeito para fazer notícias. Compreende-se bem. Sai tanta legislação sobre educação, que só a conhecessem os professores que a isso são obrigados, mas numa democracia toda a gente tem direito de expressar a sua opinião. Assim, a imagem simplista que ficou dos docentes na opinião pública foi a de uma reles corporação que está a defender os seus actores medíocres.

  • Nesta altura do campeonato já toda a gente percebeu que o problema não está em Maria de Lurdes Rodrigues, como também não estava no sacrificado ministro da Saúde Correia de Campos. O problema é mais fundo, mais antigo e mais complicado de enfrentar: Portugal é, de há muito, um país mental e estruturalmente corporativo e qualquer reforma que qualquer governo intente esbarra sempre contra uma feroz resistência da corporação atingida. E para que serve uma corporação? Para proteger os medíocres, não os bons. Acontece com os professores, com os médicos, com os magistrados, com os agentes culturais, com os empresários encostados ao Estado.
    Miguel Sousa Tavares (EXPRESSO/Assinatura)

Certamente que José Sócrates também lê o artigo deste opinion maker do EXPRESSO. Recordo-lhe que a justiça é sempre concebida em termos relativos. Sem dúvida que é injusto continuar a sobrecarregar os professores com novas tarefas, retirando-lhes os outrora “direitos adquiridos”, sem ter coragem para tocar nos outros servidores do Estado, designadamente nos magistrados e nos políticos. Dói muito dar um clique até ao site da CGA e ver que os professores são os únicos licenciados que contribuem para a redução do défice orçamental. Se José Sócrates tivesse coragem para enfrentar todos os grupos sócio-profissionais com a mesma determinação teria certamente o meu voto, apesar das inúmeras horas de sono que me tem roubado. E para cúmulo, a Ministra é tão habilidosa, que nem terei direito a ser avaliado!

União Nacional contra Maria de Lurdes Rodrigues Março 3, 2008

Posted by netodays in aulas de substituição, avaliação de desempenho, Cavaco Silva, DR 2/2008, funcionalismo público, inequidade, José Sócrates, legitimidade moral, licenciados, Milu, professores.
add a comment


Não vou perder-me nos motivos que os professores têm para se mostrar indignados com a actuação da Ministra da Educação, apesar de pessoalmente ter até motivos adicionais aos que têm sido apontados. Não vale a pena bater mais numa senhora que já está a cair. Porém, importa reflectir sobre os motivos que terão levado à formação desta estranha “União Nacional” contra a Ministra, que inclui todos os sindicatos e partidos – incluindo sectores do PS – bem como uma serie de movimentos “espontâneos”. Como explicar esta unanimidade dos docentes que agora despertou, e que antes estava adormecida? Que bicho lhes mordeu que os pôs a mexer? Estão a maltratar o Deixa-Andar?

Evidentemente que o motivo que desencadeou a cadeia de manifestações que actualmente se vive foi o Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro, que estipula como deverá decorrer o processo de avaliação dos professores. Em muitos pontos a Ministra falhou ou não foi hábil num processo delicado, onde as novidades iam surgindo de dia para dia, num trabalho feito em cima do joelho e ao sabor da inspiração de cada dia, oferecendo pretexto a uma assinalável indignação legítima dos professores. Eu tomo a liberdade de me incluir neste conjunto.

Agora quando vejo nos TeleJornais a “União Nacional” contra a Ministra, lembro-me de muitas coisas, ainda de forma desestruturada, mas que gostaria de deixar aqui registadas:

1. Cavaco Silva, enquanto professor de Economia Pública explicava no início dos anos 80 que os professores não precisavam de ser bem remunerados porque eram “professoras”, e se ganhassem melhor poriam em causa o poder dos maridos;

2. Os Licenciados foram aceitando salários mais baixos enquanto docentes, relativamente a outras profissões, porque dispunham de outras regalias, designadamente a ausência de um chefe para aturar e um horário de 22 horas lectivas semanais.

3. As escolas aceitaram todos os Licenciados desempregues até ao dia em que ficaram com as suas vagas preenchidas. A partir do momento em que ficaram “cheias”, a sociedade portuguesa começou a conhecer o fenómeno de desemprego entre os Licenciados. A geração que encheu as escolas nunca conheceu o desemprego, mas isso não significa que seja mais competente, apenas teve a vantagem de viver noutra conjuntura económica e social, mas não o reconhece, e luta por direitos adquiridos que são uma miragem para os jovens.

4. Muitos professores colocados nas escolas, conseguem ter tempo para uma segunda actividade, o que é plenamente aceite pelos colegas por “a escola pagar mal”. Evidentemente que nunca têm tempo para ler um mal nem a Web. Alguns terão tido a primeira experiência com a Internet no Concurso para Professores Titulares…

5. A Ministra inventou a estupidez das aulas de substituição, nas quais se transformam os professores em cães de guarda para evitar que o rebanho se tresmalhe. Compreendo que queira segurança nas escolas e poupar dinheiro ao Ministério. Não compreendo que roube aos jovens tempo de convívio e que deixe subtilizados os centros de recursos que actualmente equipam as escolas.
A escola a tempo inteiro agrada às famílias que querem ter os filhos à guarda dos professores, mas traduz-se na sobrecarga destes, sem proveitos para os alunos.

6. A Ministra impôs uma sobrecarga de trabalho a todos, provavelmente na esperança de que aqueles que têm duplo ou triplo emprego abandonassem a escola. Não teve coragem para impedir as acumulações pelo simples controlo das declarações de IRS, e agora ouvirá os seus assobios no momento da saída.

7. A Ministra provavelmente mudou mais a escola em 3 anos que os seus colegas em 30. Tinha ideias fortes e incontestáveis: 1) a necessidade de criação de uma hierarquia; 2) a necessidade de avaliação dos docentes. Estes dois pontos podem parecer pouco, mas representam uma alteração radical da vida das escolas.
Recordo-me no primeiro ano em me foram distribuídas tarefas na escola, as despachei o mais rapidamente que pude. Então deram-me mais trabalho, e fui avisado que se fosse demasiado rápido levaria uma nova dose. Assim me ensinaram que o trabalho na escola “não é para ser feito, é para ir fazendo”. Foi assim que me socializaram no funcionalismo, que nivela todos os professores e obviamente detesta a avaliação. É este espírito que eu vejo na “União Nacional”.

8. A Ministra precisava de um Primeiro-Ministro que a apoiasse contra as corporações profissionais, mas Sócrates não tem legitimidade para isso. Afinal ele nem concluiu a Licenciatura, e pelo menos do ponto de vista académico, importantíssimo para os professores, Sócrates está uns pontos abaixo deles. E como o seu objectivo prioritário é manter-se na chefia do Governo, certamente que sacrificará Maria de Lurdes Rodrigues, (2005-2008).

9. Um aspecto positivo da indignação manifestada é a comparação que os professores fazem entre os seus vencimentos e os de outros servidores de Estado muito melhor remunerados, como os políticos e os juízes. A Internet possibilita hoje o acesso à lista mensal dos aposentados e reformados, logo à entrada do site da Caixa Geral de Aposentações, tornando as desigualdades na repartição do rendimento ilegítimas mais difíceis de suportar, mais intoleráveis. E Portugal tem indicadores vergonhosos segundo os parâmetros europeus quando se observa a distribuição do rendimento, problema que não é acessório quando se debate a educação. As questões andam certamente correlacionadas, porque maior rendimento significa sempre maior liberdade de escolha, e procura-se sempre a qualidade, também na educação.

União Nacional contra Maria de Lurdes Rodrigues Março 3, 2008

Posted by netodays in aulas de substituição, avaliação de desempenho, Cavaco Silva, DR 2/2008, funcionalismo público, inequidade, José Sócrates, legitimidade moral, licenciados, Milu, professores.
add a comment


Não vou perder-me nos motivos que os professores têm para se mostrar indignados com a actuação da Ministra da Educação, apesar de pessoalmente ter até motivos adicionais aos que têm sido apontados. Não vale a pena bater mais numa senhora que já está a cair. Porém, importa reflectir sobre os motivos que terão levado à formação desta estranha “União Nacional” contra a Ministra, que inclui todos os sindicatos e partidos – incluindo sectores do PS – bem como uma serie de movimentos “espontâneos”. Como explicar esta unanimidade dos docentes que agora despertou, e que antes estava adormecida? Que bicho lhes mordeu que os pôs a mexer? Estão a maltratar o Deixa-Andar?

Evidentemente que o motivo que desencadeou a cadeia de manifestações que actualmente se vive foi o Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro, que estipula como deverá decorrer o processo de avaliação dos professores. Em muitos pontos a Ministra falhou ou não foi hábil num processo delicado, onde as novidades iam surgindo de dia para dia, num trabalho feito em cima do joelho e ao sabor da inspiração de cada dia, oferecendo pretexto a uma assinalável indignação legítima dos professores. Eu tomo a liberdade de me incluir neste conjunto.

Agora quando vejo nos TeleJornais a “União Nacional” contra a Ministra, lembro-me de muitas coisas, ainda de forma desestruturada, mas que gostaria de deixar aqui registadas:

1. Cavaco Silva, enquanto professor de Economia Pública explicava no início dos anos 80 que os professores não precisavam de ser bem remunerados porque eram “professoras”, e se ganhassem melhor poriam em causa o poder dos maridos;

2. Os Licenciados foram aceitando salários mais baixos enquanto docentes, relativamente a outras profissões, porque dispunham de outras regalias, designadamente a ausência de um chefe para aturar e um horário de 22 horas lectivas semanais.

3. As escolas aceitaram todos os Licenciados desempregues até ao dia em que ficaram com as suas vagas preenchidas. A partir do momento em que ficaram “cheias”, a sociedade portuguesa começou a conhecer o fenómeno de desemprego entre os Licenciados. A geração que encheu as escolas nunca conheceu o desemprego, mas isso não significa que seja mais competente, apenas teve a vantagem de viver noutra conjuntura económica e social, mas não o reconhece, e luta por direitos adquiridos que são uma miragem para os jovens.

4. Muitos professores colocados nas escolas, conseguem ter tempo para uma segunda actividade, o que é plenamente aceite pelos colegas por “a escola pagar mal”. Evidentemente que nunca têm tempo para ler um mal nem a Web. Alguns terão tido a primeira experiência com a Internet no Concurso para Professores Titulares…

5. A Ministra inventou a estupidez das aulas de substituição, nas quais se transformam os professores em cães de guarda para evitar que o rebanho se tresmalhe. Compreendo que queira segurança nas escolas e poupar dinheiro ao Ministério. Não compreendo que roube aos jovens tempo de convívio e que deixe subtilizados os centros de recursos que actualmente equipam as escolas.
A escola a tempo inteiro agrada às famílias que querem ter os filhos à guarda dos professores, mas traduz-se na sobrecarga destes, sem proveitos para os alunos.

6. A Ministra impôs uma sobrecarga de trabalho a todos, provavelmente na esperança de que aqueles que têm duplo ou triplo emprego abandonassem a escola. Não teve coragem para impedir as acumulações pelo simples controlo das declarações de IRS, e agora ouvirá os seus assobios no momento da saída.

7. A Ministra provavelmente mudou mais a escola em 3 anos que os seus colegas em 30. Tinha ideias fortes e incontestáveis: 1) a necessidade de criação de uma hierarquia; 2) a necessidade de avaliação dos docentes. Estes dois pontos podem parecer pouco, mas representam uma alteração radical da vida das escolas.
Recordo-me no primeiro ano em me foram distribuídas tarefas na escola, as despachei o mais rapidamente que pude. Então deram-me mais trabalho, e fui avisado que se fosse demasiado rápido levaria uma nova dose. Assim me ensinaram que o trabalho na escola “não é para ser feito, é para ir fazendo”. Foi assim que me socializaram no funcionalismo, que nivela todos os professores e obviamente detesta a avaliação. É este espírito que eu vejo na “União Nacional”.

8. A Ministra precisava de um Primeiro-Ministro que a apoiasse contra as corporações profissionais, mas Sócrates não tem legitimidade para isso. Afinal ele nem concluiu a Licenciatura, e pelo menos do ponto de vista académico, importantíssimo para os professores, Sócrates está uns pontos abaixo deles. E como o seu objectivo prioritário é manter-se na chefia do Governo, certamente que sacrificará Maria de Lurdes Rodrigues, (2005-2008).

9. Um aspecto positivo da indignação manifestada é a comparação que os professores fazem entre os seus vencimentos e os de outros servidores de Estado muito melhor remunerados, como os políticos e os juízes. A Internet possibilita hoje o acesso à lista mensal dos aposentados e reformados, logo à entrada do site da Caixa Geral de Aposentações, tornando as desigualdades na repartição do rendimento ilegítimas mais difíceis de suportar, mais intoleráveis. E Portugal tem indicadores vergonhosos segundo os parâmetros europeus quando se observa a distribuição do rendimento, problema que não é acessório quando se debate a educação. As questões andam certamente correlacionadas, porque maior rendimento significa sempre maior liberdade de escolha, e procura-se sempre a qualidade, também na educação.

Transformações profundas no papel da escola subordinadas à agenda eleitoral do PS Fevereiro 7, 2008

Posted by netodays in a lição da banca, avaliação de desempenho, ciclo político, inequidade, José Sócrates, Milu, professores, Socratelândia.
add a comment

O objectivo dos políticos quando estão na oposição é alcançarem o Governo. Quando estão no Governo pretendem manter-se em funções. É conhecida a forma como são geridos os ciclos de quatro anos: nos primeiros dois anos deverão ser feitas as reformas necessárias, apesar de dolorosas e impopulares, podendo mesmo entrar em confronto com os governados; nos dois anos seguintes distribuem-se “rebuçados”.

Sócrates desafiou em simultâneo amplos sectores da sociedade portuguesa, para dar uma falsa imagem de independência e eficácia. Uma falsa imagem porque o seu alvo nunca foi além da classe média: atacou pensionistas, funcionários públicos, professores, médicos e juízes. Não tocou nem tocará nos políticos, nem nos dirigentes da administração pública, nem no poder financeiro. Quando começou a governar a Socratelândia o país já era aquele que tinha salários mais baixos na Europa dos 15. Com as suas orientações para a função pública, que são tomadas como referencial pelo sector privado, a Socratelândia foi mais ao fundo ainda:

A educação é uma pasta conhecida como a “torradeira” porque os ministros se vão sucedendo na pasta sem que seja possível realizar alterações de fundo respeitando os ciclos eleitorais. Desde 1970, só seis ministros se mantiveram por um período superior a 2 anos: Veiga Simão (70/74), Vítor Crespo (80/82), Roberto Carneiro (87/91), Marçal Grilo (95/99), David Justino (02/04) e Maria de Lurdes Rodrigues (05/??). Esta é uma área onde os resultados das políticas de fundo nunca são observáveis a curto prazo. Mas a Ministra não se importa de fazer os seus planos e as suas regras independentemente dos professores até com batota à mistura para mostrar resultados dum ano para o outro, e a verdade é que a humilhação dos professores lhe tem servido para conquistar simpatizantes noutras franjas da população. Por exemplo, gostaria de a ter visto num carro do corso de Carnaval, tal como vi o Sócrates com o nariz do Pinóquio ou o Ministro das Finanças a segurar mealheiros/porcos/portugueses que tentavam escapar-lhe da quinta, etc….(Carnaval de Torres Vedras). Ao contrário da restante população, os professores estabelecem facilmente a relação entre os “despachos pela Internet” e a agenda e eleitoral do PS:

O pior é que já passaram os primeiros dois anos sem que se tenham realizado as verdadeiras alterações estruturais que a sociedade portuguesa exigiria. Por exemplo, independentemente dos despachos, os recursos mais utilizados no interior das salas de aula continuam a ser o quadro/giz e o manual escolar. Esta é a realidade do quotidiano escolar desde que eu era criança… Entretanto o país já passou por uma Revolução (PREC, 11/MAR/75 a 25/NOV/75), já se extinguiu a URSS, o Mundo passou a ter novas preocupações: alterações climáticas, terrorismo, subdesenvolvimento, SIDA,… Mas a escola parece viver à parte do Mundo, com uma inércia muito maior, e por maior que seja a velocidade dos despachos nada indica que seja alterada a situação nas salas de aula, mas apenas que seja criada mais burocracia.

Lembram-se da lição da banca? Há uns anos também viviam atulhados em papéis, sem computadores. O “problema” dos bancos é que têm mesmo que apresentar resultados! Como fizeram? Modernizaram-se. Reformaram compulsivamente os quadros que não lhes interessavam. Esta Ministra está a fazer o oposto na educação, transformando as escolas em hospícios, precisamente porque nunca será responsabilizada por não obter os “resultados” a que tanto se refere. Lamentavelmente, depois de perdidos os dois primeiros anos, nem haverá “rebuçados” para distribuir na Socratelândia onde a jangada continua a ser conduzida em direcção ao precipício. E as consequências desta política não são um azar do Sócrates nem da Ministra! Eles sabem que correm o risco de não renovar o contrato!

Mas que azar poderá ter um professor que não precisa de quadro/giz nem de manual escolar na sala de aula? Eu prefiro gastar o tempo a criar materiais para os alunos a fazer planificações que são copy/paste dos programas. Corro o risco de dar mau resultado, mas mantenho-me à margem desta paranóia colectiva.

O reino da Socratelândia, não é mau para todos! Janeiro 21, 2008

Posted by netodays in inequidade, moral.
add a comment

Diz o povo, que quem parte e reparte fica com a melhor a parte, ou não tem arte 😉 Os nossos políticos são uns artistas!

O ministro das Finanças autorizou a concessão de um subsídio de Alojamento a Ascenso Simões, secretário de Estado da Protecção Civil, no montante de 75% do valor das ajudas de custo estabelecidas para os vencimentos superiores ao índice 405 da Função Pública, ou seja, são mais 1300 euros por mês.
O próprio Teixeira dos Santos recebe este subsídio por não possuir residência em Lisboa.

Um professor – ou outro funcionário menor – deslocado da sua residência habitual terá de pagar duas casas, sem receber mais um cêntimo. Esta é a justiça do reino da Socratolândia.

Desigualdades e subdesenvolvimento Janeiro 2, 2008

Posted by netodays in Cavaco Silva, deputados, Estatística, fascismo higiénico, fundamentalismo, inequidade, José António Saraiva, José Sócrates.
add a comment

“Não podemos deixar de nos inquietar perante as desigualdades na distribuição do rendimento que as estatísticas revelam”, disse ontem à noite o Presidente, em mensagem transmitida pela RTP. As estatísticas revelam, por exemplo, que Portugal é o país da UE onde há mais desigualdade entre ricos e pobres. Cavaco Silva, 01-01-2008.

Não é novidade nenhuma, o estranho é o recado vir da direita para a esquerda 😉 José Sócrates está a ultrapassar o PSD pela direita. E não sei porquê, este povo até gosta de levar nas ventas. Pela minha parte, apesar de não ser fumador, preparava-me para começar a fumar porque este fascismo higiénico me mete mais nojo que o aroma de uma fumaça 😉

Quando se tratava de proteger os não-fumadores do fumo passivo, obrigando à criação de áreas específicas para fumadores, o legislador não esteve com meias medidas e quis lá saber se os fumadores tinham ou não alguns direitos também. (MST, EXPRESSO Assinatura) A solução simplex do engenheiro farinha amparo foi proibir de fumar em todo o lado.

Para reduzir o défice orçamental e controlar a taxa de inflação também é conhecido o modelo simplex: reduzir a massa salarial da função pública, encerrar escolas e hospitais… Coragem para tocar nos senhores que enriquecem à pala do empobrecimento da generalidade da população não há. Como é possível a banca ir apresentando ano após ano lucros espectaculares numa economia em crise? Se eu percebesse o modelo do negócio não teria tempo para escrever blogues! Pois! Além da grande finança, os políticos também pertencem ao grupo dos intocáveis, pois as necessidades de eficácia também poderiam ser invocadas para justificar deputados mais especializados e menos numerosos. O Governo não tem coragem para reduzir o número de deputados de 230 para 100 porque se o número de lugares no Parlamento diminuísse, muitos históricos dos vários partidos, ex-ministros e secretários de Estado, figuras públicas, teriam de ficar de fora (José António Saraiva, 2007, Política à Portuguesa, Oficina do Livro).

A conformidade perante leis fundamentalistas é apenas um sinal de anuência com o subdesenvolvimento. A adesão ao modelo simplex apenas se justifica por ausência de alternativas no espaço político, anunciando que há que reinventar o debate o debate político!