jump to navigation

Rigor e avaliação de professores Agosto 9, 2008

Posted by netodays in avaliação de desempenho, informalidade.
add a comment


O ME tem feito muita propaganda com o pretenso rigor do sistema de avaliação de professores que propôs. Serão as escolas ilhas de rigor numa sociedade submersa na economia informal?

Esta questão recordou-me um texto que tinha lido na Professorinha, e que tomo a liberdade de transcrever. O ambiente em que vivemos é propício a este tipo de opiniões.

  • Acho que há demasiada gente um pouco enganada sobre esta nova treta dos Bons, Muito Bons e Excelentes… Realmente há quem acredite que os Muito Bons e os Excelentes vão para os professores que o são?? Realmente há quem ache que isto das escolas verem as suas percentagens de Muito Bons e Excelentes aumentar se vai dever a um REAL melhoramento da qualidade de ensino?? Que os professores vão, de repente, passar a trabalhar melhor (como se andassem a trabalhar mal… enfim…)???

    Realmente… se acreditam nisso andam muito enganados. Primeiro os Muito Bons e os Excelentes estão destinados aos amigos de quem avalia. E MAIS NADA… nem vale a pena discutir mais sobre esse assunto porque é isso mesmo que vai acontecer. E, mesmo que sobre algum Muito Bom… de certeza que não o vão dar a um professor contratado ou a uma professora como eu, praticamente em início de carreira. Vão dar a quem estiver perto de subir de escalão, claro está!!…

    Não me venham com doutrinas ou teorias muito bonitas. Estamos em PORTUGAL, onde todos são experts em enganar o vizinho e onde a honestidade e o trabalho não são recompensados… A amizade e conluio… isso sim, é compensado… E infelizmente, não gosto de dar graxa… e por isso, bem me tenho lixado e vou continuar a lixar-me. Conforme um amigo me disse: “Tu vais chegar lá porque mereces lá chegar, apenas vais demorar mais tempo porque não vais usufruir das amizades e politiquices em que muita gente anda metida.”

    E com isto se resume o que irá acontecer com a avaliação… quer de docentes, quer das escolas.

Este ano, com a invenção do procedimento simplificado, foram todos os professores classificados com Bom. Que rigor foi este?

Os amigos referidos pela Professorinha são um perigo real, mas numa escola onde as estruturas pedagógicas funcionem está relativamente controlado. Neste modelo os avaliadores continuarão nas escolas, e a sua função só será prestigiada se convencerem os colegas da legitimidade dos seus juízos.

Na mesma lógica, a alternativa seria uma avaliação externa, cujas apreciações, eventualmente injustas, seriam muito mais difíceis de impugnar.

Não quer dizer que não existam outras hipóteses de avaliação dos professores, do meu ponto de vista bem mais práticas e objectivas, como o modelo finlandês.

Rigor e avaliação de professores Agosto 9, 2008

Posted by netodays in avaliação de desempenho, informalidade.
1 comment so far


O ME tem feito muita propaganda com o pretenso rigor do sistema de avaliação de professores que propôs. Serão as escolas ilhas de rigor numa sociedade submersa na economia informal?

Esta questão recordou-me um texto que tinha lido na Professorinha, e que tomo a liberdade de transcrever. O ambiente em que vivemos é propício a este tipo de opiniões.

  • Acho que há demasiada gente um pouco enganada sobre esta nova treta dos Bons, Muito Bons e Excelentes… Realmente há quem acredite que os Muito Bons e os Excelentes vão para os professores que o são?? Realmente há quem ache que isto das escolas verem as suas percentagens de Muito Bons e Excelentes aumentar se vai dever a um REAL melhoramento da qualidade de ensino?? Que os professores vão, de repente, passar a trabalhar melhor (como se andassem a trabalhar mal… enfim…)???

    Realmente… se acreditam nisso andam muito enganados. Primeiro os Muito Bons e os Excelentes estão destinados aos amigos de quem avalia. E MAIS NADA… nem vale a pena discutir mais sobre esse assunto porque é isso mesmo que vai acontecer. E, mesmo que sobre algum Muito Bom… de certeza que não o vão dar a um professor contratado ou a uma professora como eu, praticamente em início de carreira. Vão dar a quem estiver perto de subir de escalão, claro está!!…

    Não me venham com doutrinas ou teorias muito bonitas. Estamos em PORTUGAL, onde todos são experts em enganar o vizinho e onde a honestidade e o trabalho não são recompensados… A amizade e conluio… isso sim, é compensado… E infelizmente, não gosto de dar graxa… e por isso, bem me tenho lixado e vou continuar a lixar-me. Conforme um amigo me disse: “Tu vais chegar lá porque mereces lá chegar, apenas vais demorar mais tempo porque não vais usufruir das amizades e politiquices em que muita gente anda metida.”

    E com isto se resume o que irá acontecer com a avaliação… quer de docentes, quer das escolas.

Este ano, com a invenção do procedimento simplificado, foram todos os professores classificados com Bom. Que rigor foi este?

Os amigos referidos pela Professorinha são um perigo real, mas numa escola onde as estruturas pedagógicas funcionem está relativamente controlado. Neste modelo os avaliadores continuarão nas escolas, e a sua função só será prestigiada se convencerem os colegas da legitimidade dos seus juízos.

Na mesma lógica, a alternativa seria uma avaliação externa, cujas apreciações, eventualmente injustas, seriam muito mais difíceis de impugnar.

Não quer dizer que não existam outras hipóteses de avaliação dos professores, do meu ponto de vista bem mais práticas e objectivas, como o modelo finlandês.

Rigor e avaliação de professores Agosto 9, 2008

Posted by netodays in avaliação de desempenho, informalidade.
1 comment so far


O ME tem feito muita propaganda com o pretenso rigor do sistema de avaliação de professores que propôs. Serão as escolas ilhas de rigor numa sociedade submersa na economia informal?

Esta questão recordou-me um texto que tinha lido na Professorinha, e que tomo a liberdade de transcrever. O ambiente em que vivemos é propício a este tipo de opiniões.

  • Acho que há demasiada gente um pouco enganada sobre esta nova treta dos Bons, Muito Bons e Excelentes… Realmente há quem acredite que os Muito Bons e os Excelentes vão para os professores que o são?? Realmente há quem ache que isto das escolas verem as suas percentagens de Muito Bons e Excelentes aumentar se vai dever a um REAL melhoramento da qualidade de ensino?? Que os professores vão, de repente, passar a trabalhar melhor (como se andassem a trabalhar mal… enfim…)???

    Realmente… se acreditam nisso andam muito enganados. Primeiro os Muito Bons e os Excelentes estão destinados aos amigos de quem avalia. E MAIS NADA… nem vale a pena discutir mais sobre esse assunto porque é isso mesmo que vai acontecer. E, mesmo que sobre algum Muito Bom… de certeza que não o vão dar a um professor contratado ou a uma professora como eu, praticamente em início de carreira. Vão dar a quem estiver perto de subir de escalão, claro está!!…

    Não me venham com doutrinas ou teorias muito bonitas. Estamos em PORTUGAL, onde todos são experts em enganar o vizinho e onde a honestidade e o trabalho não são recompensados… A amizade e conluio… isso sim, é compensado… E infelizmente, não gosto de dar graxa… e por isso, bem me tenho lixado e vou continuar a lixar-me. Conforme um amigo me disse: “Tu vais chegar lá porque mereces lá chegar, apenas vais demorar mais tempo porque não vais usufruir das amizades e politiquices em que muita gente anda metida.”

    E com isto se resume o que irá acontecer com a avaliação… quer de docentes, quer das escolas.

Este ano, com a invenção do procedimento simplificado, foram todos os professores classificados com Bom. Que rigor foi este?

Os amigos referidos pela Professorinha são um perigo real, mas numa escola onde as estruturas pedagógicas funcionem está relativamente controlado. Neste modelo os avaliadores continuarão nas escolas, e a sua função só será prestigiada se convencerem os colegas da legitimidade dos seus juízos.

Na mesma lógica, a alternativa seria uma avaliação externa, cujas apreciações, eventualmente injustas, seriam muito mais difíceis de impugnar.

Não quer dizer que não existam outras hipóteses de avaliação dos professores, do meu ponto de vista bem mais práticas e objectivas, como o modelo finlandês.

Mais de 20% da produção não é contabilizada no PIB Agosto 9, 2008

Posted by netodays in COTEC, informalidade, Socratelândia.
add a comment


A ausência de rigor não é um problema da educação. É um problema estrutural que afecta a sociedade portuguesa, cujo desenvolvimento se encontra comprometido pelo amplo peso da economia informal.

Para quem tivesse dúvidas, se Portugal é um país europeu ou do terceiro mundo, os dados sobre a importância da economia informal estão aí. A fonte não poderia ser mais segura: o Banco de Portugal. O estudo (Julho de 2008) foi realizado pela COTEC PORTUGAL, Associação Empresarial para a Inovação.

Sugerem a dinamização da factura electrónica, para atingir três objectivos: o combate à evasão fiscal, o aumento da produtividade das empresas e das entidades públicas e privadas, e a geração de novos mercados. Para o efeito o Estado deveria tornar obrigatório o depósito de documentos legais numa plataforma online central, bem como promover a obrigatoriedade da factura electrónica entre todas as empresas e/ou os organismos públicos.

Para continuar a ler mais clique aqui.

Da apresentação retirei o gráfico referente ao peso da informalidade nas economias, que nos deixa de rastos em comparação com os países “civilizados”. Não quero discutir esta expressão, mas não considero Espanha e Itália como paradigmas. Como poderão prosperar os mais eficientes num ambiente dominado pelos chicos espertos?

Cada vez que você contrata um canalizador que lhe presta o serviço sem passar factura, está a preterir um trabalhador honesto que apenas poderá ficar menos competitivo por cumprir as suas obrigações fiscais. Fazendo essa escolha, não só estará a sacanear o Estado, mas a comprometer o desenvolvimento dos que não precisam de subterfúgios para se afirmarem no mercado. Lembre-se disto!

Mais de 20% da produção não é contabilizada no PIB Agosto 9, 2008

Posted by netodays in COTEC, informalidade, Socratelândia.
add a comment


A ausência de rigor não é um problema da educação. É um problema estrutural que afecta a sociedade portuguesa, cujo desenvolvimento se encontra comprometido pelo amplo peso da economia informal.

Para quem tivesse dúvidas, se Portugal é um país europeu ou do terceiro mundo, os dados sobre a importância da economia informal estão aí. A fonte não poderia ser mais segura: o Banco de Portugal. O estudo (Julho de 2008) foi realizado pela COTEC PORTUGAL, Associação Empresarial para a Inovação.

Sugerem a dinamização da factura electrónica, para atingir três objectivos: o combate à evasão fiscal, o aumento da produtividade das empresas e das entidades públicas e privadas, e a geração de novos mercados. Para o efeito o Estado deveria tornar obrigatório o depósito de documentos legais numa plataforma online central, bem como promover a obrigatoriedade da factura electrónica entre todas as empresas e/ou os organismos públicos.

Para continuar a ler mais clique aqui.

Da apresentação retirei o gráfico referente ao peso da informalidade nas economias, que nos deixa de rastos em comparação com os países “civilizados”. Não quero discutir esta expressão, mas não considero Espanha e Itália como paradigmas. Como poderão prosperar os mais eficientes num ambiente dominado pelos chicos espertos?

Cada vez que você contrata um canalizador que lhe presta o serviço sem passar factura, está a preterir um trabalhador honesto que apenas poderá ficar menos competitivo por cumprir as suas obrigações fiscais. Fazendo essa escolha, não só estará a sacanear o Estado, mas a comprometer o desenvolvimento dos que não precisam de subterfúgios para se afirmarem no mercado. Lembre-se disto!

Mais de 20% da produção não é contabilizada no PIB Agosto 9, 2008

Posted by netodays in COTEC, informalidade, Socratelândia.
add a comment


A ausência de rigor não é um problema da educação. É um problema estrutural que afecta a sociedade portuguesa, cujo desenvolvimento se encontra comprometido pelo amplo peso da economia informal.

Para quem tivesse dúvidas, se Portugal é um país europeu ou do terceiro mundo, os dados sobre a importância da economia informal estão aí. A fonte não poderia ser mais segura: o Banco de Portugal. O estudo (Julho de 2008) foi realizado pela COTEC PORTUGAL, Associação Empresarial para a Inovação.

Sugerem a dinamização da factura electrónica, para atingir três objectivos: o combate à evasão fiscal, o aumento da produtividade das empresas e das entidades públicas e privadas, e a geração de novos mercados. Para o efeito o Estado deveria tornar obrigatório o depósito de documentos legais numa plataforma online central, bem como promover a obrigatoriedade da factura electrónica entre todas as empresas e/ou os organismos públicos.

Para continuar a ler mais clique aqui.

Da apresentação retirei o gráfico referente ao peso da informalidade nas economias, que nos deixa de rastos em comparação com os países “civilizados”. Não quero discutir esta expressão, mas não considero Espanha e Itália como paradigmas. Como poderão prosperar os mais eficientes num ambiente dominado pelos chicos espertos?

Cada vez que você contrata um canalizador que lhe presta o serviço sem passar factura, está a preterir um trabalhador honesto que apenas poderá ficar menos competitivo por cumprir as suas obrigações fiscais. Fazendo essa escolha, não só estará a sacanear o Estado, mas a comprometer o desenvolvimento dos que não precisam de subterfúgios para se afirmarem no mercado. Lembre-se disto!

Mais de 20% da produção não é contabilizada no PIB Agosto 9, 2008

Posted by netodays in COTEC, informalidade, Socratelândia.
add a comment


A ausência de rigor não é um problema da educação. É um problema estrutural que afecta a sociedade portuguesa, cujo desenvolvimento se encontra comprometido pelo amplo peso da economia informal.

Para quem tivesse dúvidas, se Portugal é um país europeu ou do terceiro mundo, os dados sobre a importância da economia informal estão aí. A fonte não poderia ser mais segura: o Banco de Portugal. O estudo (Julho de 2008) foi realizado pela COTEC PORTUGAL, Associação Empresarial para a Inovação.

Sugerem a dinamização da factura electrónica, para atingir três objectivos: o combate à evasão fiscal, o aumento da produtividade das empresas e das entidades públicas e privadas, e a geração de novos mercados. Para o efeito o Estado deveria tornar obrigatório o depósito de documentos legais numa plataforma online central, bem como promover a obrigatoriedade da factura electrónica entre todas as empresas e/ou os organismos públicos.

Para continuar a ler mais clique aqui.

Da apresentação retirei o gráfico referente ao peso da informalidade nas economias, que nos deixa de rastos em comparação com os países “civilizados”. Não quero discutir esta expressão, mas não considero Espanha e Itália como paradigmas. Como poderão prosperar os mais eficientes num ambiente dominado pelos chicos espertos?

Cada vez que você contrata um canalizador que lhe presta o serviço sem passar factura, está a preterir um trabalhador honesto que apenas poderá ficar menos competitivo por cumprir as suas obrigações fiscais. Fazendo essa escolha, não só estará a sacanear o Estado, mas a comprometer o desenvolvimento dos que não precisam de subterfúgios para se afirmarem no mercado. Lembre-se disto!