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Finalmente Sócrates despediu-se! Março 24, 2011

Posted by netodays in José Sócrates, Socratelândia.
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Culpou toda a gente pela sua saída. Vai-se vitimizar para tentar regressar com legitimidade redobrada. Não sei se conseguirá. Ou ele ou Passos Coelho sairão de cena após as próximas eleições.

O FMI é dramatizado para passar as culpas ao adversário, porque é muito difícil que sob a batuta do FMI se siga uma política pior que os PEC’s trimestrais apresentados em Bruxelas e Frankfurt. E ninguém acredita no aval europeu das políticas sem a aprovação do FMI. Basta de hipocrisia porque o FMI já dita as regras para a nossa economia ao tempo…  numa crise em  que os principais bancos têm lucros anormalmente confortáveis.

Recordam-se as melhores de Sócrates, e deixa-se link para o seu dossiê.

Uma ajudinha de Angela Merkel:

  • “Portugal apresentou um programa muito corajoso para os anos 2011, 2012, 2013. Era apropriado. Lamento profundamente que não tenha sido aprovado pelo parlamento [português]”. (vídeo)

Se não é de Portugal, então deve ser da União Europeia Outubro 24, 2010

Posted by netodays in António Guterres, Cavaco Silva, Durão Barroso, José Sócrates, PSL, Socratelândia.
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  • Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal, pelo Governo “Socialista” (em tudo menos no nome) de José Sócrates. Mais um caso de um outro governo de centro-direita pedindo ao povo Português para fazer sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora, historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.

    E não é porque eles serem portugueses. Vá o leitor ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores socioeconómicos, e vai descobrir que doze por cento da população é portuguesa, oriunda de um povo que construiu um império que se estendia por quatro continentes e que controlava o litoral desde Ceuta, na costa atlântica, tornando a costa africana até ao Cabo da Boa Esperança, a costa oriental da África, no Oceano Índico, o Mar Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da Índia e Sri Lanka.

    Esta semana, o Primeiro-Ministro Sócrates lançou uma nova onda dos seus pacotes de austeridade, corte de salários e aumento do IVA, mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contacto com o mundo real, um esteio na classe política elitista Português no Partido Social Democrata (PSD) e Partido Socialista (PS), gangorras de má gestão política que têm assolado o país desde a Revolução de Abril de 1974.

    O objectivo? Para reduzir o défice. Porquê? Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE?

    Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia se deixou sugar, é aquele em que as Agências de Ratings, Fitch, Moody’s e Standard and Poor’s, baseadas nos Estados Unidos da América (onde havia de ser?) virtual e fisicamente, controlam as políticas fiscais, económicas e sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da atribuição das notações de crédito.

    Com amigos como estes organismos e ainda Bruxelas, quem precisa de inimigos?

    Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto forjado por uma França tremente e com medo, apavorada com a Alemanha depois das suas tropas invadiram o seu território três vezes em setenta anos, tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e por uma astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de pesadelo de Hitler. A França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os mercados para a sua indústria.

    E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos pelos motoristas particulares para transportar exércitos de “assessores” (estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de qual país eles vêm? Não, não são Peugeot e Citroen ou Renault. Eles são os Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.

    Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD (Partido Social Democrata da direita) e PS (Socialista, do centro direita), têm sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos portugueses pelo esgoto abaixo, destruindo a sua agricultura (agricultores portugueses são pagos para não produzir!!) e a sua indústria (desapareceu!!) e sua pesca (arrastões espanhóis em águas lusas!!), a troco de quê? O que é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza numa base sustentável?

    Aníbal Cavaco Silva, agora Presidente, mas primeiro-ministro durante uma década, entre 1985 e 1995, anos em que despejaram biliões de euros através das suas mãos a partir dos fundos-estruturais e do desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos melhores políticos de Portugal. Eleito fundamentalmente porque ele é considerado “sério” e “honesto” (em terra de cegos, quem vê é rei), como se isso fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal, é!!) e como se a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um bando de sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do défice público em Portugal e o campeão de gastos públicos.

    A sua “política de betão” foi bem concebida, mas como sempre, mal planeada, o resultado de uma inapta, descoordenada e, às vezes inexistente localização no modelo governativo do departamento do Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses investidos que sugam o país e seu povo. Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o transporte interno e fomentando a construção de parques industriais nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que assentava no litoral.

    O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para fugirem do interior e chegarem ao litoral ainda mais rapidamente. Os parques industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas, em muitos casos já fecharam.

    Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE vaporizou-se em empresas e esquemas fantasmas. Foram comprados Ferraris. Foram organizadas caçadas ao javalí em Espanha. Foram remodeladas casas particulares. O Governo e Aníbal Cavaco Silva ficaram a observar, no seu primeiro mandato, enquanto o dinheiro foi desperdiçado. No seu segundo mandato, Aníbal Cavaco Silva ficou a observar enquanto o Governo perdia o controlo. Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu próprio partido político.

    E ele é um dos melhores. Depois de Aníbal Cavaco Silva veio o bem-intencionado e humanitário, António Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados e um candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo excelente diplomata, mas abominável primeiro-ministro José Durão Barroso (PSD) (agora Presidente da Comissão da UE,que criou mais problemas com o seu discurso do que com os que resolveu, passou a batata quente para Pedro Santana Lopes (PSD), que não tinha qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu a armadilha, acabando por resultar nos dois sinistros mandatos de horror ou de horrores de José Sócrates que foi um Ministro do Ambiente competente, mas…

    As medidas de austeridade apresentadas por este… senhor…, são o resultado da sua própria inépcia na corrida para enfrentar o período que antecedeu a última crise mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo foram buscar três triliões de dólares de um dia para o outro para salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada foi produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projectos de educação).

    E, assim como seus antecessores, José Sócrates, demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que obviamente são contra-producentes. O Pravda.Ru entrevistou 100 funcionários públicos, cujos salários vão ser reduzidos. Aqui estão os resultados:

    Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos (94%).
    Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu melhor para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país (5%).
    Concordo com o sacrifício (1%).

    Um por cento. Quanto ao aumento dos impostos, a reacção imediata será que a economia encolhe ainda mais enquanto as pessoas começam a fazer reduções simbólicas, que multiplicado pela população de Portugal, 10 milhões, afectará a criação de postos de trabalho, e enviará a economia de volta à recessão. O mentalmente avançado idiota que sonhou com esses esquemas que ficaram num pedaço de papel é onde vão permanecer. É verdade que as medidas são um sinal claro para as agências de rating, que o Governo de Portugal está disposto a tomar medidas fortes, mas à custa, como sempre, do povo português.

    Quanto ao futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de um retorno do Governo de Portugal para o PSD, enquanto os partidos de esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português) não conseguem convencer o eleitorado em votar nas suas excelentes ideias e propostas concretas. No caso do PCP, são melhores salários, maior produtividade, diversificação da economia e basicamente, respeito pelas pessoas que têm suportado estas loucuras por décadas. Um excelente produto sem um bom departamento de vendas.

    Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de punir o povo por se atrever a ser independente. Essa classe, enviou os interesses de Portugal para o ralo, pediu sacrifícios ao longo de décadas, não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais castigos. Esses traidores estão a levar cada vez mais portugueses a questionarem se não deveriam ter sido assimilados há séculos pela Espanha.

    Que convidativo, o ditado português “Quem não está bem, que se mude”. Certos, bem longe de Portugal, como todos os que podem estão a fazer. Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora. Que comentário lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico e uma classe política abominável de centro direita.

    Timothy Bancroft-Hinchey

    Pravda.Ru

Versão no Pravda em Português | Versão no Pravda em Inglês

Aqui fica um excelente retrato de Portugal a partir do exterior. É esta a nossa imagem aos olhos da Pátria que serviu de modelo a muitas aventuras de inspiração socialista. É triste, em nenhum país do Mundo se conseguiu implementar uma organização social que funcionasse de acordo com os princípios teóricos marxistas, sem degenerar em regimes autoritários.

Esta imagem de Portugal por um jornal da ex-Super-Potência pareceu-me particularmente interessante como ponto de partida para reflexão sobre a nossa história recente.

Estamos socrateados! Outubro 3, 2010

Posted by netodays in FMI, José Sócrates, Socratelândia.
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O Engenheiro Técnico apresentou no dia 29/SET um pacote de austeridade que só se aplica aos habitualmente sacrificados.

O Governo pode continuar a adquirir viaturas de luxo.

Os bancos tem lata para reclamar da oportunidade da criação do novo imposto…

O TGV continua a ser considerado necessário.

Os boys que estão nas empresas e institutos públicos a torrar o dinheiro dos nossos impostos podem continuar tranquilos. Igualmente os deputados que acumulam várias reformas, adquiridas por cada 8 anos de serviço, apenas sofrerão o seu congelamento…

Esta austeridade foi imposta para resolver o problema do emprego de Sócrates e dos seus companheiros. Esta austeridade não tem fundamento em nenhuma estratégia de desenvolvimento, e como já se viu é profundamente imoral.

Ironicamente justifica o pacote pela necessidade de conquistar a confiança dos mercados. Mas que confiança lhes pode oferecer o Engenheiro Técnico que depois da bronca em que se tornou o caso da sua Licenciatura, resolveu o problema mandando encerrar a Universidade! Num país decente esta chico-espertice nunca teria sido aceite. A partir daí ganhou confiança para nos socratear de qualquer maneira.

  • O corte da despesa pública afunda a economia numa crise sem precedentes:  12% de desemprego em 2011, segundo as previsões do Banco de Portugal e do FMI.
    Se não morremos da doença, vamos com o tratamento!
    Ver ionline
  • Pelo que se ficou a saber, certo é apenas que os portugueses pagarão, em 2011 e nos anos seguintes, os erros, a imprevidência e a demagogia acumulada em cinco anos de mau Governo. É por isso que, nestas circunstâncias, falar da coragem do primeiro-ministro e do ministro das Finanças, como alguns têm feito, é um insulto de mau gosto a todos os portugueses que trabalham, pagam os seus impostos e vêem defraudadas as suas expectativas de uma vida melhor. As medidas propostas, sendo inevitáveis, dada a dimensão da dívida e a desconfiança criada pelo Governo junto dos credores internacionais, não tocam no essencial da gordura do aparelho do Estado e nos interesses da oligarquia dirigente. Mas o pior é que estas medidas, pela sua própria natureza, não são sustentáveis no futuro e não é expectável que, com este Governo, se consiga o crescimento sustentado da economia.
    (…)
    o maior problema resultante da imoralidade das classes dirigentes é a pedagogia de sinal negativo que isso comporta. Infelizmente, muitos portugueses têm a tentação de pensar que, se alguns enriquecem de forma fácil e rápida por via da sua actividade política, isso também lhes pode acontecer a eles no futuro. Fenómenos como o BPN e o BPP têm muito a ver com esta amoralidade geral reinante. Por outro lado, como pode o cidadão comum combater a corrupção, se o próprio Governo não fizer o que deve e pode para encabeçar esse combate, como ainda aconteceu recentemente?

    Henrique Neto – Empresário do PS

José Trocas-Te Março 18, 2010

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A voz em OFF anunciou: E agora vai usar da palavra o primeiro-ministro, José Trocas-Te.

E não é que continuou a cerimónia impávido e sereno?

O Polvo que nos consome o Sol de cada dia Fevereiro 12, 2010

Posted by netodays in Face Oculta, José Sócrates, Socratelândia.
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Quem trabalha todos os dias paga impostos mas são sempre insuficientes para os apetites da máquina. A providência cautelar interposta por Rui Pedro Soares, além de ter constituído a maior operação de Marketing a um jornal em Portugal, foi muito bem sucedida porque o país se encontra mergulhado numa crise de regime. Ninguém se sente representado por este primeiro-ministro, mas também não apareceu outro candidato credível. Esta é a democracia de m… a que temos direito! Não fosse a integração na União Europeia, e já teríamos derrapado para um regime musculado à semelhança dos países latino-americanos.

Na opinião de Menezes Leitão, Professor da Faculdade de Direito de Lisboa, o Presidente da República tem de intervir:

  • O único paralelo que me recordo com isto foi o caso República em pleno gonçalvismo. Na altura, a República era o único jornal que não aparecia alinhado com o chamado PREC e por isso foi silenciado, tendo surgido depois já totalmente alinhado com o Governo. Por causa desse episódio, o PS abandonou então o Governo e iniciou a luta contra Vasco Gonçalves.
    Ora, a ser verdade a existência de um plano do Primeiro-Ministro para controlar a comunicação social, é manifesto que o mesmo perdeu quaisquer condições para se manter no cargo. O PS deveria ser o primeiro partido a reconhecê-lo e procurar uma solução para o substituir. Ao que julgo, o PS ainda é o Partido Socialista e não apenas o Partido Sócrates.
    Há quem critique este óbvio entendimento, invocando as dificuldades económicas do país e a atenção das agências de rating. Mas o primeiro pressuposto para resolver as crises económicas é a existência de um Governo forte e credível que tenha a legitimidade política necessária para exigir aos portugueses os sacrifícios que se impõem. Manter em funções um Governo descredibilizado, sujeito à revelação constante de factos comprometedores — que não fazem parte da esfera privada, ao contrário do que se tem dito — atenta contra o prestígio das instituições e põe em causa o interesse nacional. O Presidente da República não pode continuar em silêncio por mais tempo.
    Menezes Leitão

Isto está a passar todas as marcas! Fevereiro 8, 2010

Posted by netodays in Face Oculta, José Sócrates, Socratelândia.
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Teoria da vitimização:

  • Isto está a passar todas as marcas! Durante meses a fio eu fui escutado. É preciso saber se essas escutas são legais e se é possível faze-las num Estado de Direito.
    José Sócrates

Fonte: Cartoons do Jornal de Notícias, 06-02-2010.

A forma como S. Exa. obteve o canudo não interessa desde que o seu partido obtenha votos suficientes para o designar primeiro-ministro. O percurso tortuoso como o “Sol” chegou ao seu plano para controlar a comunicação social também não é da minha conta, mas viver num país com um PM destes é deprimente. Incluem-nos nos PIGS por motivos de vária ordem. Se é verdade que a nível da estrutura económica esta não poderá mudar tão rapidamente quanto seria desejável, a nível da estrutura política já caímos num pântano tal que qualquer coisa seria melhor.

Links relacionados

“Isto foi como um jogo de futebol em fim de campeonato em que tudo já está decidido. Não serve para nada” Dezembro 24, 2009

Posted by netodays in avaliação de desempenho, Cavaco Silva, FENPROF, Isabel Alçada, José Sócrates, Santana Castilho.
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Para os inocentes que ainda alimentassem dúvidas quanto ao “modelo de avaliação” dos docentes, o Governo terá tornado claro que a gestão de recursos humanos do Ministério da Educação está subordinada à política e às dotações do Ministério das Finanças, servindo o dito modelo apenas de funil para impedir a generalidade dos professores de atingir os escalões mais elevados impondo quotas administrativas.

A FENPROF reagiu com a expressão lapidar que escolhi para título deste post, (PÚBLICO, 23/DEZ/2009) mas a lógica da subordinação das remunerações de professores ao défice orçamental tem sido a política mais coerente deste Governo. Obviamente já recebeu as mais violentas manifestações de professores e fez o PS perder a maioria absoluta, mas particularmente num contexto de crise a insistência no funil pode tornar-se uma política populista. Leia-se Milu na versão Isabel Alçada:

  • Durante a sua primeira audição na Comissão de Educação, a ministra referiu que o sistema a que estão sujeitos os professores vigora na restante administração pública e não é defensável, no actual momento de crise, uma profissão ter uma situação de benefício face às outras.
    PÚBLICO, 21/DEZ/2009

Uma avaliação meritocrática aplicada ao Governo certamente começaria com a começaria com demissão do Primeiro-Ministro, que vai fintando tudo e todos, inclusivamente o sistema judicial, com as suas manobras políticas, recordou o Bloco de Esquerda.

Faz-se frequentemente a comparação entre a hierarquia militar e os professores para afirmar que nem todos poderão ser generais, alguns terão que ser soldados! De facto, quando se faz esta analogia está-se a fugir à explicação de duas situações muito diferentes. Admito que na estrutura militar baste um centro de comando, e qualquer outra opinião possa atrapalhar as operações. Na educação cada professor deverá ter como formação de base um Mestrado, precisamente para assegurar que é capaz de resolver os seus problemas com autonomia. Isto é, cada professor não é um mero executante, é um autêntico centro de comando!

Que interessa à populaça que cada professor seja necessariamente um investigador? Absolutamente nada. Recordo-me de uma “explicação” de Cavaco Silva para os professores ganharem pouco: são professoras que vivem com os maridos e escolheram o ensino para ter tempo disponível para as tarefas domésticas… Parecia mal se recebessem tanto quanto eles!

Do palhaço já não vale a pena falar. A “boa moeda” pensa assim. Que podemos fazer? Para já, os blogues de professores voltaram a actualizar-se…

Santana Castilho expressou o mau-estar dos docentes este Natal:

  • (…) congelaram-se salários e pensões acima dos mil euros; congelaram-se as progressões nas carreiras e as admissões; agravaram-se drasticamente as condições de reforma; reduziram-se regalias sociais, ao mesmo tempo que se aumentaram os descontos para a ADSE e aposentação. Tudo porque foi dito, em tempo de alarme, que sem isso não reduziríamos o défice. Mas com isso os funcionários públicos terão perdido nos últimos anos oito por cento do seu anterior poder de compra e o défice subiu para números nunca dantes vistos. Será pois altura de baterem à porta do dinheiro, da corrupção, da especulação e das obras faraónicas sem retorno. Será altura de nos preocuparmos seriamente com o terço da população portuguesa que vive abaixo do limiar da pobreza e de reconhecermos que os cânones da globalização feroz e do capitalismo sem ética estão na origem de uma legião de desempregados que nunca tínhamos visto. Será altura de nos opormos à arrogância cultural e política que vem impedindo os nossos jovens de compreenderem a realidade que os escraviza e a hipocrisia do discurso da modernidade que os deixa sem futuro.
    Santana Castilho, PÚBLICO, 23/DEZ/2009

Face Oculta – Um país condenado ao subdesenvolvimento Novembro 16, 2009

Posted by netodays in Face Oculta, José Sócrates, Socratelândia.
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Há países desenvolvidos e outros que teimam em não atingir determinados níveis de bem-estar. Há condições de partida muito diversas, assim como múltiplas condicionantes e processos históricos que impedem a indicação de uma receita padrão para os países atingirem os níveis mais elevados do desenvolvimento humano. Contudo pode verificar-se que nenhum país atinge um nível de desenvolvimento elevado sem respeitar duas condições básicas, a saber:
1 – Dispor de um Estado que assegure um quadro legal uniforme para todos os cidadãos. É importante que os Estados sejam reconhecidos como árbitros, enquanto os particulares e as empresas deverão ser os jogadores, dotados de iguais direitos e deveres;
2 – A riqueza criada deverá ser equitativamente distribuída, de modo a que mais pessoas possam usufruir do bem-estar proporcionado pela produção.

Aqui vivemos num país onde um após um jornal – SOL – ter divulgado transcrições de gravações de telefonemas que incriminam o Primeiro-Ministro, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Noronha de Nascimento, considerou nulas e ordenou a destruição das escutas das conversas entre o Primeiro-Ministro, José Sócrates, e Armando Vara, no âmbito da operação “Face Oculta”.

A forma como foram obtidas as provas tiveram mais valor que o seu conteúdo, do ponto de vista do presidente do STJ, que com a destruição das provas safou os dois interlocutores. Fazer justiça em Portugal é destruir as provas quando é apanhado peixe graúdo, porque ninguém neste país acredita na independência do sistema judicial para julgar as trafulhices de Sócrates, Vara e companhia.

É evidente que que estes episódios só desenvolvem mais a mentalidade terceiro-mundista: Não quero factura nenhuma! Não preciso de pagar impostos para estes filhos da p*

Mete nojo viver num país que só consegue julgar o ladrão que rouba um automóvel, mas não é capaz de capturar aqueles que roubam todos os dias! À boleia de Sócrates, Vara safeu-se! Mas a imagem do país no exterior é cada vez mais a de uma República das Bananas. Leia-se a versão inglesa da Wikipédia, que é o primeiro resultado do Google para “Face Oculta”:

  • O ex-político Armando Vara é relatado no inquérito policial por ter tido ligações suspeitas com o Primeiro-Ministro Português José Sócrates. Estas ligações telefônicas foram gravadas pelos investigadores. José Sócrates negou qualquer envolvimento, alegando que ele estava apenas conversando com um amigo.
  • Wikipédia Inglesa

Além de serem responsáveis por situações de cambalacho que justificam o subdesenvolvimento do país, contribuem para a degradação da sua imagem perante a comunidade internacional, que naturalmente penaliza países com Primeiros-Ministros associados ao crime.

Que José Sócrates precise disto, compreendo, pois a sua “Licenciatura em Engenharia” não lhe deve servir para nenhum outro emprego. Agora, também me parece que para se desenvolver, o país precisa pelo menos de um sistema judicial independente do poder político, que aplique a todos o mesmo quadro normativo. Quando estas regras fundamentais não são respeitadas é o próprio Estado de Direito que está em causa. Daí que não me pareça excessivo o post do Do-Portugal-Profundo que apela à intervenção do Presidente da República. O problema é que como a má moeda é exactamente aquela que fica em circulação (Lei de Gresham), Cavaco não fará nada… temos uma rainha de Inglaterra na presidência!

Tecnologia Sócrates Outubro 11, 2009

Posted by netodays in José Sócrates.
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  • A Balança Tecnológica portuguesa tornou-se persistentemente positiva. Quer dizer, Portugal passou a integrar o conjunto de países que exportam mais bens e serviços tecnológicos do que aqueles que importam.
  • José Sócrates
    http://www.portugaltecnologico.fil.pt/

Sigo com interesse as novidades na área da tecnologia, mas esta propaganda do Portugal Tecnológico 2009 também suscitou outro tipo de interesses. Os indicadores estatísticos acabam por ser uma fonte de construção das mensagens, e de criação de realidades, que não resistem ao mínimo confronto com o real.

Como pode um país exportar tecnologia sem nunca ter desenvolvido a sua indústria? (*)
Como é possível elogiar uma Balança Tecnológica portuguesa tornou-se persistentemente positiva, quando se sabe que a Balança Comercial apresenta um défice estrutural que é talvez o indicador que melhor retrata as debilidades da economia portuguesa face ao exterior?

Visitei a feira ao encontro das vitoriosas empresas portuguesas exportadoras de bens e serviços tecnológicos… A administração pública estava lá em peso: portal das escolas, plano tecnológico, ministério da saúde, segurança social, ministério da administração interna, portal do cidadão, loja do cidadão, cartão do cidadão, SEF, PSP, GNR, Protecção Civil, Universidades, Comissões Coordenadoras Regionais… empresas certamente que contavam pelos dedos, e nenhuma delas tinha dimensão suficiente para reconhecer a sua marca.

Que tecnologia é esta que se faz sem empresas? É a tecnologia Sócrates: basta carregar no botão simplificador.

Consultando os documentos do Banco de Portugal podemos ler que Portugal revela uma clara e sustentada vantagem comparativa no sector de baixa-tecnologia. Os subsectores de “Têxteis, vestuário, couros e calçado” e de “Madeira, pasta, papel e publicações” apresentam índices Balassa muito elevados (…)
Fonte: Banco de Portugal. Backup

Tudo como antes. Só propaganda! Apetece-me carregar noutro botão:


(*) Portugal é o único país europeu onde o sector secundário nunca foi mais importante no conjunto da economia, quer em termos do contributo da produção para o PIB, quer em termos do emprego da população activa. A alergia de Salazar à industrialização (fonte de revolta dos operários…) compreende-se… mas esse “S” já morreu em 1968!

Legislativas 2009 – Sou professor! Não votei no PS! Setembro 28, 2009

Posted by netodays in José Sócrates.
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1. Se a abstenção fosse um partido teria ganho as eleições. Em cada 10 eleitores, 4 não se identificam com nenhum dos partidos concorrentes, o que é um indicador da falta de qualidade da democracia.

2. O PS perdeu a maioria absoluta. Creio que José Sócrates não irá optar por nenhuma coligação. Tentará um governo PS minoritário com acordos pontuais.

3. Os Orçamentos do PS só passarão com acordos à direita (PS+CDS, PS+PSD ou PS+PSD+CDS).

4. Nas “questões fracturantes” o PS precisa da esquerda, incluindo o PC. Os votos da CDU e do BE são necessários para uma maioria de esquerda, necessariamente PS+BE+CDU.

5. A direita sem o PS continua inofensiva (PSD + CDS = 99 deputados).

6. O PSD foi o grande perdedor destas eleições, porque foi o único partido da oposição que não beneficiou da hemorragia de votos sofrida pelo PS. Isso deve-se a MFL que aspirou a ser PM sem fazer comícios. Certamente já concluiu que deverá procurar outro emprego.

7. O PS ganhou as eleições porque o PSD nem fez campanha. Se em vez do Pacheco Pereira ficar na retaguarda a interpretar os disparates de MFL, tivesse sido ele próprio o candidato, certamente o PSD teria tido outro resultado.

8. A hemorragia que afectou o PS não se deve ao mérito especial dos outros partidos, que cresceram todos salvo as abéculas do PSD. Um factor determinante da nova correlação de forças no parlamento foi o trabalho dos professores. Sócrates deveria recordar-se que estes promoveram a campanha “Sou professor! Não voto PS!”, que conduziu a esta dispersão dos sufrágios. Estes partidos subscreveram um Compromisso Educação que poderão agora honrar, colocando termo aos principais disparates de Milu.


Fonte: EXPRESSO.

Se José Sócrates insistir nas políticas da educação que lhe deram este cartão amarelo, bastará que o PSD encontre um líder – MFL foi simplesmente Presidente, com autoridade estatutária. Um líder tem autoridade muito superior! – e que o PR convoque eleições antecipadas para que o PSD lhe tome o poder. Quererá Sócrates correr esse risco?