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Busca Implacável Novembro 8, 2008

Posted by netodays in cinema, legitimidade para a acção.
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Um pai com treino militar, legitimado pela missão de resgate da filha, vence todos os obstáculos.

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"É muito natural conduzir sem carta" Julho 7, 2008

Posted by netodays in legitimidade para a acção, Socratelândia.
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“É muito natural conduzir sem carta” – disse tranquilamente para as câmaras da SIC. Com certeza não é caso único. Conheço alguns que conduzem aqui na zona mas que não se aventuram a ir a Lisboa, com receio de alguma operação STOP.

E não tiram a carta de condução porquê? Não é por falta de dinheiro, nem por não saberem conduzir. Têm máquinas muito superiores ao meu carrito, e até fazem demonstrações de perícia dignas de um rally. O problema é outro.

O problema é que não conseguem interpretar as perguntas do exame escrito quando tentam tirar a carta de condução. O 9º ano até conseguiram facilmente com as “Novas Oportunidades”, mas estão a precisar que este programa seja alargado às cartas de condução. Provavelmente até seria mesmo naquela área que faria sentido facilitar quem mostrasse ter “mãos”.

Se lhes disser que é ilegal conduzir sem carta, já sei qual é a resposta pronta que recebo: há tanta gente a fazer tanta coisa ilegal e não lhes acontece nada!
Infelizmente é esta a mensagem que a televisão lhes leva, e que legitima a sua conduta.

Disse a SIC que “ainda há quem conduza sem carta de condução”, sugerindo que esta seria uma situação típica do passado. Para verificar como é uma situação do presente basta pensar na pressão do fluxo migratório sobre as grandes cidades.

"É muito natural conduzir sem carta" Julho 7, 2008

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“É muito natural conduzir sem carta” – disse tranquilamente para as câmaras da SIC. Com certeza não é caso único. Conheço alguns que conduzem aqui na zona mas que não se aventuram a ir a Lisboa, com receio de alguma operação STOP.

E não tiram a carta de condução porquê? Não é por falta de dinheiro, nem por não saberem conduzir. Têm máquinas muito superiores ao meu carrito, e até fazem demonstrações de perícia dignas de um rally. O problema é outro.

O problema é que não conseguem interpretar as perguntas do exame escrito quando tentam tirar a carta de condução. O 9º ano até conseguiram facilmente com as “Novas Oportunidades”, mas estão a precisar que este programa seja alargado às cartas de condução. Provavelmente até seria mesmo naquela área que faria sentido facilitar quem mostrasse ter “mãos”.

Se lhes disser que é ilegal conduzir sem carta, já sei qual é a resposta pronta que recebo: há tanta gente a fazer tanta coisa ilegal e não lhes acontece nada!
Infelizmente é esta a mensagem que a televisão lhes leva, e que legitima a sua conduta.

Disse a SIC que “ainda há quem conduza sem carta de condução”, sugerindo que esta seria uma situação típica do passado. Para verificar como é uma situação do presente basta pensar na pressão do fluxo migratório sobre as grandes cidades.

"É muito natural conduzir sem carta" Julho 7, 2008

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“É muito natural conduzir sem carta” – disse tranquilamente para as câmaras da SIC. Com certeza não é caso único. Conheço alguns que conduzem aqui na zona mas que não se aventuram a ir a Lisboa, com receio de alguma operação STOP.

E não tiram a carta de condução porquê? Não é por falta de dinheiro, nem por não saberem conduzir. Têm máquinas muito superiores ao meu carrito, e até fazem demonstrações de perícia dignas de um rally. O problema é outro.

O problema é que não conseguem interpretar as perguntas do exame escrito quando tentam tirar a carta de condução. O 9º ano até conseguiram facilmente com as “Novas Oportunidades”, mas estão a precisar que este programa seja alargado às cartas de condução. Provavelmente até seria mesmo naquela área que faria sentido facilitar quem mostrasse ter “mãos”.

Se lhes disser que é ilegal conduzir sem carta, já sei qual é a resposta pronta que recebo: há tanta gente a fazer tanta coisa ilegal e não lhes acontece nada!
Infelizmente é esta a mensagem que a televisão lhes leva, e que legitima a sua conduta.

Disse a SIC que “ainda há quem conduza sem carta de condução”, sugerindo que esta seria uma situação típica do passado. Para verificar como é uma situação do presente basta pensar na pressão do fluxo migratório sobre as grandes cidades.

China: Um exemplo da pluralidade de justificações que apresentamos em função das situações Maio 16, 2008

Posted by netodays in China, legitimidade para a acção.
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Texto 1
A China ocupa o segundo lugar na lista dos maiores exportadores do mundo, e arrecada o terceiro quando se fala em países importadores. Só em 2007, o volume de exportações da União Europeia para o gigante asiático chegou aos 48 mil milhões de euros. Em Portugal, a Associação Comercial e Industrial Luso-Chinesa assegura que há 20 mil chineses legalizados, 5 mil estabelecimentos comerciais e 400 restaurantes. Imparável, a China conquista o Mundo debaixo de um coro de protestos – pelas metrópoles por onde passou a tocha olímpica, não faltaram palavras de ordem contra os alegados crimes praticados por Pequim contra os Direitos Humanos…
http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/315577

Texto 2
Quando acordei quis saber que horas seriam. Não que tivesse alguma coisa importante marcada, mas é aquele hábito humano quase irresistível do «ter de saber as horas». Foi quando me lembrei que no dia anterior tinha banido todos os relógios do meu quarto, por serem fabricados na China. O primeiro desafio desta aventura foi, pois, saber a que horas andava – e eu já tinha posto de lado telemóvel e computador. Embora o telemóvel tenha sido fabricado na Finlândia, a bateria e respectivo carregador foram feitos na China, o que constituiu, aliás, o grande problema para o substituir por outro. O mesmo se passou em relação ao computador e respectivo rato. Liguei a televisão, estava a dar um dos noticiários das 10h, o problema de saber as horas estava resolvido. Escolher o que vestir hoje foi frustrante, pouca coisa no meu roupeiro escapou à invasão chinesa. Da minha roupa interior quase nada resta, o blusão para o frio foi banido, casacos de malha igual a zero, camisas o mesmo, algumas calças de ganga escaparam… acabei por me vestir «made in India», o que incluiu uma camisola da minha mãe. A melhor notícia do dia foi… todos os meus sapatos são de países diferentes e nenhum é chinês. A pior notícia: tenho urgentemente de ir às compras.
Fonte: Diário de uma Estudante, que resistiu aos produtos chineses durante um mês, EXPRESSO/Assinatura, 10/MAIO/2008

Admitindo a complexidade da realidade, e a facilidade das pessoas em justificarem as suas acções em função de cada situação, compreendem-se situações aparentemente contraditórias. A oposição política à China a propósito da violação dos Direitos Humanos, convive muito bem as “oportunidades de negócio” com a China e os seus produtos baratos. Não há racionalidade económica que explique a pluralidade de justificações que mobilizam os seres humanos nos mais variados contextos.

O “eu-que-vai-às-compras” não suportaria sistematicamente a tirania do “eu-político”…
Escrevi pluralidade no título porque de facto nem sei quantos “eus” cada um de nós tem: depende da situação… Pelo menos quando decidimos divertir-nos deixamos num plano secundário a vertente política e a económica, emergindo uma espécie de “eu-divirto-me” 😉 Também não me divirto lá grande coisa se der muita atenção ao “eu-ecologista”, que me pede para deixar o carro na garagem…

China: Um exemplo da pluralidade de justificações que apresentamos em função das situações Maio 16, 2008

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A China ocupa o segundo lugar na lista dos maiores exportadores do mundo, e arrecada o terceiro quando se fala em países importadores. Só em 2007, o volume de exportações da União Europeia para o gigante asiático chegou aos 48 mil milhões de euros. Em Portugal, a Associação Comercial e Industrial Luso-Chinesa assegura que há 20 mil chineses legalizados, 5 mil estabelecimentos comerciais e 400 restaurantes. Imparável, a China conquista o Mundo debaixo de um coro de protestos – pelas metrópoles por onde passou a tocha olímpica, não faltaram palavras de ordem contra os alegados crimes praticados por Pequim contra os Direitos Humanos…
http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/315577

Texto 2
Quando acordei quis saber que horas seriam. Não que tivesse alguma coisa importante marcada, mas é aquele hábito humano quase irresistível do «ter de saber as horas». Foi quando me lembrei que no dia anterior tinha banido todos os relógios do meu quarto, por serem fabricados na China. O primeiro desafio desta aventura foi, pois, saber a que horas andava – e eu já tinha posto de lado telemóvel e computador. Embora o telemóvel tenha sido fabricado na Finlândia, a bateria e respectivo carregador foram feitos na China, o que constituiu, aliás, o grande problema para o substituir por outro. O mesmo se passou em relação ao computador e respectivo rato. Liguei a televisão, estava a dar um dos noticiários das 10h, o problema de saber as horas estava resolvido. Escolher o que vestir hoje foi frustrante, pouca coisa no meu roupeiro escapou à invasão chinesa. Da minha roupa interior quase nada resta, o blusão para o frio foi banido, casacos de malha igual a zero, camisas o mesmo, algumas calças de ganga escaparam… acabei por me vestir «made in India», o que incluiu uma camisola da minha mãe. A melhor notícia do dia foi… todos os meus sapatos são de países diferentes e nenhum é chinês. A pior notícia: tenho urgentemente de ir às compras.
Fonte: Diário de uma Estudante, que resistiu aos produtos chineses durante um mês, EXPRESSO/Assinatura, 10/MAIO/2008

Admitindo a complexidade da realidade, e a facilidade das pessoas em justificarem as suas acções em função de cada situação, compreendem-se situações aparentemente contraditórias. A oposição política à China a propósito da violação dos Direitos Humanos, convive muito bem as “oportunidades de negócio” com a China e os seus produtos baratos. Não há racionalidade económica que explique a pluralidade de justificações que mobilizam os seres humanos nos mais variados contextos.

O “eu-que-vai-às-compras” não suportaria sistematicamente a tirania do “eu-político”…
Escrevi pluralidade no título porque de facto nem sei quantos “eus” cada um de nós tem: depende da situação… Pelo menos quando decidimos divertir-nos deixamos num plano secundário a vertente política e a económica, emergindo uma espécie de “eu-divirto-me” 😉 Também não me divirto lá grande coisa se der muita atenção ao “eu-ecologista”, que me pede para deixar o carro na garagem…

China: Um exemplo da pluralidade de justificações que apresentamos em função das situações Maio 16, 2008

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A China ocupa o segundo lugar na lista dos maiores exportadores do mundo, e arrecada o terceiro quando se fala em países importadores. Só em 2007, o volume de exportações da União Europeia para o gigante asiático chegou aos 48 mil milhões de euros. Em Portugal, a Associação Comercial e Industrial Luso-Chinesa assegura que há 20 mil chineses legalizados, 5 mil estabelecimentos comerciais e 400 restaurantes. Imparável, a China conquista o Mundo debaixo de um coro de protestos – pelas metrópoles por onde passou a tocha olímpica, não faltaram palavras de ordem contra os alegados crimes praticados por Pequim contra os Direitos Humanos…
http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/315577

Texto 2
Quando acordei quis saber que horas seriam. Não que tivesse alguma coisa importante marcada, mas é aquele hábito humano quase irresistível do «ter de saber as horas». Foi quando me lembrei que no dia anterior tinha banido todos os relógios do meu quarto, por serem fabricados na China. O primeiro desafio desta aventura foi, pois, saber a que horas andava – e eu já tinha posto de lado telemóvel e computador. Embora o telemóvel tenha sido fabricado na Finlândia, a bateria e respectivo carregador foram feitos na China, o que constituiu, aliás, o grande problema para o substituir por outro. O mesmo se passou em relação ao computador e respectivo rato. Liguei a televisão, estava a dar um dos noticiários das 10h, o problema de saber as horas estava resolvido. Escolher o que vestir hoje foi frustrante, pouca coisa no meu roupeiro escapou à invasão chinesa. Da minha roupa interior quase nada resta, o blusão para o frio foi banido, casacos de malha igual a zero, camisas o mesmo, algumas calças de ganga escaparam… acabei por me vestir «made in India», o que incluiu uma camisola da minha mãe. A melhor notícia do dia foi… todos os meus sapatos são de países diferentes e nenhum é chinês. A pior notícia: tenho urgentemente de ir às compras.
Fonte: Diário de uma Estudante, que resistiu aos produtos chineses durante um mês, EXPRESSO/Assinatura, 10/MAIO/2008

Admitindo a complexidade da realidade, e a facilidade das pessoas em justificarem as suas acções em função de cada situação, compreendem-se situações aparentemente contraditórias. A oposição política à China a propósito da violação dos Direitos Humanos, convive muito bem as “oportunidades de negócio” com a China e os seus produtos baratos. Não há racionalidade económica que explique a pluralidade de justificações que mobilizam os seres humanos nos mais variados contextos.

O “eu-que-vai-às-compras” não suportaria sistematicamente a tirania do “eu-político”…
Escrevi pluralidade no título porque de facto nem sei quantos “eus” cada um de nós tem: depende da situação… Pelo menos quando decidimos divertir-nos deixamos num plano secundário a vertente política e a económica, emergindo uma espécie de “eu-divirto-me” 😉 Também não me divirto lá grande coisa se der muita atenção ao “eu-ecologista”, que me pede para deixar o carro na garagem…

É escandaloso que um gestor receba num mês o mesmo que um trabalhador em 13,7 anos! (*) Maio 12, 2008

Posted by netodays in inequidade, legitimidade para a acção, Luc Boltanski, racionalidade económica.
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Quando Helena Garrido procurava apresentar argumentos na esfera da racionalidade económica para justificar tamanha discrepância, não conseguiu melhor que o recurso à metáfora da água e dos diamantes. Foi obrigada a recorrer à metáfora precisamente porque não tem argumentos no âmbito da racionalidade económica.

O termo de comparação para os administradores portugueses, quando pensam no seu ordenado, são os administradores alemães, independentemente da produtividade das empresas. Já quando “estudam” os salários dos trabalhadores têm que ter necessariamente em conta a “produtividade das empresas”… Como resultado Portugal continua a desenvolver uma repartição do rendimento terceiro-mundista que cada vez mais nos envergonhará no contexto da União Europeia.

Luc Boltanski explica que os seres humanos convivem bem com uma multiplicidade de justificações contraditórias entre si, que seleccionam em função da situação em que se encontram.
Mais um exemplo. O protesto contra o desrespeito dos Direitos Humanos na China também convive muito bem o crescente consumo dos produtos chineses… não dá jeito nenhum pensar na política quando vamos às compras, não é?


(*) As contas são simples. http://vistodaeconomia.blogspot.com/ indica que o salário médio da administração foi, o ano passado, 164,1 vezes a remuneração média dos outros trabalhadores, no caso da Sonae SGPS – liderada por Paulo Azevedo, filho de Belmiro de Azevedo. 164,1/12=13,7.

É escandaloso que um gestor receba num mês o mesmo que um trabalhador em 13,7 anos! (*) Maio 12, 2008

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Quando Helena Garrido procurava apresentar argumentos na esfera da racionalidade económica para justificar tamanha discrepância, não conseguiu melhor que o recurso à metáfora da água e dos diamantes. Foi obrigada a recorrer à metáfora precisamente porque não tem argumentos no âmbito da racionalidade económica.

O termo de comparação para os administradores portugueses, quando pensam no seu ordenado, são os administradores alemães, independentemente da produtividade das empresas. Já quando “estudam” os salários dos trabalhadores têm que ter necessariamente em conta a “produtividade das empresas”… Como resultado Portugal continua a desenvolver uma repartição do rendimento terceiro-mundista que cada vez mais nos envergonhará no contexto da União Europeia.

Luc Boltanski explica que os seres humanos convivem bem com uma multiplicidade de justificações contraditórias entre si, que seleccionam em função da situação em que se encontram.
Mais um exemplo. O protesto contra o desrespeito dos Direitos Humanos na China também convive muito bem o crescente consumo dos produtos chineses… não dá jeito nenhum pensar na política quando vamos às compras, não é?


(*) As contas são simples. http://vistodaeconomia.blogspot.com/ indica que o salário médio da administração foi, o ano passado, 164,1 vezes a remuneração média dos outros trabalhadores, no caso da Sonae SGPS – liderada por Paulo Azevedo, filho de Belmiro de Azevedo. 164,1/12=13,7.