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Miguel Relvas: Direito e Moralidade Agosto 16, 2012

Posted by netodays in legitimidade moral, legitimidade política, moral, Relvas.
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Em qualquer área disciplinar os profissionais gostam de se intitular “cientistas”, mesmo no Direito. Então para fugirem à relatividade dos sistemas jurídicos em função das culturas e à evidência da sua construção no tempo, restringem a “Ciência do Direito” à compreensão e prática dos aspectos jurídicos (Ascenção, 2005), remetendo outras dimensões da realidade para ciências afins.

Desde modo os juristas deixam de compreender o mundo real, percorrendo as vias estreitas dos princípios jurídicos e da legalidade que eles próprios constroem, interpretações essas cada vez mais abstractas e pobres, limitando-se a verificar o cumprimento da legalidade que definem.

Situação exemplar da pobreza do Direito é a opinião do antigo Bastonário da Ordem dos Advogados de Portugal, José Miguel Júdice:

Não deixa de ser caricato que um advogado de primeira linha tenha dúvidas quanto ao cumprimento da legalidade. Diz que o caso não configura “aparentemente” uma ilegalidade (sic), e como a “Ciência” o impede de se referir a valores morais, só vislumbra a “maledicência portuguesa”, sem procurar entender a origem das denúncias públicas.

Poderemos imaginar Miguel Júdice na barra do Tribunal defendendo Relvas:

  • O ministro Miguel Relvas foi vítima de uma coisa muito portuguesa, toda a gente tem que ser doutor, noutros países mais civilizados do que Portugal ninguém se preocupa muito em ser doutor. A mania de ser doutor é que dá isto, se não houvesse esta mania de ser doutor, ele não teria feito aquela solução que é legal, mas que foi ridicularizada na praça pública. Visto que Miguel Relvas já pagou aí o preço do seu infortúnio deverá ser absolvido do crime de narcisismo.

Do ponto de vista dos experts em Ciência do Direito, estes não devem considerar quaisquer elementos de natureza moral, porque estes aspectos humanos não são “normalizáveis” e lá perderiam a “Cienciazita” do Direito.

As pessoas comuns exigem que os políticos, além de cumprirem as normas legais que estabelecem para a comunidade, também se sintam pessoalmente constrangidos a respeitar as normas que a Sociedade impõe a cada um de nós, sem necessidade de os juristas as criarem. “Não matarás!”, certamente começou por ser uma regra social, muito antes de integrar o sistema jurídico. “Não mentirás!”, norma que, como se vê, não foi integrada no ordenamento jurídico português, é pedra de toque do sistema de valores morais.

Se Relvas tivesse concluído a Licenciatura como os outros estudantes, não haveria qualquer reparo nem em termos de legalidade nem de moralidade. O que as pessoas comuns entendem normal, é que se lute pela vida, e designadamente que se cumpra um determinado percurso escolar para obter o correspondente título académico. Os juristas usam uns óculos que apenas lhes permite observar a legalidade. Para as pessoas comuns é importante que todos sejam tratados nas mesmas circunstâncias, com igual dignidade e respeito pelo bem comum. Designadamente, o mérito académico deverá depender exclusivamente do trabalho escolar evidenciado, que deste modo subordinam os seus interesses pessoais ao interesse da colectividade. A Licenciatura de Relvas, oferecida pelos amigos maçons, trata-se de um claro privilégio que não pode ser concedido a outras pessoas (não disse estudantes!), porque colocou os “espertos” acima dos “esforçados”, ultrapassando todas as regras indispensáveis para conduzir os estudantes a trabalharem pelo bem comum.

Os juristas bem podem inventar um quadro legal para legitimar a situação, tornando-a aparentemente aceitável, mas moralmente nunca será. A moralidade do acto reside na subordinação do indivíduo aos interesses da sociedade (Durkheim).

O mais incrível é que neste país, mesmo os Ministros sem qualquer legitimidade moral, continuam com legitimidade política! Depois – sem vergonha – dizem que os assobios são normais em democracia!

O reino da Socratelândia, não é mau para todos! Janeiro 21, 2008

Posted by netodays in inequidade, moral.
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Diz o povo, que quem parte e reparte fica com a melhor a parte, ou não tem arte 😉 Os nossos políticos são uns artistas!

O ministro das Finanças autorizou a concessão de um subsídio de Alojamento a Ascenso Simões, secretário de Estado da Protecção Civil, no montante de 75% do valor das ajudas de custo estabelecidas para os vencimentos superiores ao índice 405 da Função Pública, ou seja, são mais 1300 euros por mês.
O próprio Teixeira dos Santos recebe este subsídio por não possuir residência em Lisboa.

Um professor – ou outro funcionário menor – deslocado da sua residência habitual terá de pagar duas casas, sem receber mais um cêntimo. Esta é a justiça do reino da Socratolândia.

Relações laborais e concorrência na Socratelândia Janeiro 10, 2008

Posted by netodays in Armando Vara, moral.
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Os contratos de trabalho que supostamente regulam as relações laborais, e a lei do trabalho, como as restantes, seria geral e abstracta, universal, bla, bla, bla,… igual para todos.

Digo supostamente porque já se chegou ao cúmulo das relações laborais sem nenhum vínculo quando os recibos verdes (que até são brancos) se eternizam sem qualquer limite temporal à vista, para trabalhadores indiferenciados: que constituem a segunda classe.

O reverso da medalho é o prolongamento do vínculo, mesmo sem exercício de funções e sem pagamento, até que Deus queira, no caso dos doutores: naturalmente, a primeira classe. Exemplo:

Em que país civilizado seria possível o mesmo indivíduo poder ser administrador do maior banco privado (BCP) e manter relações contratuais com o banco público (CGD), que teoricamente é o seu principal concorrente? Só me ocorre um: na Socratelândia. O poder de fiscalização também está controlado pelo PS… Alguém se indigna com a situação a que chegámos, ou é perfeitamente natural?

Estes Putos Novembro 15, 2007

Posted by netodays in Carlos do Carmo, Estes Putos, José Sócrates, moral.
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Carlos do Carmo nunca terá imaginado uma interpretação tão brilhante! Estes putos também inventam cada jogo! 5 estrelas!!!

A renovação da crítica social e política utiliza hoje os recursos audiovisuais, facilmente integráveis na web.

Estes Putos Novembro 15, 2007

Posted by netodays in Carlos do Carmo, Estes Putos, José Sócrates, moral.
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Carlos do Carmo nunca terá imaginado uma interpretação tão brilhante! Estes putos também inventam cada jogo! 5 estrelas!!!

A renovação da crítica social e política utiliza hoje os recursos audiovisuais, facilmente integráveis na web.

Eficiência, custos e politiquice – Padrinho! Quer seu teu assistente! Novembro 8, 2007

Posted by netodays in assistente individual, deputados, eficiência, funcionalismo público, José António Saraiva, moral.
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A Assembleia da República viu o seu número de deputados reduzido de 250 para 230 em nome da contenção da despesa pública e da eficiência, pois a AR até funcionaria melhor com menos deputados, na perspectiva dos partidos com maior representação, PS e PSD. O Governo não tem coragem para reduzir o número de deputados de 230 para 100 porque se o número de lugares no Parlamento diminuísse tanto, muitos históricos dos vários partidos, ex-ministros e secretários de Estado, figuras públicas, teriam de ficar de fora (José António Saraiva, 2007, Política à Portuguesa, Oficina do Livro).
Agora que o Governo está tão empenhado em cortar a despesa pública, os senhores deputados lembraram-se de que precisavam de um “assistente individual” para desempenharem eficientemente as suas funções! Essa aberração entrará directamente para os quadros da função pública, congelada! O mérito para conseguir emprego na função pública é ter um padrinho! Mudaram as moscas!

Ler mais?

Internet e reflexão colectiva Outubro 8, 2007

Posted by netodays in Internet, José Sócrates, Lei de Gresham, moral, Ota, TGV, Valter Lemos.
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Alguns mails espalham-se muito rapidamente pela Internet, são publicados na blogosfera, e então são levados para o debate público pelos opinion makers, pelos jornalistas, etc. Deste modo, a banalização da Internet amplia efectivamente os direitos dos cidadãos, pela via da sua liberdade de expressão, mas temos umas lapas apegadas à rocha com tal ignomínia e uma oposição tão apagada, que se a sociedade civil não emergir, o país não abandonará a cauda da Europa.

A este propósito, o exemplo do “engenheiro” José Sócrates é bem elucidativo, pois apesar das aldrabices evidentes que todos conhecemos pela comunicação social, amplamente difundidas pela blogosfera, ainda se sentiu legitimado para processar o autor DoPortugalProfundo… Perdeu-se a vergonha! Além disso foi estúpido, porque continuou a lançar mais lenha na fogueira que o irá queimar… Num país onde a moral tivesse algum significado político, já teria sido demitido, mas com a “nova Lei de Gresham”, reformulada por Cavaco, nada disto tem relevância para as funções públicas que desempenha. Aguentem!

No caso do “engenheiro”, não fosse a Internet, e o tema nunca teria sido abordado pela imprensa. Pode ser que a circulação de mails e publicação de posts sobre o TGV, a Ota, etc. contribuam para a abertura do debate que de outra maneira não se realizaria na sociedade portuguesa.

Enfim, acho que basta o bom senso para publicar o seguinte texto que me chegou por mail, e que constitui um excelente exemplo no novo tipo de intervenção no debate público proporcionado pela Internet.


Travar para pensar



Linhas de TGV existentes

Há uns meses optei por ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado o bilhete, dei comigo num comboio que só se diferenciava dos nossos Alfa por ser menos luxuoso e dotado de menos serviços de apoio aos passageiros.
A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demorou cerca de cinco horas.
Não fora ser crítico do projecto TGV e conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemas únicos dos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos. Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza . A resposta está na excelência das suas escolas, na qualidade do seu Ensino Superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches e jardins-de-infância em cada esquina, nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade. Percebe-se bem porque não construíram estádios de futebol desnecessários, porque não constróem aeroportos em cima de pântanos nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.
O TGV é um transporte adaptado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo.
É por isso, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, que existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez que não o encontramos na Noruega, na Suécia, na Holanda e em muitos outros países ricos. Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de euros não terá qualquer repercussão na economia do País. Para além de que, dado hoje ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar.
Com 7,5 mil milhões de euros pode construir-se mil escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas (a 2,5 milhões de euros cada uma), mais mil creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais mil centros de dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um). Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências, como a urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.
CABE AO GOVERNO REFLECTIR.
CABE À OPOSIÇÃO CONTRAPOR.
CABE AOS CIDADÃOS MANIFESTAREM-SE!!!
CABE À TUA CONSCIÊNCIA REENCAMINHAR OU DEIXAR FICAR.


Um fenómeno paralelo, são os textos publicados na web, assinados, dos quais são posteriormente difundidas muitas cópias por mail:

Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação (…)

Afinal se o outro se fez engenheiro, por que razão este não se poderá fazer Doutor?

Internet e reflexão colectiva Outubro 8, 2007

Posted by netodays in Internet, José Sócrates, Lei de Gresham, moral, Ota, TGV, Valter Lemos.
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Alguns mails espalham-se muito rapidamente pela Internet, são publicados na blogosfera, e então são levados para o debate público pelos opinion makers, pelos jornalistas, etc. Deste modo, a banalização da Internet amplia efectivamente os direitos dos cidadãos, pela via da sua liberdade de expressão, mas temos umas lapas apegadas à rocha com tal ignomínia e uma oposição tão apagada, que se a sociedade civil não emergir, o país não abandonará a cauda da Europa.

A este propósito, o exemplo do “engenheiro” José Sócrates é bem elucidativo, pois apesar das aldrabices evidentes que todos conhecemos pela comunicação social, amplamente difundidas pela blogosfera, ainda se sentiu legitimado para processar o autor DoPortugalProfundo… Perdeu-se a vergonha! Além disso foi estúpido, porque continuou a lançar mais lenha na fogueira que o irá queimar… Num país onde a moral tivesse algum significado político, já teria sido demitido, mas com a “nova Lei de Gresham”, reformulada por Cavaco, nada disto tem relevância para as funções públicas que desempenha. Aguentem!

No caso do “engenheiro”, não fosse a Internet, e o tema nunca teria sido abordado pela imprensa. Pode ser que a circulação de mails e publicação de posts sobre o TGV, a Ota, etc. contribuam para a abertura do debate que de outra maneira não se realizaria na sociedade portuguesa.

Enfim, acho que basta o bom senso para publicar o seguinte texto que me chegou por mail, e que constitui um excelente exemplo no novo tipo de intervenção no debate público proporcionado pela Internet.


Travar para pensar



Linhas de TGV existentes

Há uns meses optei por ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado o bilhete, dei comigo num comboio que só se diferenciava dos nossos Alfa por ser menos luxuoso e dotado de menos serviços de apoio aos passageiros.
A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demorou cerca de cinco horas.
Não fora ser crítico do projecto TGV e conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemas únicos dos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos. Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza . A resposta está na excelência das suas escolas, na qualidade do seu Ensino Superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches e jardins-de-infância em cada esquina, nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade. Percebe-se bem porque não construíram estádios de futebol desnecessários, porque não constróem aeroportos em cima de pântanos nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.
O TGV é um transporte adaptado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo.
É por isso, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, que existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez que não o encontramos na Noruega, na Suécia, na Holanda e em muitos outros países ricos. Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de euros não terá qualquer repercussão na economia do País. Para além de que, dado hoje ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar.
Com 7,5 mil milhões de euros pode construir-se mil escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas (a 2,5 milhões de euros cada uma), mais mil creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais mil centros de dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um). Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências, como a urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.
CABE AO GOVERNO REFLECTIR.
CABE À OPOSIÇÃO CONTRAPOR.
CABE AOS CIDADÃOS MANIFESTAREM-SE!!!
CABE À TUA CONSCIÊNCIA REENCAMINHAR OU DEIXAR FICAR.


Um fenómeno paralelo, são os textos publicados na web, assinados, dos quais são posteriormente difundidas muitas cópias por mail:

Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação (…)

Afinal se o outro se fez engenheiro, por que razão este não se poderá fazer Doutor?