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A ignorância de António Borges Setembro 30, 2012

Posted by netodays in António Borges, Nuno Crato, Passos Coelho, Relvas.
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Não se imagina que mais terá dito este senhor, além do sound bite, pois só isto ficou registado.

Compreende-se que seja difícil explicitar argumentos a favor da TSU, e chamar ignorantes a todos os que discordem desta medida de política é um sinal revelador de extrema fraqueza. Se a medida fosse realmente inteligente, deveria ser possível explicá-la em termos que fosse entendida.

Assim, António Borges, pede a Passos Coelho que o coloque no lote dos ministros a remodelar urgentemente, ao lado de Miguel Relvas, Victor Gaspar e Nuno Crato…

A representação de Nuno Crato Setembro 7, 2012

Posted by netodays in acções de julgamento, justiça, Nuno Crato, Troika.
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Comendo sopa de letras Nuno Crato construiu a sua concepção da educação. Para si a criança é encarada como um futuro trabalhador. Portanto, os professores deverão treinar os alunos com as competências necessárias para que no futuro o seu trabalho seja mais eficaz. A verificação das aprendizagens faz-se no final do processo, sendo o exame a prova por excelência do sucesso.

O conceito de tarefa escolar entrou na pedagogia por transposição do conceito que Taylor criou para a indústria, onde as tarefas se encontram padronizadas. Estas são acompanhadas de instruções que as permitem executar com a máxima eficácia. Seguindo-as o sucesso é garantido. Reduzindo o aluno a um autómato, a justificação industrial apresenta a educação como um mero problema técnico. “O objectivo não é o saber, nem o saber-ser, mas uma série de saberes-fazer que a pedagogia por objectivos decompõe em sábias taxinomias, como o taylorismo tinha decomposto as tarefas industriais” (Derouet, 1992:106).

Milú foi amplamente contestada quando só quis introduzir a avaliação de desempenho, e Nuno Crato despede dezenas de milhares aparentemente sem grande contestação, por uma razão simples: dentro de cada professor vive um Crato, isto é, a maioria das nossas representações sobre a melhoria do sistema educativo fundamentam-se na justificação industrial que Crato engoliu de Taylor, objectivos pedagógicos, tarefas escolares, “linha de montagem”… e exames na linha proposta por Nuno Crato. Como em cada professor vive um Crato, é muito difícil contestá-lo, por mais miserável que seja o economicismo.

Quem puder pagar, colocará as suas flores num Colégio, ao cuidado de jardineiros (*) com menos crianças, e mais tempo para cada uma. Crato chamará a isto “liberdade de escolha” entre o ensino público e o ensino privado.

Quando os estudantes têm negativa, a explicação de Crato não poderia ser mais simples: “90% dos estudantes que tiram negativa, atiram o barro à parede“.

Obrigadinho por não ler blogues, e não mudar de ideias. Fico satisfeito por ter um Ministro que atingiu a “excelência”. Para quem fazia da divulgação da ciência uma das bandeiras, percebe-se bem que apenas queria substituir um “eduquês” por outro.


(*) Os jardineiros regam as flores, cuidando do ambiente à sua volta, mas não definem que estas tenham de crescer x% ao ano para atingir os objectivos. Da diversidade é surge o encanto do Jardim. A justificação industrial conduz à homogeneidade dos processos, alunos, produtos, exames.

AdendaTodos sabem que a política seguida é meramente economicista, mas fica aqui um lembrete.

http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr/2012/cr12179.pdf

A Escola Pública está a ser severamente assassinada Julho 20, 2012

Posted by netodays in Nuno Crato, socratear.
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Testemunhos da Vigília pela Educação em Aveiro.

Nuno Crato relax Julho 19, 2012

Posted by netodays in Nuno Crato, relax.
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Fonte da foto: www.nunocrato.com

No actual panorama, uma forma de aliviar o espírito é passar a tentar ver humor, mesmo onde ele está ausente. Por registam-se aqui duas afirmações de Nuno Crato. A segunda expressão não foi dita para ser anedota, mas com um sentido totalmente diferente! No entanto a comunicação não é realizada apenas pelo emissor, mas também pelo receptor 😉

Nuno Crato: “Não há caos na preparação do ano lectivo. A preparação do ano lectivo está a decorrer com tranquilidade” / “Os horários zero estão em evolução, não estão consolidados” / “Eu nem posso garantir que continuarei a ser a melhor escolha do Dr. Passos Coelho”.

Incoerências Julho 18, 2012

Posted by netodays in Nuno Crato, relax.
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Passámos o ano lectivo a exigir trabalho, e no final… os sindicatos ficaram a rir-se, como se fossem necessários para aceitar a proposta de Nuno Crato: “a possibilidade dos professores sem horários e contratados serem colocados nas escolas, em atividades que fazem parte de um pacote de medidas para o sucesso e prevenção do abandono escolar.”

Tomar isto como vitória significa aceitar todas as anteriores medidas que levaram a esta catástrofe dos horários. O que mais me revolta é que no meio disto tudo a avaliação não passa de discurso, e as mudanças que estão a ser feitas são totalmente alheias às qualificações e ao investimento dos professores, criando numerosas situações de injustiça.

Foi uma mentira à Relvas, sob pressão… Mas mesmo que fosse verdade, seria inaceitável por numerosas razões:

  • a) As Vigílias são em Defesa da Educação, do Serviço Público da Educação em geral e da Escola Pública em Particular;

    b) Queremos a suspensão / revogação / alteração de todas as medidas que vão prejudicar os alunos, nomeadamente os que estão em situações de insucesso e / ou de abandono escolar: extinção de cursos (CEF, PIEF, Profissionais, etc..), Estudo Acompanhado, Formação Cívica, horas de apoio, aumento do número de alunos por turma,…

    c) Estamos também contra uma organização curricular que reduz o currículo, que contraria o espírito da Lei de Bases, que torna redutor todo o percurso escolar dos alunos. Recusamos a centralidade da disciplina A, ou da Disciplina B. O currículo não se pode reduzir a conteúdos;

    d) Achamos também que não se faz mais escola, com menos professores e por isso o despedimento gratuito de Professores contratados vai empobrecer a Escola Pública;

    e) A situação em que o MEC colocou os docentes dos quadros, obrigando milhares a concorrer a DACL é completamente gratuita e destituída de sentido. É uma medida sem qualquer tipo de eficácia que vai colocar em causa o arranque do próximo ano letivo;

    f) Por fim, exigimos que de imediato o MEC faça chegar às escolas instruções que permitam preparar com dignidade o próximo ano.

    Os promotores

    http://www.facebook.com/groups/303825439982/

Vigília da Educação já está em marcha! Julho 18, 2012

Posted by netodays in Nuno Crato.
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A Milú conseguiu unir os professores em célebres manifestações de 100.000/200.000 contra a avaliação. Não faço ideia de quantos, porque na altura eu até entendia que devia ser instituído um regime de avaliação sério, e encontrava-me na minha fase de anjinho, acreditando que o que vinha premiaria mais o mérito que a mera seriação por idade.

Entretanto as exigências financeiras obrigaram ainda o próprio José Sócrates a decretar o congelamento das progressões e promoções, acabando de vez com a propaganda da avaliação.

Com Passos Coelho e a música da Troika os professores têm aceite Nuno Crato, pelo currículo de aparente sabichão, porque estão habituados a esperar que um bom professor de Matemática tenha “cabecinha” para muito mais, e como era crítico do “eduquês” e professor até foi recebido algum carinho.

Com a música da Troika tornou-se “natural” a tese que há uma linha que separa os efectivos dos contratados, e portanto não voltar a contratar estes nem seria despedi-los.

Na passada 6ª-feira os Directores tiveram que enviar para o ministério a lista com os DACL – Docentes com Ausência de Componente Lectiva – e feitas as contas a nível nacional descobriu-se que além dos contratados, também 1 em cada 3 efectivos ficarão sem horário. Umas escolas foram encerradas na voracidade dos mega-agrupamentos, outras encontram-se de luto porque perderam muitos quadros.

De um dia para o outro os professores aperceberam-se que as célebres “gorduras do Estado” são a classe docente. Afinal em vez de implodir o Ministério, o ministro arrasa todos os professores, perseguindo objectivos meramente financeiros. Elevando o défice orçamental a objectivo único, a Escola Pública pode muito bem ser quase encerrada, isto é, reduzida ao mínimo, a funcionar com uns quantos professores proletarizados, pagos ao preço da uva mijona.

Os sindicados – quer a FENPROF, quer a FNE – têm andado a dormir, e entretanto foram ultrapassados pelos professores que se organizaram espontaneamente pelo Facebook.

Perante a onda que cresce nas redes sociais o Ministro já veio dizer que há emprego para todos, num plano de combate ao insucesso escolar. Só cairá nesta palermice quem quiser, porque é impossível prolongar a permanência dos alunos na Escola só para os professores terem horário!

Por exemplo, esta palermice é contraditória com outra: “90% dos estudantes que tiram negativa, atiram o barro à parede”. Em Sociologia chamamos a isto representações, que os actores invocam parra defenderem as ideias que lhes convém.

Se os dirigentes sindicais pudessem ser despedidos, sem possibilidade de regressar às escolas nos próximos 5 anos (período de nojo) poupavam-se uns euros.

Só há uma solução: VIGÍLIA PELA EDUCAÇÃO! Hoje!

Alunos poderão escolher cursos mais práticos logo no 5º ano – Ministério da Educação antecipa início do ensino vocacional Julho 2, 2012

Posted by netodays in Nuno Crato, Troika.
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Este título do EXRESSSO anunciou a última inovação de Nuno Crato, que confirma a germanização da política de ensino. Se o certificado de idoneidade apenas pode ser compreendido no âmbito das restrições financeiras impostas pela Troika, esta do ensino vocacional a partir dos 10 anos de idade é decalcada do sistema de ensino alemão, único na Europa a fazer a separação das vias de ensino tão cedo.

É fácil perceber que uma separação tão precoce entre “cursos práticos” e a “via ensino” nem permite que os alunos sintam se têm dificuldades a aprender Matemática, Português, Línguas, Ciências, etc. A notícia explica que “os cursos de ensino vocacional têm como objectivo garantir uma efectiva igualdade de oportunidades, consagrando alternativas mais adequadas, que preparem os jovens para a vida, dotando-os de ferramentas que lhes permitam enfrentar os desafios do mercado de trabalho”.

Se a escolaridade é obrigatória até aos 18 anos, qual é a profissão que necessita de 8 anos específicos de aprendizagem? Nenhuma. A única utilidade destes cursos é retirar os “alunos problemáticos” das turmas “normais”. Procura-se uma maior eficácia no ensino da elite, apesar da retórica da igualdade oportunidades.

Estes cursos serão frequentados por “opção dos alunos ou por sugestão da escola”, atendendo ao perfil de insucesso escolar, claro está! Certamente nenhum aluno optará livremente aos 10 nos pela condenação a uma vida de trabalho indiferenciado, mas deverá suceder o mesmo que na Alemanha onde as disciplinas mais problemáticas como a Matemática e as Ciências perdem importância na carga horária destes cursos (ver Eurydice).

O cinismo de Nuno Crato não tem limites quando afirma que, não se pretende que o aluno defina tão cedo o seu percurso escolar. “No final de cada ciclo de estudos – no 6º ou no 9º ano -, mediante a realização das provas ou exames previstos, os estudantes podem voltar a integrar o ensino básico geral”. Estão a brincar connosco! Vão para o ensino vocacional porque manifestaram dificuldades de aprendizagem, terão menor carga horária às disciplinas consideradas estruturantes/nobres… é evidente que seria um feito um aluno nestas circunstâncias regressar ao ensino normal.

É evidente que a escola deve fornecer uma educação comum igual a todos até determinado nível. Mais tarde, a especialização das profissões exige a ramificação do ensino. Não é possível definir com precisão até que idade deverá ir o ensino unificado, mas a criação de diferentes vias aos 10 anos de idade tem um significado claro: elitismo, segregação social e perpetuação da ignorância e das desigualdades. Da escola pública exige-se o inverso!

Invenção do Crato: Certificação de Idoneidade Junho 22, 2012

Posted by netodays in Nuno Crato, Troika.
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Santana Castilho desfaz literalmente Nuno Crato numa Carta Aberta que li aqui. Um dos pontos focados referia-se a uma “certificação de idoneidade”, e então resolvi investigar.

Transcrevo abaixo o ponto 3 do artº 4º do Despacho normativo n.º 13-A/2012:

  • 3 — Os docentes podem, independentemente do grupo pelo qual foram recrutados, lecionar qualquer área disciplinar, disciplina ou unidade de formação do mesmo ou de diferente ciclo ou nível, desde que sejam titulares da adequada formação científica e ou certificação de idoneidadenos casos em que esta é requerida.
    Despacho normativo n.º 13-A/2012, artº 4º-3.

Do lado dos alunos este senhor Ministro tem a paranóia de medir todo o seu conhecimento com base em exames. Mas para ensinar os alunos não é necessária a formação científica dos professores, bastando um obscuro processo de certificação de idoneidade!

Antes de ser Ministro, Nuno Crato afligia-se por ter professores sem formação em Matemática a leccionar a disciplina ao 2º Ciclo (Ciclo Preparatório) e ao 3º Ciclo (7º, 8º e 9º Unificado). Agora que é Ministro, inventou que todos podem dar tudo! Evidentemente que concordo com Santana Castilho quando lhe sugere o internamento no manicómio.

Inventou a “certificação de idoneidade”, porque, justificou o Ministro: “não queremos que nem um professor do quadro saia”.

Inovação do Crato! Junho 14, 2012

Posted by netodays in Nuno Crato.
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Até aqui todos os Ministros da Educação que conhecemos foram mentecaptos que tivémos de aguentar como Nuno Crato demonstrou na obra O ‘Eduquês’ em discurso directo – Uma Crítica da Pedagogia Romântica e Construtivista.

Li com interesse o livro, e como muitos, dei-lhe crédito quando chegou a Ministro.

Por exemplo, reconhecia-me completamente em passagens como esta:

  • (…) em vez de ser dada liberdade nos processos e ser controlado o resultado, o Ministério tem pretendido controlar os processos e esquecer os resultados.
    (p. 57)

Mas afinal o que está a fazer Nuno Crato, quando muda o cabeçalho dos exames, incluindo um novo campo para o número de folhas, quando já havia e coexistirá com este elemento o número de páginas?

Estamos a brincar com o cabeçalho? Que relevância tem aquela “informação”?

Santana Castilho acusa Pedro Passos Coelho de desonestidade política Julho 6, 2011

Posted by netodays in Nuno Crato, Passos Coelho, Santana Castilho.
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Mega-agrupamentos. Mantêm-se uma política desastrosa de desertificação do país.

Nuno Crato ao dizer que a avaliação de professores não é um problema fundamental do sistema revela a uma ignorância total do sistema. Ele próprio disse que tem poucas ideias sobre educação.

Quer atribuir os exames a uma empresa privada, como se não fosse suficiente atribuir autonomia técnica aos quadros do GAVE e libertá-los da “porca política”. O outsousing só serve para pagar a mesma coisa duas vezes!

Um modelo de avaliação que introduziu as maiores injustiças que se conhecem na democracia portuguesa, adulterou as relações de trabalho, criou mau clima nas escolas e condiciona qualquer política.

Tudo aquilo que Passos Coelho disse que ia suspender, logo que foi Governo desdisse, e desdisse de uma maneira que não é séria.

Passos Coelho assume que os professores são estúpidos? Pensa que pode dizer uma coisa antes das eleições e outra depois de chegar ao Governo?

1 – Com os impostos também disse que não subiriam…

2 – Nunca subiria o imposto sobre o rendimento…

3 – Era um disparate cortar o subsídio de Natal…

4 – Tinha feito passar a farsa que não lhe tinham dito nada relativamente ao PEC4…

Isto é suficiente para avaliar a credibilidade de um político.