jump to navigation

Das Representações Sociais aos Regimes de Justificação Novembro 2, 2011

Posted by netodays in acção social, Durkheim, factos sociais, Justificação, positivismo, representações, sociologia compreensiva, Weber.
add a comment

Aqui se recorda o papel das representações sociais como matéria-prima da Sociologia para que os estudantes tenham presente que conversação vulgar não é Sociologia, mas que cabe a esta desvendar as lógicas de argumentação explícitas nas justificações apresentadas.

O esquema sintetiza o objecto da Sociologia, as tarefas do sociólogo e o paradigma da Sociologia, conjuntamente com o número de casos analisados, as técnicas de recolha de dados, os métodos de investigação e os seus objectivos.

Apresentam-se ainda em síntese os regimes de justificação.

1. Verifique que o método dedutivo e método indutivo poderão ser considerados complementares.

2. Relacione o paradigma da Sociologia e as tarefas do sociólogo com o número de casos analisados.

Conjugando o positivismo com a sociologia compreensiva Outubro 1, 2011

Posted by netodays in positivismo, sociologia compreensiva.
add a comment

Na perspectiva positivista, com Durkheim os factos sociais são coisas, isto é, são fenómenos em si mesmos, desligados dos sujeitos conscientes que deles têm apenas representações. Porém para Weber o sentido da acção é indispensável para compreender e explicar os fenómenos sociais, na sociologia compreensiva.

Estas duas perspectivas da Sociologia nos melhores trabalhos empíricos acabam por se revelar complementares.

Num estudo onde o número de casos seja muito reduzido, pode nem fazer sentido a construção de indicadores estatísticos, e o investigador estará condenado a tentar interpretar o significado dos escassos casos que observou, prevalecendo a sociologia compreensiva, por impossibilidade de outro tipo de análise.

Quando dispomos de dados empíricos referentes a amostras grandes, a forma prática de os interpretar passa pela construção de quadros e de gráficos que sintetizem a respectiva informação. Na sua interpretação procuramos identificar as regularidades dos fenómenos sociais, aproximando-nos da perspectiva positivista.

Os melhores estudos conjugam o positivismo com a sociologia compreensiva, pois além de disporem de dados referentes a amplas amostras que condensam em tabelas e gráficos, e também destacam expressões significativas ditas pelos inquiridos, como se pode observar no relatório da EU KIDS ONLINE.

Outro exemplo. Imagina que se pretende estudar a Sexualidade. Uma alternativa é realizar um questionário a uma amostra da população, como fez recentemente o Expresso: Afirma que 16% dizem que a crise “afetou negativamente” a sua vida sexual, particularmente entre a “classe baixa” e “média-baixa”, entre outras conclusões onde a quantificação positivista transmite a sensação de exactidão.

Transpõe-se abaixo um quadro de outro estudo quantitativo que te permite reflectir sobre o modo como os pais encaram o beijo na boca pelos filhos em diferentes circunstâncias: rapaz (M)/ rapariga (F); namorando ou não; em função no habitat, da posição religiosa e da idade do filho.

Fonte: PAIS, José Machado, Família, sexualidade e religião, Análise Social, 1985.

Os números apresentam estruturas sobre as quais poderemos reflectir, utilizando a nossa experiência de vida (compreensão), mas são imagens estáticas. A sociologia compreensiva introduz o agente em acção convidando a perceber a dinâmica dos fenómenos. Exemplo: Quem acompanhou o processo de “domesticação” de que Gabriela foi vítima, poderá explicar/compreender o que sucedeu, desde que a vimos no primeiro beijo apaixonado (Capitulo 8, 14:00/16:00) até à primeira nega (Capitulo 58, 09:00/11:00)?
A sociologia compreensiva poderá parecer menos exacta, mas será certamente mais rica em detalhes e mais aberta à imaginação.

1. Tomando como referência os documentos acima, descreva num texto de 20 linhas com que objectivos os jovens utilizam a Internet, e como a utilizam.

2. Explicite como poderia desenvolver um estudo para conhecer melhor o perfil dos jovens cibernautas.

3. Fundamente três conclusões sobre o beijo com base no Quadro de José Machado Pais.

4. Em que medida as cenas de filmes/novelas poderão constituir material interessante do ponto de vista da sociologia compreensiva?

Objecto da Sociologia Setembro 23, 2011

Posted by netodays in acção social, Durkheim, factos sociais, objectivo, Objecto, positivismo, regularidades sociais, singularidades, sociologia compreensiva, tipo ideal, Weber.
add a comment

O objecto da Sociologia confunde-se com o objecto do Programa da Disciplina apresentado no vídeo abaixo como conteúdo de um manual escolar.

Em Sociologia distinguem-se duas perspectivas: 1) o positivismo levado ao extremo por Durkheim quando tomando os factos sociais como coisas, julgou que as estruturas sociais eram tão poderosas que controlavam as acções dos indivíduos e podiam ser estudadas objectivamente, como nas ciências naturais; 2) a sociologia compreensiva ou interpretativa de Weber, que resulta do seu esforço para entender como as pessoas se comportavam e de que maneira o seu comportamento influenciava a sociedade e a estrutura social. Do seu ponto de vista só compreendendo as intenções, as ideias, os valores, as convicções que motivam as pessoas se pode, realmente, saber alguma coisa.

Todos os indivíduos bebem, dormem, comem, raciocinam, e a sociedade tem interesse em que essas funções se exerçam regularmente. Ora, se estes factos fossem sociais, a Sociologia não teria um objecto que lhe fosse próprio e o seu domínio confundir-se-ia com os da biologia e da psicologia (Durkheim).

Os factos sociais são o objecto de estudo da Sociologia, segundo Émile Durkheim. O autor indica que os factos sociais apresentam características muito especiais: “consistem em maneiras de agir, de pensar e sentir exteriores ao indivíduo, e dotadas de um poder coercitivo em virtude do qual se lhe impõem”. A coerção pode ser formal ou informal, consoante as sanções se encontrem ou não protegidas por regulamentos.

A pessoa que cumpre de bom grado e com satisfação as suas obrigações sociais não sente o peso da coerção sobre o seu comportamento. Uma pessoa que gosta da sua profissão, por exemplo, geralmente cumpre os seus deveres com prazer, sem a necessidade de imposições. Mas a coerção nunca deixa de existir. Está sempre à espreita.

Os factos sociais não são fixos. As maneiras como as sociedades resolvem os problemas evoluem, mais rapidamente ou mais lentamente. É sabido que observando sociedades que encontrem em diferentes espaços geográficos, depararemos com diferentes culturas, que resolverão os problemas de modo diverso, isto é, os factos sociais são relativos.

O objectivo de Durkheim consistia em estabelecer uma relação objectivável entre os factos, tratados como coisas, no intuito de descobrir regularidades sociais.

Para Max Weber a “Sociologia designará: uma ciência que pretende compreender, interpretando-a, a acção social, e deste modo, explicá-la casualmente no seu decurso e nos seus efeitos. Por “acção” deve entender-se um comportamento humano (quer consista num fazer externo ou interno, quer num omitir ou permitir), sempre que os agentes lhe associem um sentido subjectivo. Mas deve chamar-se acção “social” aquela em que o sentido intentado pelo agente ou pelos agentes está referido ao comportamento de outros e por ele se orienta no seu decurso”.

“A acção social (inclusive a omissão ou tolerância) pode orientar-se pelo comportamento passado, presente ou esperado como futuro dos outros (vingança por ataques prévios, defesa do ataque presente, regras de defesa contra ataques futuros). Os “outros” podem ser indivíduos e conhecidos ou indeterminadamente muitos e de todo desconhecidos (o “dinheiro”, por exemplo, significa que um bem de troca que o agente admite no tráfico porque orienta a sua acção pela expectativa de que muitos outros, mas desconhecidos e indeterminados, estarão também, por seu turno, dispostos a aceitá-lo numa troca futura)”.

O desenvolvimento do conceito de tipo ideal conduz Weber a obter as respostas do em termos de comportamentos médios (o consumidor tipo ideal será aquele que consome um cabaz de compras representativo da população, com os padrões de consumo “médios”). A característica principal do tipo ideal é não existir na realidade – como o consumidor médio -, mas servir de modelo para a análise de casos concretos, realmente existentes. No entanto, somente regularidades estatísticas que correspondem ao sentido intentado compreensível de uma acção social são tipos de acção susceptíveis de compreensão. Assim, concentrando-se na interpretação do sentido da acção social dos indivíduos, uma vez que o seu sentido intentado das acções determina os valores esperados em termos comportamentais, adquire agora interesse o estudo dos desvios observados, isto é, das singularidades.

1. Verifique que a atribuição de maior interesse às regularidades sociais ou às singularidades depende da perspectiva de análise.

2. Identifique o objecto de estudo da Sociologia.

3. Caracterize os factos sociais.

4. “Nem toda a classe de acção é acção social. O comportamento intimo só é acção social quando se orienta pelo comportamento dos outros. Também não o é, por exemplo, a conduta religiosa quando permanece contemplação, oração solitária, etc. A actividade económica (de um indivíduo) só o é na medida em que toma em consideração o comportamento de terceiros”.
Comente estes exemplos de Max Weber.

5. Que papel nos cabe a cada um na determinação do nosso próprio futuro?
Responda à questão acima distinguindo a perspectiva durkheimiana da perspectiva weberiana.

6. Partindo do vídeo, indique alguns temas que serão objecto de estudo em Sociologia.

  • Referências

DURKHEIM, Émile, (2004), As Regras do Método Sociológico, Editorial Presença, Barcarena.

WEBER, Max, (2000), Conceitos Sociológicos Fundamentais, Edições 70, Lisboa.

Imprimir