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Do sonho dos economistas, resta a plataforma de pensamento Setembro 18, 2007

Posted by netodays in Contabilidade Nacional, representações.
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Paralelamente ao desenvolvimento da informação económica, designadamente dos sistemas de contabilidade nacional, os economistas acreditam ter descoberto a receita para controlar os ciclos económicos a curto prazo, através do modelo keynesiano, que se tornou relevante para o estabelecimento da política económica.

Em 1950-1975 registou-se um esforço para unificar o debate económico e social em torno de uma linguagem comum (plano, macroeconomia keynesiana, crescimento, contabilidade nacional, sociologia das desigualdades sociais e dos seus indicadores estatísticos, negociações colectivas apoiadas pelo Estado entre o patronato e os sindicatos, sobre os salários inscritos nas grelhas convencionais, sistema redistributivo e protecção social). Foi igualmente criada uma linguagem antes inexistente, relativamente coerente, pela via do vocabulário e das ferramentas estatísticas.

Os indicadores económicos passam a integrar-se na rede das representações comuns, e então, deste ponto de vista tornam-se realidades. De facto a realidade de um objecto depende da extensão e da robustez da rede mais larga dos objectos na qual está inscrito. Esta linguagem foi difundida através das universidades, e depois no ensino secundário.

No fim dos anos 1970, as redes de equivalência conduziram às de totalizações políticas e estatísticas demolindo-se a si mesmas parcialmente. O plano tinha menos peso em si que como um lugar de diálogo e de previsão a médio prazo das grandes decisões públicas. Os modelos econométricos simulam as evoluções das relações entre os objectos macroeconómicos e macrossocializam os objectos mais centrais do sistema de totalização sendo frequentemente julgados incapazes de prever as tensões e as crises. NINGUÉM CONSEGUIU PREVER A CRISE DE 1973… E AOS OLHOS DE TODOS FICOU EVIDENTE QUE OS MODELOS NÃO PASSAVAM DE REPRESENTAÇÕES…

A paragem do crescimento tornou mais difícil a reunião dos parceiros sociais para debaterem os efeitos da crise, que a divisão dos benefícios.
Nas economias abertas não funcionam os modelos keynesianos, válidos nas autarcias, porque o aumento da procura se reparte pelo mundo.
Hoje, a acção do Estado é menos voluntariosa e macro-económica, e mais orientada para a produção de regras facilitadoras do livre jogo do mercado e da concorrência.
As empresas são menos frequentemente geridas de modo centralizado segundo os princípios taylorianos e fordistas que, em favor da padronização das tarefas e dos produtos de grande consumo, se prestavam bem à construção de sistemas integrados de estatísticas industriais.
A plataforma de pensamento disseminado, é (talvez) ainda a única, que nos permite discutir e pensar o mundo social…

As médias criam uma forma de observar o mundo Setembro 18, 2007

Posted by netodays in médias, representações.
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As médias podem ser valores estáveis, à custa da sua insignificância.

O homem médio de Quetelet contém a forma adequada da sua objectivação, através da distribuição normal. Esta presta-se à constituição de escalas ordenadas unidimensionais que permitem comparações simples.

Esta ferramenta irá estruturar os próprios termos das discussões, e a língua falada no espaço de debate político-científico, mesmo se a problemática das desigualdades económicas e dos handicaps sócio-culturais familiares substituíram as diferenças biológicas a partir dos anos 1940.

Roosevelt, (eleito em1932) criou a organização estatística federal. Os métodos da estatística matemática são definitivamente adoptados pelos estatísticos e economistas, tomando os seus aspectos actuais nos Estados Unidos, entre 1935 e 1950.

Foram tomados novamente e transpostos, combinando-se com outras tradições específicas, depois de 1945, inicialmente na Europa ocidental, e depois no resto do mundo.

Nos Estados Unidos, os espaços da representação e da expressão política estendem-se e “nacionalizam-se” (notavelmente graças à radio), assim como aos mercados dos bens de consumo (graças aos caminhos de ferro e ao crescimento das grandes empresas).

São então construídos simultaneamente as instituições para tratar estas questões (conselhos de ajuda aos desempregados), os registos administrativos ligados a esta gestão (inscrição nas listas), e os métodos de medida dos novos objectos. Por exemplo, os desempregados no lugar dos pobres. Quando imaginas que terá sido calculada a primeira taxa de desemprego?

Os sistemas de estatística são máquinas complexas de registo, medição e tratamento são concebidas, discutidas e administradas segundo padrões uniformes em todos os países, levando igualmente à unicidade dos padrões de conceptualização.